A oposição vive o melhor momento. Participa da gestão, suga os seus recursos e deita o pau no governo. Só Lula não enxerga isso. Só Lula não, aparentemente Zé Dirceu tampouco. E deve haver outros. Fernando Haddad que o diga... -  (crédito: Ilustração)

A oposição vive o melhor momento. Participa da gestão, suga os seus recursos e deita o pau no governo. Só Lula não enxerga isso. Só Lula não, aparentemente Zé Dirceu tampouco. E deve haver outros. Fernando Haddad que o diga...

crédito: Ilustração

O Primeiro de Maio em São Paulo foi esvaziado, segundo reclamou o presidente Lula (PT). Apesar de a economia brasileira ter crescido e o número de empregos também, o governo federal tem queda de popularidade. E vai continuar tendo se insistir em fazer política e publicidade como se fazia há duas décadas. A gestão Lula parece um projeto saído dos anos 70. É um discurso velho e seus parâmetros idem. Em plena era tecnofeudal, Lula e os seus ministros trabalham como se o mundo fosse o mesmo de quando governaram pela última vez.

 

A oposição vive o melhor momento. Participa da gestão, suga os seus recursos e deita o pau no governo. Só Lula não enxerga isso. Só Lula não, aparentemente Zé Dirceu tampouco. E deve haver outros. Fernando Haddad que o diga... Agora, os trabalhadores e a parcela da sociedade que apoiaram Lula, veem outras coisas. Daí o descrédito. Elegeram um governo para brigar por eles e não se sentem representados. O esvaziamento das manifestações é fácil de entender. Somente Zés e Inácios que não entendem...

 

Lula ganharia mais em travar uma luta no campo da comunicação. Deveria criar a própria big tech. Mas a imaginação deste governo é zero. Parceiros é que não faltariam. Os Brics têm como presidente de seu banco Dilma Rousseff. Os chineses têm know-how. Na América Latina parceiros não faltariam. Mas Lula gosta mesmo é de dizer nos fóruns mundiais que “o Brasil voltou”. Ninguém sabe o que isso significa. O trabalhador menos ainda.

 

 

Os dados do crescimento econômico são até bons para uma economia que foi literalmente destruída pelo governo anterior. O emprego cresceu 2,3% ao ano. O salário médio, 4% acima da inflação. A massa salarial subiu quase 7 %. No primeiro trimestre deste ano foram criados 719 mil empregos contra 536 mil do primeiro trimestre de 2023. A taxa de juros Selic, que ainda anda sob a batuta do presidente do Banco Central indicado pelo governo Bolsonaro, recuou de 13,75% para os atuais 10,75%. Ainda assim o trabalhador não se sente representado e a continuar assim, nem se sentirá.

 

A realidade importa pouco. No mundo da pós-verdade vale o que circula no mundo virtual. As equipes de comunicação de Lula não aprenderam com os anos Bolsonaro. Falta ao governo atual o mais importante – seja ele de direita, de esquerda ou ainda de centro-direita, como disse Zé Dirceu. Para alguém criado nos anos 60, as frases e máximas daquele longínquo 68 em Paris deveriam ser familiares. A imaginação é o poder. Recentemente, tivemos um governo só com imaginação, ainda que delirante. Agora temos um com nenhuma.


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Quem cortou?

 

Ao traçar paralelo entre o corte de 350 ficus da Avenida Afonso Pena em 1963 e o corte de 63 árvores, em fevereiro deste ano, no entorno do Mineirão para a realização do Stock Car, a pré-candidata à Prefeitura de Belo Horizonte, Luísa Barreto (Novo), secretária de estado do Planejamento e Gestão, cometeu gafe histórica. Atribuiu a ação ao ex-prefeito Amintas de Barros, do antigo PSD, que administrou Belo Horizonte entre 31 de janeiro de 1959 e 31 de janeiro de 1962.

 

Amintas, não!

 

“Jorge Carone Filho foi o prefeito que cortou numa só madrugada os ficus da Avenida Afonso Pena, em 19 de novembro de 1963. Amar Belo Horizonte e conhecer sua história não é tarefa que se aprende rapidinho para a eleição…”, postou Gabriel Azevedo (MDB), presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte e também pré-candidato. A supressão das árvores foi feita sob alegação de combater uma praga de “Gynaikothrips ficorum”, apelidada no Rio de Janeiro de “Lacerdinha”, em referência a Carlos Lacerda e, em Belo Horizonte, de “Amentinha”, em provocação ao ex-prefeito Amintas de Barros. Gabriel Azevedo ironizou, sem mencionar diretamente Luísa Barreto: “É impossível querer cuidar de Belo Horizonte sem conhecer bastante nossa Belo Horizonte”.

 

Dano moral reflexo

 

A Vale foi condenada a pagar indenização de R$ 800 mil ao companheiro de um encarregado de limpeza, vítima do rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, em janeiro de 2019. A decisão foi da Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST), com base em provas de convivência e de dependência econômica, que respaldaram o direito à indenização por dano moral reflexo. Este se refere ao direito de indenização de pessoas ligadas intimamente à vítima do acidente de trabalho que, de alguma forma, tenham sido atingidas pelo dano sofrido.

 

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Barragens secundárias

 

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) assinou nesta quinta-feira termo de acordo judicial com o governo de Minas para licenciar, fiscalizar e equiparar legalmente as barragens acessórias – secundárias – às políticas nacional e estadual de segurança de barragens. Essas barragens seguram o despejo da lama se houver o rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração. Todas as precauções e obrigações atribuídas às barragens principais, previstas em leis, também deverão ser seguidas pelas secundárias. Antes da assinatura do termo de acordo judicial, as interpretações da Política Estadual de Segurança de Barragens não eram precisas.

 

Descomissionamento

 

A Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) deverá exigir plano de descomissionamento (desativação) das barragens secundárias; estudo de risco geológico, estrutural e sísmico; manual de operação; atualização do plano de segurança da barragem principal e estudo de impacto ambiental. O termo assinado entre MPMG e governo de Minas estabelece o prazo de 60 dias para que o estado apresente relatório público detalhando o cumprimento do acordo.

 

Leilão suspenso

 

A Prefeitura de Belo Horizonte suspendeu o leilão de oito imóveis, que ocorreu nesta terça-feira. A decisão do governo Fuad Noman (PSD) se deu após decisão da Justiça, que, provocada pelo Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos de Belo Horizonte (Sindibel) e vereadores, havia determinado a interrupção do processo. Haverá reavaliação dos imóveis. Localizado em Lagoa Santa, o antigo clube dos servidores havia sido incluído no certame com um lance mínimo de R$ 18 milhões, mas o terreno de 450 mil m² é avaliado em R$ 27 milhões. Em nota, a prefeitura afirmou que todos os imóveis irão passar por novos laudos, que serão publicados antes da nova data para o leilão.

 

Transição energética

 

Marcada desde janeiro, o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, terá, nesta sexta-feira, 3 de maio, audiência com o Papa Francisco. Na pauta, a transição energética inclusiva, a experiência do Brasil com o programa Luz Para Todos e da necessidade de união dos países no combate às mudanças climáticas.