Excluídas as exceções em que a mulher, em geral precedida pelo homem, atua “em sociedade” com o marido na política, potencializando a influência da família em espaços de representação, o casamento não parece ser estímulo à participação político eleitoral feminina. Em todo o país, nestas eleições de 2024 apenas 28,1% das candidaturas de pessoas casadas são femininas.

 

 

Em Minas, 27,1% dos postulantes a algum cargo são mulheres. Mas, sem o peso da estrutura patriarcal sobre a sua rotina, 61,4% das pessoas viúvas que se candidatam em 2024 em todo o país são mulheres: portanto, mulheres viúvas têm 2,2 vezes mais chance do que mulheres casadas de terem apresentado a sua candidatura para algum cargo eletivo neste pleito.

 

Também as mulheres solteiras fazem mais incursões à política eleitoral do que casadas: em todos os municípios brasileiros, 38,4% das candidaturas de pessoas solteiras são de mulheres, o que significa dizer que em 2024, uma mulher solteira apresentou 37% a mais de chance de disputar uma eleição do que uma mulher casada. A estatística de candidaturas de pessoas viúvas em Minas é muito próxima à nacional. Os dados foram extraídos para análise da plataforma do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

 



 

Embora gostem de política e, segundo demonstram estudos de gênero, as mulheres tendem a maior engajamento do que homens em organizações civis e em defesa de causas, as estatísticas de candidaturas femininas em 2024 repetem a histórica prevalência masculina nesses espaços: são homens 85% de postulantes para prefeituras, 77% para as vice-prefeituras e 65% para as cadeiras de câmaras municipais.

 

Comparativamente ao cenário nacional das candidaturas, Minas está entre as unidades da federação com a menor presença de candidaturas femininas para as três funções representativas: para as prefeituras mineiras, apenas 11% das candidaturas são femininas; na disputa às vice-prefeituras, 20% são mulheres; e para as câmaras municipais, 34% das candidaturas são femininas. O universo da participação política eleitoral segue pouco atraente, violento e de difícil acesso para mulheres, e, entre estas, ainda mais para as casadas do que para as solteiras, separadas e viúvas.

 

Ao refletir sobre o matrimônio em seu tempo, Arthur Schopenhauer (1788-1860), pelas frustrações com o sexo feminino, em particular a sua mãe, um misógino militante, cunhou a assertiva que ainda hoje, século e meio depois, segue mencionada: “Casar-se significa duplicar as suas obrigações e reduzir pela metade os seus direitos”.

 

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Ele, que considerava o matrimônio um “instituto assistencial”, dirigia-se aos homens: o matrimônio seria, em sua forma de sentir o mundo, como “agarrar um saco, de olhos vendados, e rezar para que se ache uma enguia em meio a um monte de cobras”. Não por coincidência o filósofo alemão é detestado pelos movimentos feministas alemães. E se de fato pudesse distanciar-se de seus ressentimentos, perceberia que a sua máxima é mais pertinente à descrição da condição das mulheres do que a dos homens.

 

Planalto

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), reiterou ontem, em almoço com empresários, que poderá concorrer ao Planalto Em 2026. O evento foi organizado pelo Lide, no hotel Fasano, em BH. Zema afirmou que dialoga com os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União), de São Paulo, Tarcísio Freitas, e o governador do Paraná, Ratinho Jr (PSD), para a construção de uma candidatura à direita. "Coloquei para o grupo (político) que eu vou apoiar o candidato que o grupo vier a apoiar, e que esse nome pode ser qualquer um daqueles que estão no grupo, inclusive o meu", disse.

 

Pesquisas

Ao ser indagado sobre quem terá o seu apoio na sucessão ao governo de Minas, em 2026, Zema sustentou que as pesquisas indicarão. O vice-governador Mateus Simões (Novo) é o nome da legenda. No grupo político de Zema, há quem apoie o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos).

 

Novo comando

O chefe do Gabinete Militar do governador e coordenador Estadual de Defesa Civil, coronel Carlos Frederico Otoni Garcia, será o novo comandante-geral da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG). Ele substituirá o coronel Rodrigo Piassi do Nascimento, que enfrentava dificuldades no relacionamento com as tropas. Também na chefia do Estado-Maior da Polícia Militar, há troca de comando: sai o coronel Marcelo Ramos de Oliveira e assume Maurício José de Oliveira, atualmente corregedor-chefe da corporação.

 

 

Diálogo

Em acordo com o Executivo, Tribunal de Justiça, Ministério Publico, Tribunal de Contas do Estado e demais poderes estudam quais cortes poderão realizar em seus respectivos orçamentos. Depois do estranhamento inicial com a edição do decreto de gastos, a expectativa é de que o Executivo complemente cortando em seu próprio orçamento eventuais diferenças que estejam além das possibilidades de redução dos poderes.

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