Para 2024, mudanças na legislação eleitoral introduzidas pela minirreforma de 2021, associadas a essa tendência histórica de retração na participação política eleitoral, sugerem pleitos mais concorridos -  (crédito: Ilustração)

Para 2024, mudanças na legislação eleitoral introduzidas pela minirreforma de 2021, associadas a essa tendência histórica de retração na participação política eleitoral, sugerem pleitos mais concorridos

crédito: Ilustração

A declinante participação política eleitoral ao longo deste milênio vem reduzindo o quociente eleitoral nas eleições de vereador de Belo Horizonte, a cada novo pleito. Em 2000, quando o comparecimento às urnas registrou 85,88% de participação, um partido ou coligação – pois estas, à época, eram permitidas – necessitava conquistar 32.760 votos nominais ou de legenda para eleger um vereador na Câmara Municipal. Em 2004, o comparecimento caiu para 84,92% e o quociente eleitoral passou a 31.229. Nas eleições seguintes a tendência de crescimento da abstenção se manteve: em 2008, 83,12% compareceram ; em 2012, 81,12%; em 2016, 78,34%; e em 2020, alcançou o menor patamar desde a redemocratização, com comparecimento de 71,66%, o que também pode ser atribuído, em parte, a um efeito colateral da pandemia.

Nesse período, embora o eleitorado de Belo Horizonte tenha crescido 23% – de 1.573.635 para 1.943.184 – o quociente eleitoral para que um partido conquiste uma cadeira caiu 32.760 votos em 2000 para 27.297 votos em 2020. Para 2024, mudanças na legislação eleitoral introduzidas pela minirreforma de 2021, associadas a essa tendência histórica de retração na participação política eleitoral, sugerem pleitos mais concorridos. A começar pelo fato de que cada partido ou federação de partidos lançará, no caso de Belo Horizonte, 42 candidatos e não mais uma vez e meia o número de cadeiras. Federações como PT, PcdoB e PV, PSDB e Cidadania , além do Psol e Rede estarão sujeitas ao mesmo número de candidatos. Daí que serão menos partidos concorrendo, menos candidatos lutando pelo voto de um contingente de eleitores menos participante, dentro de uma regra, com potencial para mudar a lógica da composição das chapas.

Partidos precisarão se esforçar para montar chapas com candidatos muito bem votados, a eles acenando a chance de que, na distribuição das sobras, conquistem mais cadeiras. Aqueles candidatos mais votados que ficarem de fora da distribuição das vagas pelo quociente partidário poderão sonhar com uma cadeira na segunda e terceira rodada da distribuição. É nesse contexto que, na Câmara Municipal de Belo Horizonte, três grandes operadores de chapas disputam a influência sobre legendas para a montagem de candidaturas “eficientes” e aderentes às novas regras. Há vereadores sendo despejados e novos inquilinos tomando posse. O troca-troca será intenso entre 6 de março e 6 de abril, janela partidária. Até lá, está aberta a temporada de caça aos partidos e aos candidatos.

'Enojado'

Em áudio enviado na véspera de Natal, o deputado federal Hercílio Coelho Diniz (MDB) formalizou a ruptura política com o prefeito de Governador Valadares, André Merlo (União). Depois de cobrar de Merlo por tê-lo apoiado na campanha “contra tudo e contra todos”, de ter contratado pesquisas, entre outras coisas, Hercílio fez acusações graves contra Merlo relacionadas à gestão. O deputado disse-lhe estar “enojado”.

Pode vazar!

Hercílio Coelho Diniz criticou também a disposição do prefeito de Governador Valadares de indicar a candidatura de seu sucessor na cidade. Depois de falar poucas e boas em voz monotônica, o deputado concluiu: “Se quiser vazar esse áudio, pode vazar também, porque sei que faz isso. Sacanagem. Outro dia mandei um audiozinho para o senhor , o senhor vazou. Pode vazar. Da minha parte estou te mandando, registrando a minha decepção e a minha frustração”. Esta coluna procurou as partes, mas até o momento desta publicação não obteve retorno.

Federação em gestação

De volta à Câmara dos Deputados pela cassação por infidelidade partidária do deputado federal Marcelo Lima (PSB-SP), Paulinho da Força Sindical (Solidariedade-SP) tem sondado o PDT de Minas quanto à formação de uma nova federação.

Espólio da separação

Além do PDT, há aproximação com o Cidadania, hoje federado ao PSDB. O Solidariedade aposta na insatisfação de lideranças do Cidadania em Minas, que se ressentem da hegemonia tucana nas decisões.

HIV/Aids

O Congresso Nacional permanecerá iluminado de vermelho entre 19 a 30 de dezembro como parte das ações da campanha nacional de prevenção ao HIV/Aids. Os prédios da Câmara e do Senado já haviam recebido iluminação especial pela campanha, conhecida como “Dezembro Vermelho”. O dia 1º de dezembro é o Dia Mundial de Luta contra a Aids.

Cartão vermelho

Não apenas o PSD já deu ciência aos vereadores Cláudio do Mundo Novo, Fernando Luiz e Ramon Bibiano que deverão deixar a legenda. No MDB, a direção partidária já informou ao vereador Reinaldo Gomes que não concorrerá pela legenda.