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EM MINAS

Uma guerra com um favorito, mas ainda inconclusa

Os dados da pesquisa sugerem um quadro estável, até aqui sem sinalização de uma mudança drástica

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icone relogio 25/10/2024 06:00
Os dados sugerem um quadro estável, até aqui sem sinalização de uma mudança drástica na disputa entre Fuad e Engler -  (crédito: Quinho)

Os dados sugerem um quadro estável, até aqui sem sinalização de uma mudança drástica na disputa entre Fuad e Engler

crédito: Quinho

Em um ambiente informacional conturbado por fake news e distorções do debate de temas afetos à rotina e à vida do cidadão, a dois dias da eleição, o prefeito Fuad Noman (PSD) mantém, segundo o Datafolha, sete pontos percentuais de vantagem em relação a Bruno Engler (PL). O Datafolha aponta a mesma diferença projetada por esta coluna, na quinta-feira, em leitura pelo método da média entre as médias dos mais recentes levantamentos. É uma estreita margem. Mas alguns indicadores reforçam a vantagem de Fuad Noman neste momento.

 

 

A rejeição a Bruno Engler alcança 47% do eleitorado – ou seja, quase a metade das pessoas que votam na capital mineira declaram que não votariam em Engler de jeito nenhum. A rejeição de Fuad Noman é menor: 36% declaram que não votariam nele, uma taxa também alta, mas compatível e na média esperada em cenários de disputa similares ao caso belo-horizontino, em que o prefeito se torna o alvo principal de ataques e críticas de todas as candidaturas.


Olhando para a evolução das linhas de tendência do Datafolha, ambos apresentam uma oscilação negativa de dois pontos percentuais, dentro da margem de erro, em relação ao levantamento de 8 e 9 de outubro. Portanto, os dados sugerem um quadro estável, até aqui sem sinalização de uma mudança drástica. Considerando-se, contudo, a volatilidade do ambiente informacional sobretudo na reta final, segue a disputa voto a voto, com aposta das duas campanhas em estimular aqueles que, no primeiro turno, não votaram, anularam ou votaram branco – um contingente 36,38% do eleitorado belo-horizontino, a maior taxa de não aproveitamento do milênio.


Nesta sexta-feira, no debate da Globo, Fuad e Engler terão o seu confronto final. Eventual reeleição do prefeito neste domingo sugere uma composição de forças políticas no estado de maior estabilidade para todos os atores e grupos políticos: já concorrendo a novo mandato, o prefeito não poderá disputar em 2028; é um perfil conciliador, que dialoga institucionalmente com o governo Zema e com o governo Lula, portanto, não afastaria investimentos. Fuad Noman representa uma candidatura de centro, centro-direita, não estimularia a polarização e fissuras na sociedade nem traria o desconforto que caracteriza a guerra cultural movida pelo bolsonarismo.


Além disso, o PSD de Fuad Noman está na base do governo Zema, na Assembleia e na base do governo Lula, no âmbito federal. Sem padrinho político, uma vitória de Fuad não repercutiria positivamente sobre Lula (PT), que nem sequer veio a BH; nem negativamente sobre Romeu Zema (Novo), que anunciou apoio a Engler em cidade vizinha, longe do candidato bolsonarista, e apenas ontem apareceu, pela primeira vez, em vídeo, ao lado do deputado.


Por outro lado, eventual vitória de Engler teria potencial para alterar a composição de forças políticas em BH, e, portanto, no estado. Com o fortalecimento da extrema direita, Zema perderia força na condução de sua sucessão, em apoio ao vice-governador Mateus Simões (Novo). Sairiam fortalecidos de hipotético cenário, além de Engler, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) e o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos), provável candidato ao governo de Minas. Sob essa perspectiva, a extrema direita tenderia a impor o seu protagonismo sobre os projetos políticos do governador no estado; e não o contrário, como vem ocorrendo hoje. São cenários prospectivos. De realidade, há dois dias de muita tensão, em que os candidatos lutam para alcançar a linha de chegada, muitas vezes se esquecendo da advertência de grandes generais: “Na guerra você vê suas próprias dificuldades, e não leva em conta as dificuldades do adversário”.

 

 

Visita protocolar

Depois de reunir-se com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) para pedir apoio à aprovação do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), o governador Romeu Zema (Novo) fez rápida visita ao presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD). Autor do projeto, Rodrigo Pacheco trabalhou em articulação com o presidente da Assembleia Legislativa, Tadeu Martins Leite (MDB), para construir o texto que oferece alternativa aos estados para a repactuação das dívidas com o governo federal. Além de negociar com o governo federal, Pacheco trabalhou pela aprovação da matéria no Senado Federal. Zema relatou a Pacheco o encontro com Lira e também solicitou ajuda para a mobilização da bancada federal mineira.

