Festividades de fim de ano podem ser motivo de tensão para algumas pessoas. Encontrar a família, se submeter aos olhares críticos e comentários maldosos como: “nossa, como você engordou!”, “separou, coitada!”. Ou encontrar a família e suportar comentários de cunho sexual daquele tio, aquele marido daquela prima te chamando de gostosa, entre outros “elogios” que são, no mínimo, inconvenientes. Dar satisfação da sua vida, dos seus problemas financeiros, dos filhos adolescentes mal-humorados, ou das crianças que passam a festa correndo e brincando como crianças normais. É importante estabelecer limites nas relações familiares.
As celebrações de fim de ano costumam ser marcadas por imagens de famílias sorridentes, mesas fartas e momentos de harmonia, mas essa não é a realidade para todos. Telma Abrahão, especialista em neurociências e desenvolvimento infantil, autora best-seller e criadora da Educação Neuroconsciente, aborda um tema delicado, mas necessário: a convivência com famílias tóxicas.
Para muitas pessoas, as relações familiares podem ser fonte de estresse e sofrimento, principalmente nessa época do ano, quando a idealização da “família perfeita” é amplamente compartilhada nas redes sociais. “Nem todas as famílias são saudáveis. Algumas relações podem ser extremamente nocivas e causar danos emocionais profundos, levando as pessoas a se sentirem culpadas ou frustradas”, explica Telma.
Segundo a especialista, é fundamental reconhecer essas dinâmicas e priorizar a própria saúde mental. Ela destaca que afastar-se de familiares tóxicos não exige permissão ou justificativas. Estabelecer limites claros é um ato de autocuidado, e a busca por validação externa não deve ser uma condição para alcançar a felicidade.
“Cada pessoa é responsável por suas próprias decisões, e você não precisa carregar esse peso. É possível amar seus familiares e, ainda assim, evitar a convivência que prejudique o seu bem-estar. Lembre-se, limites são saudáveis e necessários para preservar sua sanidade mental”, enfatiza Telma.
A especialista reforça que momentos de celebração não devem ser sinônimo de sofrimento. Priorizar o autocuidado e aprender a lidar com as pressões emocionais pode transformar as festas em um período de paz e reflexão pessoal. “Você merece felicidade e tranquilidade, mesmo que isso signifique escolher caminhos diferentes dos tradicionais”, conclui.
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Quando estabelecemos limites, podemos ser julgados, e a preocupação com o julgamento dos outros é uma constante, somos seres sociais e, muitas vezes nos vemos na obrigação de cumprir protocolos para nos sentirmos aceitos ou pertencentes a determinado grupo, mesmo que isso abale nossa saúde mental. Às vezes é preciso tempo para dar conta de estabelecer esses limites e conseguir recusar educadamente os convites. Se ainda não foi neste ano, tudo bem. Aproveite para observar o ambiente, refletir sobre o que te deixa desconfortável naquele ambiente para trabalhar essas questões ao longo do próximo ano e, talvez, conseguir fazer diferente.
Onde não te couberes, não se demore! Feliz Natal