A votação das emendas ao Projeto de Lei 2309/2024, que recompõe os salários dos servidores públicos do estado, ontem, mostrou que o governador Romeu Zema (Novo) segue com dificuldades em sua base na Assembleia Legislativa. Nas seis emendas ao projeto votadas em destaque, a oposição bateu na trave e por pouco não marcou gol. Elas propunham aumento maior aos servidores, seja em forma de elevação do índice proposto pelo governo ou de incorporação ao salário de gratificações, e o pagamento em parcela única da recomposição salarial proposta por Zema que será retroativa a janeiro. Todas foram rejeitadas e acabou prevalecendo a emenda do governador, apresentada ontem de manhã, de última hora, que prevê uma correção nos salários de 4,62%. Inicialmente, o PL propunha 3,62%.
Mas o placar foi bem apertado em todas elas. A maior folga foi de sete votos, quando foi derrotada a emenda que previa o pagamento em parcela única do retroativo da recomposição. E se não houvesse duas baixas na oposição – a deputada Macaé Evaristo (PT) e o deputado Celinho Sintrocell (PCdoB) estavam ausentes por problemas de saúde –, teria sido menor ainda.
A votação mais emblemática foi a da emenda, de autoria do deputado Sargento Rodrigues (PL), que previa recomposição exclusiva para as forças de segurança de 10,67%, referente à inflação acumulada de 2022 e 2023. Por um triz, não passou. O placar foi de 33 a 32 votos. Ainda que essas emendas sejam apenas autorizativas e não obriguem o estado a conceder esse índice, sua aprovação teria um custo elevado para o governo. Zema teria que vetá-las, acirrando ainda mais a insatisfação das polícias com a questão salarial.
Também chamou a atenção a timidez da base no plenário. Nenhum deputado, dos 57 que, teoricamente apoiam o governo no parlamento, foi à tribuna defender enfaticamente a proposta de Zema. Os encaminhamentos em defesa da rejeição das emendas foram feitos, de maneira bem acanhada, pelo líder do governo, João Magalhães (MDB), que praticamente se limitou a orientar os aliados de Zema a votar não. Constrangidos, os deputados que votaram, no ano passado, a favor de um aumento de quase 300% para Zema ficaram mudos.
A falação ficou a cargo da oposição e do plenário, lotado de servidores, principalmente das forças de segurança. Uma faixa estendida alertava os aliados do governador sobre o custo dessa posição. O projeto foi aprovado em primeiro turno na semana passada e precisa ser votado em segundo turno, o que está previsto para acontecer amanhã. A oposição vai repetir as emendas que preveem aumento maior, mudando o texto, mas mantendo o teor. Até lá, o governo ainda vai ter muito trabalho. (Alessandra Mello)
De malas prontas?
O ministro des Minas e Energia, Alexandre Silveira, garantiu ontem, em Belo Horizonte, que se o ex-prefeito Alexandre Kalil estiver no PSD até o começo das eleições, irá apoiar a reeleição do prefeito Fuad Nomam, do mesmo partido. “O Fuad é o candidado do PSD, Kalil está no PSD. Se Kalil estiver no PSD, eu posso garantir que ele apoiará o Fuad por uma questão de coerência e uma questão natural do respeito partidário”, afirmou. (AM)
Sem compromisso
A declaração de Alexandre de Silveira vai de encontro ao que Kalil tem dito em entrevistas. Ao Estado de Minas, ele afirmou que a possibilidade de se aliar a um outro candidato que não seja Fuad é aceita pelo PSD e que isso não seria problema dentro do partido. Com apoio cobiçado, Kalil tem feito mistério sobre seu rumo nas eleições deste ano. (AM)
Tempo na TV
Caso decida apoiar um candidato que não seja Fuad, Kalil poderá ter problemas com a legenda por aparecer na propaganda de outro partido, mas não com a Justiça Eleitoral. A legislação assegura a participação de terceiros nos programas eleitorais, desde que não ultrapasse 25% do tempo da propaganda. Mas se houver vedação no estatuto do PSD, Kalil pode ter que deixar a legenda. (AM)
De molho
O deputado estadual Noraldino Júnior se acidentou, em Canoas (RS), quando tentava resgatar um cachorro ilhado pela enchente. Ele caiu de um telhado e machucou o ombro e as pernas. O parlamentar passou por cirurgia, no fim de maio, e terá que fazer mais uma. Por causa desse acidente, ele se afastou por 120 dias da Assembleia Legislativa. Neste período, ele será substituído pelo seu segundo suplente, Jorge Ali (PSC). O primeiro é o vereador Célio Frois (PV), que não quis assumir a vaga, pois vai disputar a reeleição para a Câmara Municipal de Belo Horizonte. (AM)
Benção do papa
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, quer a benção do papa Francisco (foto) para taxar os super-ricos no Brasil. Em visita oficial ao Vaticano, que deve ocorrer hoje, ele apresentará ao pontifice os temas prioritários do G20 – grupo de países com as maiores economias do mundo –, hoje sob a presidência do Brasil, entre eles a taxação de grandes fortunas e também a luta contra a crise climática e a dívida dos países do hemisfério sul global. (AM)
Heroína da Inconfidência
A presidente do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6), desembargadora federal Mônica Sifuentes, autografou ontem, no Bairro Belvedere, em Belo Horizonte, seu livro “Um poema para Bárbara”, romance histórico que narra a vida da heroína da Inconfidência Mineira, Bárbara Heliodora. Desde 21 de abril deste ano, Heliodora integra o Panteão dos Inconfidentes no Museu da Inconfidência, em Ouro Preto. (AM)