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O governador Romeu Zema (Novo), querendo agradar ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para ser entronizado seu sucessor, externalizou nessa terça-feira (24/9) que Pablo Marçal (PRTB) poderá rachar a direita. Bolsonaro já anda às turras com Pablo. Por ora a pendenga é a Prefeitura de São Paulo e os acordos que envolvem a candidatura à reeleição de Ricardo Nunes (MDB). Mas a esquerda mineira também conhece rachas. Em especial a de Belo Horizonte, anda às turras por sua divisão, que inviabiliza o crescimento de duas candidaturas que, unidas, teriam chance de chegar ao segundo turno.
 
O problema de unidade, como se vê, está à direita e à esquerda. Em vídeo que circula na internet, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) abriu fogo contra o PSD de Gilberto Kassab (PSD), acertando inclusive Nunes, que carrega em seu barco de forças políticas, Jair Bolsonaro. Além de presidente nacional do PSD, Kassab é secretário de Governo e Relações Institucionais de Tarcísio de Freitas (Republicanos) e apoiador de primeira hora da campanha de Ricardo Nunes. Nikolas elege, neste momento o PSD como alvo – e eleva o tom colocando a unidade em torno de Nunes na berlinda, também porque o PL enfrenta o PSD em disputas municipais importantes como no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte.
 
 
Ao atacar o PSD, contudo, que chama de “inimigo oculto”, Nikolas Ferreira não revela a motivação político-eleitoral. Ele se vale da bandeira da extrema direita, insuflada por Elon Musk, que prega o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Depois de afirmar que há 36 senadores favoráveis ao impedimento de Moraes – portanto seriam necessários mais cinco votos –, Nikolas Ferreira afirma que entre 31 senadores indefinidos, dez são do PSD, entre os quais, o presidente do Congresso Rodrigo Pacheco (PSD). Depois de instar eleitores a não votar em candidatos apoiados por esses senadores, Nikolas Ferreira ameaça: “Se os candidatos às prefeituras do PSD não querem o boicote à sua candidatura, que peçam ao senador que apoie o impechment”. E falando a Kassab, sustenta: ou o PSD irá apoiar o impeachment de Moraes ou “a direita não votará em Nunes”.
 
Zema mencionou o que acreditou ver, para 2026, e acertou no que não viu: o racha entre direita e extrema direita pode piorar, e a responsabilidade não será apenas de Pablo Marçal. Enquanto a esquerda se divide em Minas por hegemonia, o racha na extrema direita é mais da tentativa de golpe que se fragmenta. É também parte da guerra interna que se anuncia para 2026, sustentada pelas prefeituras municipais. Ameaças institucionais aos embalos de campanhas... Com a palavra o Supremo, mas também os eleitores.


De olho na suplência

Suplentes do Avante e do PSD acompanham com atenção o desempenho dos deputados estaduais Fabio Avelar (Avante) e Douglas Melo (PSD), que lideram as disputas às prefeituras de Nova Serrana e de Sete Lagoas. Com 28.452 votos, no Avante, Carol Caram assumiria a cadeira. No PSD, a primeira suplência é de Makoto Sekita: teve 44.457 votos.

Candidato São Gotardo

Agroindustrial, Makoto Sekita é de São Gotardo e, neste momento, concorre à eleição para a prefeitura municipal da cidade. Se eleito, será convocado o segundo suplente do PSD, o ex-deputado estadual Adalclever Lopes (PSD), atualmente na coordenação da campanha do deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos) à Prefeitura de Belo Horizonte. “Ele não apoia o partido, mas o PSD poderá lhe dar uma vaga na Assembleia”, ironiza Cássio Soares, deputado estadual e presidente do PSD em Minas. Cássio Soares é um dos coordenadores da campanha à reeleição do prefeito Fuad Noman (PSD).

Cônsul americana

Kristie Di Lascio é a nova cônsul do escritório em Belo Horizonte da Embaixada dos Estados Unidos. Ela assumiu neste mês de setembro. Com recente atuação como Oficial Econômica Regional na Embaixada dos Estados Unidos em Montevidéu, Di Lascio já trabalhou na China, na Espanha e no Paquistão. Fluente em mandarim, antes do serviço diplomático, trabalhou no Departamento de Comércio dos EUA com o foco no mercado chinês. Di Lascio substitui Katherine Earhart Ordoñez, que terminou em agosto a sua missão à frente do consulado em Belo Horizonte.

 

Na campanha

O PV vai formalizar a adesão à candidatura de Fuad Noman (PSD) nesta quinta-feira. Mas, na prática, as principais lideranças já aderiram à campanha à reeleição. Colega de rádio e amigo pessoal do vereador Álvaro Damião (União), que é o vice da chapa de Fuad, o deputado estadual Mário Henrique Caixa (PV) já está participando de agendas e pedindo votos. “O PV está no governo de Fuad Noman, tem a secretaria de Meio Ambiente e a Fundação de Parques e Jardins. Então é uma aproximação natural, uma vez que ele, neste momento, é quem tem maior chance de chegar ao segundo turno”, diz Caixa, cujo partido integra a federação PT-PV-PcdoB, que lançou o deputado federal Rogério Correia (PT) à PBH.

Verdes

Osvander Valadão, presidente do PV de Minas, explica a decisão da legenda em apoiar Fuad Noman. “Aguardamos o avançar da campanha para ver a evolução do cenário. Reunimos esta semana a bancada estadual e de vereadores para uma decisão: o risco de ter no segundo turno uma candidatura da extrema direita e uma da direita é grande. O PV já está no governo. Então eu não chamo isso de voto útil, mas de voto responsável”, justifica Osvander.