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Sustentado em bom recall no pulverizado cenário de disputa à Prefeitura de Belo Horizonte, o ex-deputado estadual João Leite (PSDB) é a melhor opção tucana à sucessão do prefeito Fuad Noman (PSD). E ainda que o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, ao lado dos deputados federais Aécio Neves e Paulo Abi-Ackel, anuncie o projeto de marcar a presença do PSDB em todas as capitais e grandes cidades do Brasil, talvez em Belo Horizonte uma composição com Fuad Noman esteja na alça de mira do PSDB.

 

Para defender a indicação de João Leite como vice na chapa à reeleição, tucanos exibem a sua própria pesquisa.

 

O apoio tucano, para Fuad Noman, viria em bom momento. A maior parte dos partidos de “centro”, com os quais contava fortalecer a sua campanha estão escapando: o MDB acolheu o presidente da Câmara Municipal, Gabriel Azevedo; o Republicanos se inclina ao senador Carlos Viana (Podemos); o PP anunciou apoio ao deputado estadual Bruno Engler (PL); em meio a um conflito nacional, as escolhas políticas do União em Minas tornaram-se um poço de incerteza.

 

Já o PSB, do ex-vice-governador Paulo Brant, anunciará a sua pré-candidatura no próximo 2 de abril. Passará ser alvo de disputa para composições de algumas pré-candidaturas.

 

E apesar do bom relacionamento de Fuad Noman com o presidente Lula (PT), a quem apoiou no segundo turno da campanha presidencial, à esquerda, as chances de coligação num primeiro turno estão mais remotas. A menos que uma articulação nacional intervenha nesse sentido – e neste momento não há sinais disso –, o deputado federal Rogério Correia sairá pela Federação PT-PV-PCdoB. Se, por hipótese, a esquerda se unificar no primeiro turno, a tendência seria a convergência das candidaturas da deputada federal Duda Salabert (PDT) e da deputada estadual Bella Gonçalves (Psol) ao campo petista.


Por tudo isso, neste ponto, João Leite é o pássaro que está na mão. Mas poderá voar para o colo de Gabriel Azevedo. E sem um articulador de primeira linha ao lado de Fuad Noman para amarrar consensos, no cenário já há muitos pássaros voando. Líderes partidários estão conscientes do potencial de tração da máquina administrativa para impulsionar a campanha do prefeito ao segundo turno, mas até aqui olham desconfiados para as estatísticas eleitorais. Seguem revoando, até quando o fôlego permitir. Estão entre as duas máximas: o apressado come cru; e quem chega primeiro é que bebe da água limpa. As escolhas estão lançadas.


Pessoas negras

No dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial, nesta quinta-feira, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reitera a recomendação a partidos políticos para a constituição das Comissões de Heteroidentificação, de modo a evitar fraude na distribuição dos recursos públicos destinados às campanhas das pessoas negras.


Conselho

Em conversa com um amigo de longa data, o secretário municipal de Governo, Castellar Guimarães Neto ouviu a recomendação: “Você é primeiro suplente de Carlos Viana. Melhor pedir demissão e sair da Prefeitura de Belo Horizonte. Qualquer coisa que aconteça a léguas do seu gabinete, vão dizer que foi você”. Apesar do bom relacionamento com o prefeito Fuad Noman, Castellar poderá deixar o governo em abril.


Nova interlocução

Em substituição a Castellar Guimarães, a Prefeitura de Belo Horizonte tem novo interlocutor com os vereadores do grupo de Gabriel Azevedo na Câmara Municipal. Será Leonardo Castro, secretário municipal adjunto de Governo. A mudança foi comunicada por Fuad Noman aos vereadores da oposição, que ao lado de Gabriel Azevedo se reuniram com Fuad Noman na prefeitura, após longo afastamento. Na lista de reivindicações está o pagamento de emendas impositivas.


Sonho tucano

O deputado federal Aécio Neves afirma que as eleições municipais de 2026 terão moldura nacional para o PSDB. “É a oportunidade de darmos um alto-falante aos candidatos do PSDB para que digam que teremos projeto presidencial em 2026”, afirma. “O PSDB não pode ser quantificado pelo número de deputados e vereadores. Temos projeto para o Brasil. Somos oposição ao PT, mas não nos confundimos com o bolsonarismo”, diz.

 

Judicialização do ICMS

Foi frustrada a tentativa de acordo mediada pelo presidente do TJMG, desembargador José Arthur de Carvalho Pereira Filho, entre o governo de Minas e prefeituras prejudicadas pelos novos critérios de distribuição do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da Educação em Minas. A prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), avisa que irá judicializar o conflito. “Foram muito importantes as reuniões de tentativa de conciliar e de construir um consenso, mas nós não podemos aceitar apenas um ganho de R$ 7 milhões e continuar perdendo R$ 80 milhões”, disse Marília. “Contagem não aceita essa proposta de acordo que foi apresentada pelo estado”, afirma, avisando que irá levar o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF). (Bruno Nogueira)


Sem resposta

O Ministério Público de Minas Gerais afirma que não recebeu resposta formal da Polícia Militar em relação à captação, conversão e registro dos dados obtidos com as câmeras operacionais portáteis (COPs), distribuídas em 2023, com recursos do Fundo Especial do Ministério Público (Funemp) e do Tesouro estadual. “A expectativa do MPMG é de que a PMMG efetivamente cumpra o projeto que apresentou ao Funemp, que envolveu recursos públicos”, assinala nota oficial divulgada pela instituição.


Reajuste

O plano de carreira e reajuste remuneratório de servidores públicos municipais da área da educação, saúde e administração já foi aprovado em segundo turno pela Câmara Municipal e segue para a sanção de Fuad Noman.