 


Mudança

Romeu Zema, que, em princípio, manifestava resistência ao Propag, agora que tem homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a adesão do estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), passou a considerar o programa a melhor alternativa. Atropelada pela movimentação de Zema para a homologação judicial do RRF, a Assembleia Legislativa, que já não via essa adesão com bons olhos, entrou em compasso de espera.

 

 

Quem é?

Entre vereadores reeleitos e suplentes uma simulação tem despertado particular interesse na Câmara Municipal de Belo Horizonte: quem seria beneficiado na hipótese de impugnação da candidatura de Lucas Ganem (Podemos), eleito vereador, mas morando em São Paulo (SP), sem ter residência fixa em Belo Horizonte e vínculos com a capital mineira, conforme reportagem publicada pelos jornalistas Guilherme Peixoto e Lucas Ragazzi, de “O Fator”. É uma discussão jurídica difícil, já que, segundo juristas, até mesmo um hotel pode caracterizar residência.

 

 

Apresentação

Foi agendada pela Câmara Municipal, para o dia 30 deste mês, reunião para a apresentação dos protocolos e procedimentos do Legislativo para os 18 novos vereadores eleitos. Dos 41, 23 conquistaram novo mandato. Entre os “novatos”, 15 são em primeiro mandato. Osvaldo Lopes (Republicanos), Edmar Branco (PCdoB) e Uner Augusto (PL) já foram vereadores.

 

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Órgão regulador

O governo de Minas Gerais protocolou na Assembleia Legislativa projeto de lei que cria uma agência reguladora de transportes no estado, que vai funcionar nos moldes da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). Caberá a essa agência atuar no acompanhamento inclusive dos preços dos pedágios das rodovias estaduais concedidas. Há, entre deputados estaduais, grande insatisfação com os valores que estão sendo cobrados.

 

Bets

A comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar a atuação dos sites de apostas esportivas no Brasil será instalada nesta sexta-feira (25/10), no Senado Federal, por requerimento da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS). As bancadas parlamentares definiram nove dos 11 senadores que serão titulares nesta comissão — União Brasil e PSB ainda escolherão os nomes que vão representá-los. Serão escolhidos nesta sexta ainda os senadores que ocuparão os postos de presidente, vice-presidente e relator entre os membros indicados. Além de Soraya Thronicke, que é titular, a CPI terá apenas mais uma mulher, Eliziane Gama (PSD-MA), suplente pelo bloco que reúne PSB, PT e PSD.

Uma guerra com um favorito, mas ainda inconclusa - Política
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Uma guerra com um favorito, mas ainda inconclusa

Os dados da pesquisa sugerem um quadro estável, até aqui sem sinalização de uma mudança drástica

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Os dados sugerem um quadro estável, até aqui sem sinalização de uma mudança drástica na disputa entre Fuad e Engler -  (crédito: Quinho)

Os dados sugerem um quadro estável, até aqui sem sinalização de uma mudança drástica na disputa entre Fuad e Engler

crédito: Quinho

Em um ambiente informacional conturbado por fake news e distorções do debate de temas afetos à rotina e à vida do cidadão, a dois dias da eleição, o prefeito Fuad Noman (PSD) mantém, segundo o Datafolha, sete pontos percentuais de vantagem em relação a Bruno Engler (PL). O Datafolha aponta a mesma diferença projetada por esta coluna, na quinta-feira, em leitura pelo método da média entre as médias dos mais recentes levantamentos. É uma estreita margem. Mas alguns indicadores reforçam a vantagem de Fuad Noman neste momento.

 

 

A rejeição a Bruno Engler alcança 47% do eleitorado – ou seja, quase a metade das pessoas que votam na capital mineira declaram que não votariam em Engler de jeito nenhum. A rejeição de Fuad Noman é menor: 36% declaram que não votariam nele, uma taxa também alta, mas compatível e na média esperada em cenários de disputa similares ao caso belo-horizontino, em que o prefeito se torna o alvo principal de ataques e críticas de todas as candidaturas.


Olhando para a evolução das linhas de tendência do Datafolha, ambos apresentam uma oscilação negativa de dois pontos percentuais, dentro da margem de erro, em relação ao levantamento de 8 e 9 de outubro. Portanto, os dados sugerem um quadro estável, até aqui sem sinalização de uma mudança drástica. Considerando-se, contudo, a volatilidade do ambiente informacional sobretudo na reta final, segue a disputa voto a voto, com aposta das duas campanhas em estimular aqueles que, no primeiro turno, não votaram, anularam ou votaram branco – um contingente 36,38% do eleitorado belo-horizontino, a maior taxa de não aproveitamento do milênio.


