O zoroastrismo é a mãe das religiões monoteístas. A “luta do bem contra o mal”. Os conceitos de céu, de um único criador, da ressurreição, da vinda de um messias, do juízo final, todos são encontrados no zoroastrismo. Foi uma das primeiras religiões a praticar os funerais a céu aberto. Nas chamadas Torres do Silêncio, os corpos eram expostos ao sol e aos abutres, que com capacidade para digerir a matéria decomposta, acreditava-se, auxiliavam a transição entre os mundos material e espiritual.

 



 

Na pós-modernidade a política tecnofeudal produz novos cultos. Agora, o “vivo morto” politicamente é exposto em praça pública. Candidatos ao espólio bolsonarista e os líderes religiosos sabem que, com o seu incômodo “hóspede” na ativa, não têm espaço para novas e maiores ambições. A dinâmica entre parasita e hospedeiro é de luta por um mesmo corpo. Bolsonaro ‘vivo’ na política inibe Romeu Zema (Novo), Tarcísio de Freitas (Republicanos), Ronaldo Caiado (União), Malafaia e até Michelle. Bolsonaro, desesperado, não tem saída.

Quem já perdeu direitos políticos e até o passaporte tenta demonstrar força e liderança. Candidatos à disputa surda pela “herança” acompanharam o discurso, mais para “acenos” de um ex-valentão, agora, prometendo reconciliação com a democracia, que tanto vilipendiou. Sobretudo, buscava uma “foto”, que lhe confiasse alguma “imunidade” ou poder de pressão sobre o sistema judiciário. Seu discurso implorando por anistia aos “pobre coitados” que atentaram contra os Três Poderes da República é bem diferente do “imbrochável,” do agressivo boquirroto. Dali se extrai que aquela “loucura” tem método.

O ato da Paulista foi repleto de sinais. Naquela torre poucos puderam falar, digo, bicar o “vivo morto”. Nesse ato, um novo bolsonarismo abriu as asas. Foi explicitado o brado de guerra contra o estado laico. Michelle (foto), Silas Malafaia e Nikolas Ferreira (PL) personificam o discurso do Brasilistão e da fé fundamentalista na política. A teologia do domínio e da prosperidade dos pastores em detrimento das ovelhas andam em alta. Tal vertente é a candidata à sucessão do clã Bolsonaro. Na outra ponta, estão os políticos que se elegeram com o apoio do bolsonarismo: Tarcísio, Zema e Ronaldo Caiado correm contra o tempo, mas a favor do vento, sem o seu capitão.

Os democratas no Brasil parecem adormecidos e o governo da conciliação nacional é talvez um dos responsáveis por este estado de coisas. Acha que o bolsonarismo sem Bolsonaro não sobrevive. Está enganado. Com traços de fundamentalismo religioso, está na ordem do dia. Já Bolsonaro deve tomar cuidado. Se não quer ser ‘despedaçado’ politicamente antes de exalar o último suspiro na vida pública, deveria ouvir um certo Ciro. Não o atual... Ciro o fundador do Império Persa, onde o zoroastrismo foi largamente praticado: “O maior perigo do poder é saber quando os que te cercam estão te bajulando ou só desejando mesmo seu completo infortúnio”. Para um líder sem poder, esta máxima é ainda mais mortífera. 

Rusgas

 O PSD em Minas caminha para a unidade em torno da candidatura à reeleição do prefeito Fuad Noman (PSD). Mas ainda há dissidências. O coordenador da bancada federal, Luiz Fernando Faria (PSD), foi ausência registrada no lançamento da pré-candidatura nesta segunda-feira. Luiz Fernando preferiu filiar 25 prefeitos ao PSD no mesmo dia, em local diferente. O presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, que participou do lançamento de Fuad Noman, havia pedido a Luiz Fernando que promovesse as adesões no mesmo evento de Fuad Noman. Luiz Fernando não aceitou.


Firme

 Já a mensagem em vídeo gravada pelo presidente nacional do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD) – que não participou do lançamento da pré-candidatura de Fuad Noman –, agradou ao entorno do prefeito. Foi considerada “firme”.


Coincidência

 

O pedido de exoneração da secretária de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania da Prefeitura de Belo Horizonte, Rosilene Rocha, no dia do lançamento da pré-candidatura de Fuad Noman foi coincidência, afirma o vereador Pedro Patrus (PT). O que de fato motivou a decisão, neste momento, foi a decisão do prefeito de mandar arrancar a identidade visual do Centro de Referência LGBT+. A pressão veio da frente cristã de vereadores.

 

Perfil técnico

 

Rosilene Rocha tem vasta experiência nas políticas de Assistência Social, tendo sido uma das pioneiras em sua implementação no país, por ocasião da criação do Ministério do Desenvolvimento Social no primeiro mandato do governo Lula, comandado por Patrus Ananias (PT). Ao assumir o governo, o ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD) pediu indicação a Patrus Ananias (PT) e ao ex-deputado estadual André Quintão (PT), atual secretário nacional de Assistência Social.


Identidade

 

“Para o PT, a luta pela visibilidade e direitos da população LGBT+ é muito cara. Vimos pessoas chorando porque tiveram a identidade arrancada do centro de referência. Não era um adesivo na porta, é a identidade”, diz Pedro Patrus.


Com Brant

 

O presidente estadual do PSB, deputado estadual Noraldino Júnior, avisa que o ex-vice-governador Paulo Brant é o candidato da legenda à Prefeitura de Belo Horizonte. “PSB está dando todo o apoio”, afirma. Segundo Noraldino, Brant tem a benção do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB).


Novo PAC

 

Foi articulada pelo deputado federal Newton Cardoso Júnior, presidente do MDB, a presença em Araxá, nesta segunda-feira, do ministro das Cidades, Jader Filho (MDB). Diante de 80 prefeitos do Alto Paranaíba, Jader lançou, no Grande Hotel de Araxá, o programa “Minha Casa, Minha Vida” e “Novo PAC”. O presidente da Assembleia, Tadeu Martins Leite (MDB), participou do evento.

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