Depois de visitar a China, o governador Romeu Zema (Novo) vai ao Japão. Atenta aos bons negócios para o estado, a iniciativa dessa missão ao Oriente foi da Fiemg. Chega à China com delegação de 180 participantes para a 6ª China Import International Expo. É porta de entrada econômica para este país, que arranca para liderar a nova ordem mundial, que vai lentamente se desenhando. Pelos cálculos do FMI, o PIB da China já era o maior do mundo desde 2018, quando totalizou pelo critério da Paridade de Poder de Compra (PPC), US 25,2 trilhões internacionais. Em segundo lugar, a União Europeia, com quase US$ 22 trilhões; e, em terceiro, os EUA, com US$ 20,4 trilhões. Índia e o Japão, estão em 4º e 5º lugares, com respectivos US$ 10,3 e US$ 5,6 trilhões internacionais.
A China não quer ser só a maior economia do planeta. Através de seu presidente, Xi Jinping, recebeu lideranças de todo o mundo com a abertura, em 18 de outubro, do III Fórum Internacional do Cinturão e Rota da Seda, em Pequim. Trata-se de um megaprojeto, já com dez anos de execução, em que pretende unir o globo com rotas comerciais, baseadas em seu sistema de troca, classificado como “ganha-ganha”, buscando a pacificação pela via do desenvolvimento. Em todos esses projetos, o estado assume o papel de financiador e indutor. A data coincidiu com lances dramáticos do conflito no Oriente Médio, em cenas terríveis de crianças mortas e soterradas. Tal coincidência, expôs o contraste: enquanto um polo emerge na nova era para falar de paz e desenvolvimento, o pai da ordem anterior envia porta-aviões para um já conturbado cenário.
Desta vez, Zema e a Fiemg pegaram a trilha ao polo certo. A Fiemg saberá capitalizar os resultados da feira e de encontros empresariais marcados, tanto na China como no Japão. Zema ainda é incógnita. Da última vez em que mencionou a “Otan”, foi em referência a uma “Otan do Sul e Sudeste” brasileiro, em termos de segurança. Mas o governador pode aprender muito nesta viagem, especialmente ladeado de agendas tão relevantes. Uma lição com certeza trará, a de que estados mínimos morreram, se é que já existiram. O Japão deve a sua industrialização a um certo imperador e aos seus antigos senhores feudais, que na chamada “Inovação Meiji” arrancaram o país do feudalismo e o transformaram na única potência industrial fora da Europa e dos EUA, ainda no século 19.
Nessa transição da era do capital para a era tecnofeudal não é diferente. A China, que sofreu na carne os efeitos da industrialização dos outros, deu a volta por cima a partir de 1949, em que o estado foi senhor absoluto da era modernizante. Zema, poderá retornar dando lição nos seus colegas de Partido Novo e aos seus adversários, na próxima campanha: “É o estado, seus burros”.