Fuad Noman, prefeito reeleito de Belo Horizonte -  (crédito: Quinho/EM/D.A. Press)

Fuad Noman, prefeito reeleito de Belo Horizonte

crédito: Quinho/EM/D.A. Press

Eleição terminada, página virada. Considerando natural que o governador Romeu Zema (Novo) tenha feito as suas escolhas políticas na disputa à Prefeitura de Belo Horizonte, – no primeiro turno Zema apoiou o deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos) e, no segundo, o deputado estadual Bruno Engler (PL) – o prefeito reeleito Fuad Noman (PSD) manterá o relacionamento institucional e republicano com Romeu Zema.

 

“Tenho com o governador uma relação institucional, republicana, que será mantida. O governador sempre foi muito cortês comigo e estou certo de que vai continuar ajudando Belo Horizonte”, afirmou o prefeito reeleito, em entrevista exclusiva ao Estado de Minas.

 

 

Com 2026 à vista, em que passará pela capital mineira a disputa ao governo de Minas e, também, à Presidência da República, Fuad Noman evita se comprometer: avisa que é um homem de partido e que, nesse sentido, acompanhará a orientação da legenda no plano nacional, em se tratando da disputa ao Planalto e, no plano estadual, ao governo de Minas.

 

 

Fuad Noman guarda reconhecimento pelo apoio recebido de Gilberto Kassab, no momento em que enfrentou as maiores dificuldades para a governabilidade. Foi um momento em que, também no âmbito da legenda, não havia consenso entre lideranças mineiras para o apoio à reeleição do prefeito. Intermediado pelo deputado estadual Cássio Soares (PSD), presidente estadual do partido, Fuad Noman esteve com Kassab, que ajudou na construção da unidade dentro do partido.

 

Enquanto para a reeleição de Lula, segue em aberto uma composição com o PSD – que poderá inclusive indicar o vice na chapa; por outro lado, Kassab é o homem-forte de Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, que sai fortalecido deste pleito como potencial candidato ao Planalto. Já na disputa ao governo de Minas, dois candidatos potenciais do PSD despontam, Alexandre Silveira, ministro das Minas e Energia e Rodrigo Pacheco, presidente do Congresso Nacional. Estas são as nuvens.

 

 

Entrevista/Fuad Noman

"Estou certo de que Zema vai continuar ajudando BH"

 

Como será o seu relacionamento com o governador Romeu Zema, que declarou apoio a Bruno Engler, embora não tenha participado da campanha?

 

Tenho com o governador uma relação institucional, republicana, que será mantida. O governador sempre foi muito cortês comigo e estou certo de que vai continuar ajudando Belo Horizonte.

 

O PSD está na base de Zema, na Assembleia, na base de Lula no plano nacional e tem em seu presidente, Gilberto Kassab grande apoiador de Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo. Em meio a tantas forças políticas, qual será o seu posicionamento em 2026 na eleição presidencial? E para o governo de Minas?

 

Eu sou um homem de partido. Então, vou seguir a orientação do meu partido, que é o PSD, que tem como presidente o grande político Gilberto Kassab. Ele foi o responsável por conquistas importantes da legenda nessas eleições municipais, como a eleição de mais de 890 prefeitos, por exemplo – entre eles os de Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba, Florianópolis, São Luís. No caso da disputa pelo governo de Minas, temos grandes lideranças que têm plenas condições de pleitear a candidatura ao Palácio Tiradentes, como o ministro Alexandre Silveira e o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco, embora a eleição para o governo de Minas esteja muito distante.

 

Como projeta o relacionamento com a Câmara Municipal, uma vez que o governo ainda não tem maioria? Como vai construir essa maioria?

 

Espero um relacionamento harmônico entre o Executivo e o Legislativo. Minha expectativa é que os vereadores, mantendo sua independência, trabalhem para ajudar Belo Horizonte, votando os projetos que são importantes para transformarmos a nossa capital num lugar cada vez melhor para se viver.

 

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O sr. conquistou duas vitórias – pessoal, vencendo o câncer, e uma política, vencendo a eleição? Qual é o próximo desafio pessoal e político? Algum livro a caminho?

 

Temos grandes desafios pela frente. O primeiro deles é concluir as obras que estão em andamento, todas elas de grande relevância para a cidade, como aquelas contra as enchentes, de contenção de encostas, de mobilidade urbana, de requalificação do centro da cidade. Outro grande desafio é conseguir a gestão do Anel Rodoviário, para fazermos as intervenções necessárias de tal forma a evitar que essa via, que se transformou numa avenida, continue causando tanta tragédia na cidade. Temos também a missão de construir, do zero, um novo bairro no antigo aeroporto Carlos Prates, onde vamos construir 4.500 moradias. E temos também o compromisso de melhorar a nossa saúde, a nossa educação, o transporte coletivo. Com tanto trabalho, se tiver um tempinho, vou escrever o meu quarto livro. Como gosto de dizer aos amigos, não sou exatamente um escritor. Sou um contador de história. E tenho muitas histórias para contar.