Lula viaja para Belo Horizonte nesta quinta-feira (8/2) -  (crédito: Ilustração)

Lula viaja para Belo Horizonte nesta quinta-feira (8/2)

crédito: Ilustração

Não apenas as cifras de investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para Minas Gerais e a formalização da cessão permanente do Aeroporto Carlos Prates à Prefeitura de Belo Horizonte integram a “prestação de contas” de Lula (PT) nesta quinta-feira, em Belo Horizonte. Parte central do discurso presidencial será dedicada à dívida de Minas. Lula vai reforçar o papel do presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na abertura de negociações em torno da proposta alternativa para a amortização da dívida mineira apresentada pelo senador e pelo presidente da Assembleia Legislativa de Minas, Tadeu Martins Leite (MDB). Pacheco estará presente no evento, para o qual também foi convidado Romeu Zema (Novo). O governador mineiro havia solicitado encontro com Lula. Este aceitou, com previsão de que aconteça reservadamente no próprio Minascentro.

 

 

Há muito de simbólico e de construção política nessa primeira visita oficial de Lula a Belo Horizonte, neste terceiro mandato. Além de estado síntese da federação, com segundo maior colégio eleitoral, Minas é parte importante da apertada vitória de Lula sobre Jair Bolsonaro (PL). E foi um segundo turno traumático tanto para quem venceu a conta-gotas quanto para quem foi derrotado, dado o nível de envolvimento orgânico do governador e do setor produtivo na campanha de Bolsonaro em busca de uma “virada”. É, portanto, o primeiro encontro pós-eleitoral oficial de Lula e Zema, depois de um primeiro ano do segundo mandato em que o governador mineiro só demonstrou interesse nessa interlocução quando a proposta do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) do estado passou a ser discutida publicamente e foi amplamente criticada na Assembleia Legislativa. 

Diferentemente de Tarcísio de Freitas (Republicanos) e de Cláudio Castro (PL), que têm adotado uma postura amistosa e pragmática em defesa dos interesses de seus respectivos estados, Zema optou por um posicionamento político de oposição incisiva, sonhando com a herança do filão bolsonarista, um eleitorado com o qual conta para alavancar a sua candidatura presidencial em 2026. 

O que acontecerá em Minas, nesta quinta-feira, está no reino da política. Ao anunciar expressivos volumes de investimento para o estado governado por seu futuro adversário, Lula pretende caracterizar o perfil republicano de seu governo. E o faz diante de Zema e ao lado das forças políticas que procura amarrar em Minas Gerais, na construção de um projeto político de oposição ao bolsonarismo. Haverá muitos prefeitos presentes, mas importante destacar Marília Campos (PT), de Contagem, e Margarida Salomão (PT), de Juiz de Fora, duas grandes cidades mineiras em que o PSD já está na base de uma articulação com o PT nas eleições municipais deste ano. Nesse teatro de operações haverá plateia, apoiadores, opositores e a imprensa. Só não tem espaço para amadores.

Tête-à-tête

Lula quer se encontrar com Alexandre Kalil (PSD). O presidente perguntou pelo ex-prefeito ao deputado federal Rogério Correia (PT), em recente agenda. Teve por resposta a percepção de Correia de que Kalil é um ator importante no processo eleitoral da capital mineira. A outros interlocutores, Lula sonda as possibilidades de uma conversa reservada com Kalil.

Cenários de 2026

Se por um lado, o campo lulista em Minas converge para um único nome na sucessão estadual – Rodrigo Pacheco (PSD); zemistas e bolsonaristas se dividem. Uma das pré-candidaturas, a do vice-governador Mateus Simões (Novo), é natural: Simões estará governando interinamente o estado, com a desincompatibilização de Romeu Zema, seis meses antes das eleições presidenciais. Na extrema direita ganha também densidade a candidatura do senador Cleitinho (Republicanos). Os maiores patrocinadores são os deputados federais Euclydes Pettersen (Republicanos) e Hercílio Diniz (MDB).

Agora, duas negras

Saudação de Edilene Lobo, ministra substituta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) à advogada Vera Lúcia Santana Araújo, empossada nesta terça-feira. “É um orgulho, banhado de emoção, receber a Dra. Vera Lúcia, para juntas nos assentarmos no Tribunal da Democracia, que depois de noventa anos de existência conta com duas mulheres negras como magistradas, inaugurando um novo tempo nessa esfera judicial tão cara à democracia brasileira”. E concluiu: “Rever a história do Brasil é resgatar o lugar e a importância da mulher negra nos espaços decisórios, para que o sonho de igualdade de gênero e equidade racial saia da letra fria das leis e se aplique na realidade pulsante da vida cotidiana”.

Deputados candidatos

Até este momento, oito deputados estaduais são pré-candidatos às prefeituras municipais. Pretendem disputar a Prefeitura de Belo Horizonte as deputadas estaduais Bella Gonçalves (Psol), Ana Paula Siqueira (Rede) e o deputado estadual Bruno Engler (PL). A deputada estadual Andrea de Jesus (PT) concorrerá à Prefeitura de Ribeirão das Neves e o deputado estadual Coronel Sandro (PL), à prefeitura de Governador Valadares. Disputam a prefeitura de Uberlândia os deputados Caporezzo (PL) e Leonídio Bouças (PSDB). Já Fábio Avelar (Avante) concorre em Nova Serrana.

Contas que seguem

O Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais adiou para 28 de fevereiro a apreciação das contas do governador Romeu Zema de 2021. Em fevereiro de 2023, ao analisar o balanço geral do estado de 2021, o relator conselheiro Gilberto Diniz aprovou as contas. Mas o conselheiro revisor Durval Ângelo aprovou-as com recomendações e determinações. Diniz solicitou o retorno dos autos ao seu gabinete para analisar as questões indicadas pelo revisor. A sessão seria nesta quarta-feira, dia 7.