Na floresta, tudo seguia em perfeita harmonia. Branco começou a aprender a fazer atividades que não lhe foram permitidas enquanto viveu no palácio. Cada uma das Sete Diversas ensinava a ele atividades que, no reino, sempre foram atribuídas às mulheres, uma vez que o papel dos homens era serem belos, recatados e do lar, fazendo bons casamentos e cuidando dos filhos que suas esposas lhes dessem.

 


A Mestra, uma mulher muito inteligente e culta, liderava o grupo. Ela passava muitas horas lendo e dava aula de comunicação inclusiva. Ela havia perdido sua filha que era uma jovem com uma síndrome rara e, por ser uma mãe atípica, sabia que a sociedade precisava aprender a incluir todas as pessoas. Mestra sempre foi uma mãe muito presente e cuidou da filha sozinha porque o pai da menina era do tipo vadio, que acaba abandonando o lar. Com ela, Branco aprendeu que nem todo homem é digno.

 




Dunga era extremamente carismática, era surda oralizada, ela não escutava, mas se comunicava bem oralmente, com um sotaque um pouco diferente. Muito inteligente, culta e amorosa, ela sabia acolher as amigas e conversava com Branco por longas horas, questionando o porquê de ele nunca ter tido amigas. Ela era casada e não tinha filhos, respeitando a si mesma e ao marido que não desejava ser pai, contrariando o que se dizia sobre o instinto paterno. Pela primeira vez, Branco soube de uma mulher que havia respeitado a escolha do marido de não ser pai.


Zangada combatia o abuso e a exploração sexual infantis no reino. Ela era uma ruiva brava que estava sempre ensinando sobre os perigos que as espreitavam quando entravam na mina de ouro, homens adultos devassos, que não sabiam valorizar a família e que usavam de vários artifícios para ganhar confiança de crianças e seus pais. Eles usavam o ouro da mina como pagamento para que os próprios pais permitissem que essas crianças fossem exploradas pela sua rede de pedofilia. Branco ficou abismado quando soube que não havia nenhuma lei que regulamentasse o uso da mina de ouro.


Atchim tinha alergias alimentares múltiplas, amava os animais, mas sendo alérgica a pelos, estava sempre espirrando. Ela resgatava animais domésticos abandonados, curava suas feridas e depois fazia feiras de adoção. Ela era veterinária e cuidava de animais selvagens que fossem encontrados feridos. Branco de Neve sempre amara muito os animais. Por anos foram eles os seus melhores amigos, até então ele nunca havia imaginado que ele poderia ter uma profissão - que poderia também ser veterinário, ou biólogo, ou o que quisesse ser.

 


Feliz era muito carinhosa, otimista e amável. Tinha síndrome de Down e era a alegria da casa, sempre tinha a palavra certa para animar as amigas. Branco de Neve nunca tinha visto na Corte pessoas com deficiência. Foi na floresta que ele descobriu que não lhes era permitido frequentar determinados ambientes.


Soneca era simpática e engraçada quando estava acordada. O princeso acreditava que ela tinha algum distúrbio do sono, pois ela passava os dias dormindo e as noites acordada. Mas aquilo fazia parte do trabalho dela de guardiã da floresta. Durante à noite ela ajudava a Caçadora.


Dengosa era muito tímida e tinha um crush pelo príncipe. Tentava disfarçar, mas ficava toda vermelha quando ele conversava com ela. O interesse era recíproco, mas o Branco foi criado para ser belo, recatado e do lar, e, claro, programado para ser puro e se casar virgem. Além disso, ele esperava que seu amor, uma principesa de um reino distante, o resgatasse, montada num alazão branco, levando-o para viverem felizes para sempre. Dengosa não fazia parte da realeza e os atravessamentos culturais faziam com que o princeso recalcasse seus sentimentos.

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