Já imaginou como seriam os contos de fadas se invertêssemos o gênero dos personagens? A história da Branca de Neve iria começar assim...Era uma vez, em um reino distante, uma família real que se completava com o nascimento do primeiro filho. Era um bebê lindo, de cabelos pretos e pele branca como a neve, e por isso foi chamado de Branco de Neve.

O rei faleceu e a rainha se casou novamente. O Padrasto de Branco de Neve era um homem muito bonito, muito vaidoso, que gostava de ganhar joias preciosas e organizar jantares para a Corte. Ele se olhava no espelho todos os dias e o espelho confirmava que ele era o homem mais bonito daquele reino. Ele acreditava que esse era o motivo da Rainha tê-lo escolhido. Por isso tanta preocupação em manter-se belo.

Tudo ia bem até que Branco de Neve cresceu e começou a chamar a atenção por sua beleza delicada. Seu Padrasto já vinha sentindo o peso da idade no espelho, mas até aquele dia, ainda se sentia o mais belo. Como tinha uma certa dúvida, foi perguntar ao espelho:

- Espelho, espelho meu, existe neste reino um homem mais belo do que eu?

- Sim! É Branco de Neve.

O Padrasto teve um faniquito: jogou sua capa no chão e sapateou em cima com ódio! Naquela época, era muito comum que os homens sofressem de histeria, e ele já vinha se mostrando um histérico. Nesse ataque, ele pensou na solução para aquele problema: Branco de Neve deveria morrer.

 



Com ódio, o Padrasto convocou a Caçadora para uma audiência em seus aposentos. A Caçadora era a responsável por proteger os animais das florestas do reino. Ela caçava humanos que tentassem matar ou comercializar animais silvestres. O Padrasto ordenou que a Caçadora levasse Branco para a floresta e desse um fim à vida dele e levasse seu coração como prova de que ele havia morrido.

A Caçadora achou tudo muito estranho e decidiu proteger Branco de Neve, levando-o para a Casa das 7 Diversas, suas parceiras na proteção das florestas, já que ele não tinha amigos. Naquele tempo, a rivalidade masculina era muito forte e isso impedia amizades sinceras entre eles. Não havia ninguém em casa, ela pediu que Branco aguardasse as Diversas e contasse a elas o ocorrido. Elas lhe dariam abrigo e proteção. 

Vendo a casa tão desorganizada, Branco de Neve passou horas limpando, lavando louças, roupas, organizando armários, essas coisas que as mulheres não sabiam fazer muito bem. Ficou exausto e acabou caindo no sono. Quando as 7 chegaram, vendo a casa tão limpa e organizada, incapazes de encontrar seus pertences, ficaram irritadas tentando entender o que havia acontecido.  A Mestra foi até seu quarto e encontrou princeso dormindo. O moço acordou assustado e contou o que havia acontecido. 

Enquanto isso, no Palácio, a Caçadora contava para o Padrasto que não havia matado Branco de Neve. Ela não era uma assassina e sabia que o Padrasto também não queria que Branco morresse. Além disso, ela achava ridícula essa rivalidade masculina. Branco de Neve passaria um tempo longe dos olhares da Corte, assim o Padrasto não se preocuparia em perder o posto de “o mais belo”. O Padrasto ficou furioso, mas ter Branco de Neve longe de todas as festas e atividades da realeza já o deixava tranquilo.

Passadas algumas semanas, a relação de Branco com as 7 Diversas só melhorava. Ele pode conhecê-las e viver uma vida diferente da que estava acostumado. Ele estava criando uma amizade que o fortalecia, além disso, tinha tempo para contemplar a natureza e podia se dedicar à casa, já que nenhuma daquelas mulheres levava jeito para as atividades domésticas.

Alguns meses se passaram até que começaram os rumores sobre um jovem muito bonito vivendo na floresta. Tais rumores chegaram aos ouvidos do Padrasto. Este se dirigiu ao espelho mágico que confirmou: Branco de Neve é o homem mais lindo do reino. Com o ego ferido, o homem decidiu colocar um fim na história do seu jeito. Escolheu uma maçã bem bonita pensando na simbologia da fruta que, mordida por Adão, o afastou do paraíso. Envenenou aquela fruta e foi até a casa da floresta disfarçado com o objetivo de envenenar seu enteado.

O final fica para um outro momento; por ora, fica por conta da imaginação de cada um.

 

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