Entre as oito cidades mineiras com mais de 200 mil eleitores e, por isso, podem ter eleições em segundo turno, as sucessões em Contagem, Betim e Ribeirão das Neves são aquelas em que a candidatura à reeleição ou as candidaturas apoiadas pelas atuais gestões construíram alianças de amplo espectro ideológico, da direita à esquerda. São exemplos típicos de governos bem avaliados, por pessoas que consolidaram hegemonia política local, com habilidade para convergir apoios que sinalizam à sociedade ao sistema político a perspectiva de continuidade no poder.


 



 


Com 14 partidos políticos coligados que percorrem grande parte do espectro ideológico, a prefeita de Contagem Marília Campos (PT) é a favorita, logrando isolar o seu adversário principal, o deputado federal Junio Amaral (PL), encapsulado em aliança com o Novo.

 

 

Em Betim e em Ribeirão das Neves, o cenário é semelhante, com a diferença de que os atuais prefeitos, respectivamente Vittorio Medioli (sem partido) e Junynho Martins (União Brasil), lançaram as candidaturas de Heron Domingues Guimarães (União) e de Túlio (PP). Enquanto Heron lidera coligação com 18 legendas – do PL ao PSB, passando por Republicanos, União, PSD e MDB; Túlio tem em torno de si 13 legendas, do PP ao Psol. Nas duas cidades, as candidaturas de esquerda estão contidas em seu próprio espectro ideológico.

 

 

Enquanto nessas cidades a evolução do cenário político-eleitoral segue numa toada de previsibilidade, a capital mineira se lança numa montanha-russa de prognósticos. Com recall e memória afetiva associada ao seu programa de televisão, o deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos) chegou à disputa reposicionando todos os atores.

 

 

 

Entretanto, com uma coligação apenas com o Novo, o que não contribuiu para ampliar o seu tempo de antena, foi prejudicado no período da campanha pela falta de exposição. Perdeu a vantagem, e, em situação de empate técnico com Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD), precisará lutar, neste momento, para sobreviver ao segundo turno.

 

 

Mas não apenas isso é revelado pela mais recente pesquisa Datafolha, divulgada nesta quinta-feira. A esquerda dividida entre Duda Salabert (PDT) e Rogério Correia (PT),segue estagnada e sem tração para alcançar o segundo turno. Por outro lado, em linha ascendente de crescimento, Gabriel Azevedo (MDB) dá indicativos de que vai surpreender em votação. Carlos Viana (Podemos) segue mal posicionado, emitindo sinais de que terminará a campanha menor do que começou. Fato é que a disputa pelo segundo turno em Belo Horizonte segue aberta.

 


Agora é a hora em que as candidaturas realmente têm a atenção do eleitor. As linhas de tendência estão dadas. Se é verdade que a campanha só começa após a parada de Sete de Setembro, como gostava de repetir Hélio Garcia, o jogo é jogado antes de entrar em campo. No jargão dos profissionais: assim se escolhem adversários.

 

 

Não de hoje a política em Minas anda sem lideranças, em todos os campos ideológicos, com capacidade para alinhavar amplos consensos que se refletem na capital mineira. O nome disso é política. E boa e sempre atual política. É assim que nesse turfe da capital, entre competidores conhecidos e cavalos de sangue novo, só não faltam emoções. Façam as suas apostas, mas preservem as suas casas.

 

 

Em números

O projeto de Lei do Orçamento Anual (LOA) de 2025 para Belo Horizonte enviado pelo Executivo à Câmara Municipal estima receita de R$ 22,6 bilhões, mesmo valor previsto para a despesa. Desse montante, R$ 7,3 bilhões – o equivalente a 32% – serão destinados à Saúde; R$ 2,9 bilhões (12,8%), à Educação; e R$1,3 bilhão (5,8%), para obras, incluindo urbanização, saneamento, drenagem e manutenção da cidade. Entre os dias 14 e 17 de outubro, a população poderá encaminhar sugestões de alterações do texto, participando da definição dos gastos.

 


Raiz

Para dar impulso à sua campanha na reta final, a campanha de Bruno Engler (PL) tentará reunir, em carreata neste sábado, as lideranças nacionais bolsonaristas. Além do deputado federal Nikolas Ferreira (PL) e do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos), há expectativa da vinda do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

 


Ranking de receitas 1

Com R$ 18, 4 milhões já arrecadados – 74% repassados do fundo eleitoral pelos partidos da coligação – o prefeito Fuad Noman (PSD) tem, até este momento, a campanha mais rica. É seguido pelo deputado estadual Bruno Engler (PL), que conta com R$ 16,1 milhões, dos quais, 93,2% repassados pela direção nacional do PL. Já o senador Carlos Viana (Podemos) recebeu R$ 10,08 milhões. O deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos) tem disponível R$ 9,7 milhões, 98% entregues pelo fundo eleitoral de sua legenda.

 


Ranking de receitas 2

Enquanto a campanha de Duda Salabert (PDT) recebeu R$ 8,5 milhões – R$ 8 milhões dos quais repassados por seu partido; a de Rogério Correia (PT) conta com R$ 8,36 milhões, inteiramente repassados do fundo eleitoral. Entre os candidatos com representação na Câmara dos Deputados, a campanha de Gabriel Azevedo (MDB) é a mais modesta: recebeu R$ 4,17 milhões, 90% dos quais de sua legenda.

 

 

Na seca

Apesar das queimadas desenfreadas e dificuldades em controlar o fogo em todo território nacional, o Instituto Brasileiro de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão responsável pela coleta e análise de dados relacionados ao controle do desmatamento e queimadas no país, não recebe emendas parlamentares desde 2015.

 

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Vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, o Inpe coleta os dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), gerando relatórios anuais para a formulação de políticas estratégicas de gestão do bioma; e do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (DETER), utilizado para ações do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama).

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