No momento em que o prefeito Fuad Noman (PSD) inicia trajetória de crescimento nas pesquisas de intenção de voto, dá um passo em falso. Não compareceu ao segundo debate consecutivo. Voltou a ser alvo preferencial de artilharia pesada, não só em relação a gestão municipal principalmente na saúde, na mobilidade e na educação; mas também foi politicamente atacado e acusado de relações não republicanas com o segmento do transporte. O arsenal de críticas flanou no ambiente do debate e, hoje pelos próximos dias, seguirá em cortes e recortes, flutuando pelos feeds das mídias digitais.
Também ausente, pelo segundo confronto consecutivo, o senador Carlos Viana (Podemos). Está em queda franca nas pesquisas de intenção de voto. Há quem aposte que a candidatura não se arrastará até o pleito. Maior argumento em favor de tal hipótese é que, diferentemente de Fuad, Viana foi ausência não sentida. Não foi mencionado; não foi elogiado; não foi criticado. Já não desperta sentimento algum dos concorrentes: nem amor, nem ódio. Ninguém se importa.
Não é o caso de Fuad, carta que está no baralho eleitoral. O prefeito começa a crescer nas pesquisas de intenção de voto, trazendo em seu encalço Bruno Engler (PL) e encurtando a distância, à sua frente, em relação a Mauro Tramonte (Republicanos). Até por isso, a ausência dele em teatro de guerra será fardo difícil de ser carregado. A contundente blitzkrieg sobre Fuad, em ataque combinado de todos os candidatos presentes – Mauro Tramonte (Republicanos), Bruno Engler (PL), Duda Salabert (PDT), Rogério Correia (PT) e Gabriel Azevedo (MDB) - ficou sem resposta. Estivesse presente, Fuad, com certeza, teria algo a dizer em seu favor. Mas cadeiras não falam. O silêncio, aqui, soa como presságio de omissão, de apatia, daquele que apanha e não reage. Eleitores costumam pescar nas entrelinhas.
Debates são assim. Podem ser intensos. No folclore das eleições presidenciais americanas consta o célebre enfrentamento de 1960, entre o candidato democrata John F. Kennedy e o vice-presidente republicano Richard Nixon. Eis que um Nixon que estivera doente, surge transpirando, pálido, e ainda dando-se ao luxo de dispensar a maquiagem. Em contraponto, o fotogênico, bronzeado e bem-disposto Kennedy seduzia o seu público olhando diretamente para as câmeras. Grande parte dos 66 milhões que assistiram aquele primeiro debate televisionado da história o considerou vitorioso. Entretanto, a perversidade da política pode ser tal que aqueles que acompanharam o enfrentamento pelo rádio apontaram Nixon como o melhor.
E assim, a adequada apresentação de candidatos entrou para a lista de prioridades do marketing político. Não basta falar bem; é preciso também estar bem com as câmeras. Kennedy venceu a eleição; depois foi assassinado, mas esta é outra história. Debates sempre foram importantes. Mais recentemente, num mundo em que o confronto atrai interesse, e as mídias digitais pedem os melhores momentos, tornam-se ainda mais definidores.
Medalha JK
A ministra substituta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edilene Lobo, será homenageada nesta quinta-feira, com a outorga da Medalha Presidente Juscelino Kubistchek. A cerimônia será em Diamantina. Nesta quinta, 12 de setembro, completam-se 122 anos de nascimento do ex-prefeito de BH, ex-governador de Minas e ex-presidente da República.
Laços
Dizem que em 2021, quando o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) veio a Minas em campanha para as prévias tucanas que indicariam o candidato à Presidência da República, ele se encontrou com o governador Romeu Zema (Novo), em confraternização na casa do deputado federal Paulo Abi-Ackel (PSDB). Zema indagou a Leite: “No Rio Grande do Sul, você tem bom relacionamento com a federação das indústrias?”. O gaúcho respondeu: “Tenho sim, ótimo”. Zema então revelou-lhe que, em Minas, a proximidade com Flávio Roscoe, presidente da Fiemg, é tamanha que em geral eles se falam cinco vezes ao dia. Eduardo Leite espantou-se: “Cinco? Eu converso três vezes ao ano”.
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Em audiência pública na comissão de Segurança Pública da Assembleia, o secretário de Estado da Fazenda, Luiz Claudio Gomes, admitiu que o Regime de Recuperação Fiscal não traga sustentabilidade. Mas, disse ele, é a única solução existente em lei: o Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag) ainda não foi votado pela Câmara dos Deputados. Segundo o secretário, o governo de Minas irá migrar do RRF para o Propag assim que possível.
Alívio
Na Assembleia Legislativa, até deputados estaduais da base do governo Zema apoiam a adesão ao Propag. Segundo o deputado Arlen Santiago (Avante), a aprovação do programa pela Câmara - a matéria está em regime de urgência – poderia trazer um “alívio” para o estado.