Início do horário eleitoral gratuito é a aposta maior para a alavancagem das candidaturas do deputado estadual Bruno Engler (PL), do prefeito Fuad Noman (PSD) e do deputado federal Rogério Correia (PT) -  (crédito: Arte EM)

Início do horário eleitoral gratuito é a aposta maior para a alavancagem das candidaturas do deputado estadual Bruno Engler (PL), do prefeito Fuad Noman (PSD) e do deputado federal Rogério Correia (PT)

crédito: Arte EM

Apesar da centralidade das mídias digitais na comunicação política das campanhas eleitorais, com a corrida à Prefeitura de Belo Horizonte ainda aberta aos competidores do segundo turno, o início do horário eleitoral gratuito é a aposta maior para a alavancagem das candidaturas do deputado estadual Bruno Engler (PL), do prefeito Fuad Noman (PSD) e do deputado federal Rogério Correia (PT).


 

São candidatos que se respaldam no capital político, nessa ordem, do bolsonarismo, da gestão municipal e na vinculação ao presidente Lula (PT), três trações que, em princípio, teriam potencial de agregação maior do que hoje desempenham essas candidaturas nas pesquisas de intenção de voto. Com bancadas federais mais robustas, caberá a essas três coligações as maiores participações na distribuição do tempo da propaganda gratuita de rádio e televisão: Engler e Fuad monopolizando juntos a metade; e Rogério Correia, cerca de 18%.

 

Também enfrentando a mesma luta para ampliar o seu grau de conhecimento junto ao eleitorado, com a coligação MDB-PSB, o presidente da Câmara Municipal, Gabriel Azevedo (MDB), contará com a quarta maior parcela da distribuição, aproximadamente 11%. Em situação diferente está o deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos), hoje liderando as pesquisas de intenção de voto pela força de seu recall pessoal: contará com cerca de 8% do tempo de rádio e televisão e precisará usá-lo estrategicamente para manter a sua vantagem.

 

 

Já o senador Carlos Viana (Podemos) terá cerca de 4% do tempo, fatia semelhante à da deputada federal Duda Salabert (PDT). Sem bancadas federais, as candidaturas de Lourdes Francisco (PCO), Indira Xavier (UP) e Wanderley Rocha (PSTU) terão cada uma cerca de 1% do tempo total disponível, relativo à parcela de 10% da distribuição do tempo total, divididos igualitariamente entre as candidaturas em disputa.

 

A propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão se iniciará a partir de 30 de agosto, estendendo-se por 35 dias, até a antevéspera do pleito de 6 de outubro. Para candidatos a prefeito serão dois blocos de segunda a sábado de dez minutos cada, além de 42 minutos diários de inserções. É fato que a exposição, em si, não ganha eleição. Inclusive, em contextos eleitorais excepcionais, como o sempre lembrado pleito de 2018, em Minas Gerais e no Brasil não foi fator determinante.

 

Mas o momento é outro. A narrativa da antipolítica vem sendo empurrada para as bordas, na proporção em que a política vai retomando o seu curso natural. As mensagens veiculadas pelo horário eleitoral gratuito e nas inserções de rádio e televisão vão chegar às casas de pessoas não tão jovens, menos atentas à política, que ainda têm nas plataformas tradicionais de mídia – a televisão e o rádio – importantes fontes informativas. Para esse grande contingente de eleitores menos engajado na política, a televisão e o rádio seguem como o principal alarme: é momento de atenção à política. É tempo de eleição. Tal é a dinâmica das grandes cidades.

 

O ambiente informacional ganhará em complexidade com a convergência de plataformas digitais, tradicionais e as interações interpessoais que irão aumentar: mais atento o eleitor à temática que bate à sua porta, passará também a conversar mais sobre as eleições. E é nesse momento que a qualidade da comunicação das campanhas e o carisma pessoal das pessoas que concorrem fazem a diferença. A disputa em curso será por quem formatará a pauta central do debate. Nesse momento, a eleição será decidida.


Ipsemg

O momento não poderia ser menos oportuno para as pautas apelidadas de “saco de maldades”. É o caso do Projeto de Lei (PL) 2.238/24, do Executivo, que eleva o piso dos beneficiários do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg) de R$ 33,02 para R$ 60 e o teto de contribuições de R$ 275,15 para R$ 500. O texto também estabelece a alíquota adicional de 1,2% a beneficiários com mais de 59 anos de idade, além de pôr fim à isenção de contribuição para dependentes com até 21 anos. Quem se encarregou da chamada para verificação de presenças foi o deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos). São necessários 39 parlamentares, mas, houve quórum.


Soma zero

O bloco Democracia e Luta, de oposição ao governo Zema, já anunciou que pretende obstruir a tramitação do projeto. E assinala que, se aprovado, o aumento dos valores de contribuição anulará o reajuste de 4,62% concedido ao funcionalismo público a título de recomposição inflacionária.

 

 

Agora vai

Depois de sucessivos adiamentos, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) avisou à campanha de Bruno Engler que estará em Belo Horizonte no dia 5 de setembro. E no dia 6 irá a Juiz de Fora, assim marcando a data que levou a facada, há seis anos, durante a campanha presidencial.


Empresários

Decididos a ocupar a política, em 2024 empresários são a principal ocupação dos candidatos a prefeito no país e em Minas Gerais, respectivamente, 16,4% e 16,12%. Em 2020, empresários representaram 14,83% das candidaturas a prefeito no país e, no estado, 13,66%.

 

Sucessão na OAB

Com eleições marcadas para novembro, até este momento, três chapas irão disputar a presidência da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção de Minas Gerais: Raimundo Cândido Neto, Adriano Cardoso e Gustavo Chalfun. O atual presidente, Sérgio Leonardo, não irá concorrer à reeleição: apoiará Chalfun e irá assumir cadeira no Conselho Federal da OAB.


Refregas e pacto

Depois dos embates de Executivo e Judiciário com o Legislativo em torno das emendas parlamentares, a paz. Os três poderes assinaram nesta quarta-feira, no Palácio do Planalto, o Pacto pela Transformação Ecológica, unindo-se pela primeira vez em defesa da agenda ambiental. O pacto está organizado em três eixos prioritários: ordenamento territorial e fundiário, transição energética e desenvolvimento sustentável com justiça social, ambiental e climática.