Nesta sexta-feira, no debate da Globo, Fuad e Engler terão o seu confronto final. Eventual reeleição do prefeito neste domingo sugere uma composição de forças políticas no estado de maior estabilidade para todos os atores e grupos políticos: já concorrendo a novo mandato, o prefeito não poderá disputar em 2028; é um perfil conciliador, que dialoga institucionalmente com o governo Zema e com o governo Lula, portanto, não afastaria investimentos. Fuad Noman representa uma candidatura de centro, centro-direita, não estimularia a polarização e fissuras na sociedade nem traria o desconforto que caracteriza a guerra cultural movida pelo bolsonarismo.


Além disso, o PSD de Fuad Noman está na base do governo Zema, na Assembleia e na base do governo Lula, no âmbito federal. Sem padrinho político, uma vitória de Fuad não repercutiria positivamente sobre Lula (PT), que nem sequer veio a BH; nem negativamente sobre Romeu Zema (Novo), que anunciou apoio a Engler em cidade vizinha, longe do candidato bolsonarista, e apenas ontem apareceu, pela primeira vez, em vídeo, ao lado do deputado.


Por outro lado, eventual vitória de Engler teria potencial para alterar a composição de forças políticas em BH, e, portanto, no estado. Com o fortalecimento da extrema direita, Zema perderia força na condução de sua sucessão, em apoio ao vice-governador Mateus Simões (Novo). Sairiam fortalecidos de hipotético cenário, além de Engler, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) e o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos), provável candidato ao governo de Minas. Sob essa perspectiva, a extrema direita tenderia a impor o seu protagonismo sobre os projetos políticos do governador no estado; e não o contrário, como vem ocorrendo hoje. São cenários prospectivos. De realidade, há dois dias de muita tensão, em que os candidatos lutam para alcançar a linha de chegada, muitas vezes se esquecendo da advertência de grandes generais: “Na guerra você vê suas próprias dificuldades, e não leva em conta as dificuldades do adversário”.

 

 

Visita protocolar

Depois de reunir-se com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) para pedir apoio à aprovação do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), o governador Romeu Zema (Novo) fez rápida visita ao presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD). Autor do projeto, Rodrigo Pacheco trabalhou em articulação com o presidente da Assembleia Legislativa, Tadeu Martins Leite (MDB), para construir o texto que oferece alternativa aos estados para a repactuação das dívidas com o governo federal. Além de negociar com o governo federal, Pacheco trabalhou pela aprovação da matéria no Senado Federal. Zema relatou a Pacheco o encontro com Lira e também solicitou ajuda para a mobilização da bancada federal mineira.

 


Mudança

Romeu Zema, que, em princípio, manifestava resistência ao Propag, agora que tem homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a adesão do estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), passou a considerar o programa a melhor alternativa. Atropelada pela movimentação de Zema para a homologação judicial do RRF, a Assembleia Legislativa, que já não via essa adesão com bons olhos, entrou em compasso de espera.

 

 

Quem é?

Entre vereadores reeleitos e suplentes uma simulação tem despertado particular interesse na Câmara Municipal de Belo Horizonte: quem seria beneficiado na hipótese de impugnação da candidatura de Lucas Ganem (Podemos), eleito vereador, mas morando em São Paulo (SP), sem ter residência fixa em Belo Horizonte e vínculos com a capital mineira, conforme reportagem publicada pelos jornalistas Guilherme Peixoto e Lucas Ragazzi, de “O Fator”. É uma discussão jurídica difícil, já que, segundo juristas, até mesmo um hotel pode caracterizar residência.

 

 

Apresentação

Foi agendada pela Câmara Municipal, para o dia 30 deste mês, reunião para a apresentação dos protocolos e procedimentos do Legislativo para os 18 novos vereadores eleitos. Dos 41, 23 conquistaram novo mandato. Entre os “novatos”, 15 são em primeiro mandato. Osvaldo Lopes (Republicanos), Edmar Branco (PCdoB) e Uner Augusto (PL) já foram vereadores.

 

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O governo de Minas Gerais protocolou na Assembleia Legislativa projeto de lei que cria uma agência reguladora de transportes no estado, que vai funcionar nos moldes da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). Caberá a essa agência atuar no acompanhamento inclusive dos preços dos pedágios das rodovias estaduais concedidas. Há, entre deputados estaduais, grande insatisfação com os valores que estão sendo cobrados.

 

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A comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar a atuação dos sites de apostas esportivas no Brasil será instalada nesta sexta-feira (25/10), no Senado Federal, por requerimento da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS). As bancadas parlamentares definiram nove dos 11 senadores que serão titulares nesta comissão — União Brasil e PSB ainda escolherão os nomes que vão representá-los. Serão escolhidos nesta sexta ainda os senadores que ocuparão os postos de presidente, vice-presidente e relator entre os membros indicados. Além de Soraya Thronicke, que é titular, a CPI terá apenas mais uma mulher, Eliziane Gama (PSD-MA), suplente pelo bloco que reúne PSB, PT e PSD.