Depois do ex abusivo de Ana Hickmann, temos agora o ex abusivo de Cíntia Chagas. Não gosto de nomeá-los, são genéricos, ganharam fama se escorando em suas parceiras e, se sentindo tão diminutos diante de mulheres tão admiradas, precisaram ser abusivos, na tentativa de diminuí-las para se sentirem maiores.

 

 

Não sou fã da personagem Cíntia Chagas das mídias sociais, ela prejudicou as mulheres pregando a submissão, além de ter outras falas preconceituosas. Validou atitudes misóginas das quais ela mesma era vítima. Talvez ela mesma quisesse acreditar que aquilo que vivia era normal, mas não conheço a mulher por trás da personagem das mídias sociais. Só sei que admiro a coragem de ter sido incoerente com o próprio discurso e de ter se libertado de um relacionamento abusivo, denunciando seu agressor.


 

Precisamos, como mulheres, estar do lado dela nesse momento, porque é sobre isso o movimento feminista, apoiar mulheres e lutar contra o machismo e a misoginia para que nenhuma mulher seja vítima desse tipo de macho. Nenhuma mulher merece passar por isso. Nem as conservadoras que ainda não entenderam o que é o feminismo. Todas nós temos direito de escolha. Homens abusadores precisam ser expostos, essa vergonha é deles, nunca da mulher que foi violentada.

 

 

Cíntia pediu medida protetiva, graças à Lei Maria da Penha, tão atacada pela extrema direita. As leis que protegem mulheres, protegem todas as mulheres, inclusive as que validam esse discurso machista. Espero que a Cíntia fique bem e que entenda que precisa mudar o discurso para que mulheres que passam pela mesma situação tenham a mesma coragem de denunciar seus abusadores e jamais sejam submissas a eles.

 



 

Lembrando que, se hoje mulheres podem escolher se separar, se podem ser validadas ao denunciar violências, se podem trabalhar e ter seu próprio dinheiro, se podem votar, podem viajar sozinhas sem autorização de pai ou marido, e até mesmo dar sua opinião e criar personagens nas mídias sociais, isso se dá graças a mulheres feministas que vieram antes de nós e lutaram por esses direitos.

 

Lembrando que o Brasil tem o posto vergonhoso de 5º país em mortes violentas de mulheres no mundo. É urgente uma mudança no discurso, para que a cultura mude. 


Violência contra a mulher não é normal e não deve ser normalizada com discursos que pregam a submissão. Como feminista, que completará 21 anos bem-casada no próximo mês, mãe por escolha, que valoriza a família feita de amor e afeto, na qual não existe uma hierarquia entre seus membros, digo e repito: nenhuma mulher deve se submeter a homens abusivos. 


Feminismo é sobre todas nós. Progressistas ou conservadoras, temos o direito de escolher sair desse tipo de relacionamento, sobre escolhermos estar casadas, solteiras, separadas. Sobre termos direito de escolher ter ou não filhos. Feminismo é sobre equidade entre homens e mulheres, sobre direitos iguais, sobre respeito. 


É dever de casa um de nós, mulheres e homens, entendermos que nenhuma mulher é culpada pelas violências sofridas. A culpa é de quem violenta e a vergonha é somente do agressor, jamais da vítima! A vergonha precisa mudar de lado.

 

compartilhe