arte para a coluna EM Minas com o título Quase tudo o que é sólido se desmancha no ar -  (crédito: Quinho/EM/D.A. Press)

arte para a coluna EM Minas com o título Quase tudo o que é sólido se desmancha no ar

crédito: Quinho/EM/D.A. Press

O deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil-BA) era o mais cotado na bolsa de apostas para a sucessão de Arthur Lira (PP-AL) há menos de dois meses. Lira se preparava para declarar o seu apoio. Até que numa manobra, Marcos Pereira, presidente nacional dos Republicanos, ciente de que não alcançaria maioria sem o presidente da Câmara, abriu mão de sua candidatura e apoiou Hugo Motta (PB), líder dos Republicanos. Em menos de um mês, como num tufão, Motta vem varrendo apoios: Lira, oito partidos políticos, das bancadas da extrema direita à esquerda. Do presidente Lula ao ex-presidente Bolsonaro, há adesão.

 


Motta agora desponta como favorito, estimando que teria hoje 320 votos, caso não ocorram traições. Estas são o detalhe que importa. A eleição é apenas em fevereiro. Insatisfeitos com Lira poderão não acompanhar as suas legendas. A disputa poderá não ser tão tranquila. Não à toa o deputado federal Antônio Brito (PSD-BA) mantém a sua candidatura, de olho na biruta. Será que o vento vai mudar?


 

Eleições para Mesas Diretoras costumam ser incertas. Mas toda regra tem exceção. Na Assembleia Legislativa de Minas, a eleição para a presidência da Casa está próxima: na primeira quinzena de dezembro. Ali se ouve de tudo. Futrica-se sobre a eleição interna de três parlamentares para vagas do Tribunal de Contas do Estado (TCE) – e a cada dia cresce a lista de candidaturas. Mas sobre a sucessão do presidente Tadeu Martins Leite (MDB), pouco se fala. Tadeu tem ampla maioria, até por isso, já recebeu apoio formal do Executivo, que assim evita o fracasso de há dois anos, quando a articulação de Zema não conseguiu viabilizar candidatura própria para a presidência e, ao final, recuou em apoio a Tadeu. Por tudo isso, eleição para a presidência da Assembleia é daqueles raros casos que, de véspera, impera o silêncio.

Também a Câmara Municipal de Belo Horizonte vive os seus dias de barulho. Há uma semana, logo após a eleição em segundo turno, o secretário de Estado da Casa Civil, Marcelo Aro (PP), reuniu 23 vereadores em um jantar, no qual anunciou a Belo Horizonte que tem maioria para eleger o vereador Juliano Lopes (Podemos). Ali estavam vereadores da bancada do PL, da chamada Família Aro – que congrega oito vereadores de diferentes partidos – além de sete parlamentares da base do prefeito Fuad Noman (PSD), um do PCdoB e um do PV. A maioria para a eleição de Juliano Lopes foi anunciada. Ainda em favor de Lopes, o fato de o secretário municipal de Governo, Anselmo José Domingos, ter com ele um relacionamento pessoal de longa data.

 

 

Cenário prospectivo sinalizando para a vitória de Juliano Lopes, o que confirmaria a hegemonia de Marcelo Aro sobre a Câmara Municipal, os setores mais críticos da PBH anotam a dificuldade que poderá ter o prefeito em “terceirizar” a sua base. Por mais acessível e de diálogo que seja Juliano Lopes – e o prefeito não tem nenhuma resistência em relação ao parlamentar, há quem considere inadequada a forma como Fuad foi confrontado nesse processo, sem aviso prévio, num momento em que os votos contados ainda estavam quentes nas urnas. Há também quem entenda que, diferentemente de força, o anúncio precipitado possa ser um blefe – a incerteza da “solidez” dos 23 – o que de pronto forçaria o prefeito a chamar Aro para a conversa.

Fuad Noman tem anunciado que não irá intervir na disputa legislativa. Também o seu vice, Álvaro Damião (União). Ainda que tenham um arsenal à mão para a consolidação de ampla maioria legislativa, ambos querem evitar desgastes. Pretendem manter a interlocução com todos os vereadores. E respeitar a autonomia da Casa. Nessa linha, quem tiver interesse é livre para dialogar e construir a própria candidatura à presidência.Tempo para isso, sobra: 1º de janeiro está a uma eternidade. A política é assim. Quem pode, não anuncia. Faz em silêncio.

 

 

Parlamentos


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve participar da abertura da 10ª Cúpula de Presidentes dos Parlamentos do G20 (P20), nesta quinta-feira, no Congresso Nacional, em Brasília. Lula vai integrar a mesa de autoridades, ao lado do presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que presidirá a cerimônia de abertura. Também participarão Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso. São esperadas as presenças de presidentes e vice-presidentes de parlamentos de mais de 30 países, que representam cerca de 85% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, mais de 75% do comércio mundial e quase dois terços da população global.

 


Sustentabilidade


Em sintonia com os eixos prioritários do G20 neste ano, que reúne chefes de Estado e de governo das maiores economias mundiais, mais a União Europeia e a União Africana, o tema da Cúpula do P20 será “Parlamentos por um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”. Em seu discurso de abertura, Rodrigo Pacheco vai apresentar projetos aprovados pelo Congresso voltados ao desenvolvimento econômico sustentável, em favor do meio ambiente, e reforçar a defesa da democracia e a separação e o fortalecimento dos Poderes.


Sessões de trabalho

 

A Cúpula do P20 terá três sessões de trabalho sobre a contribuição dos parlamentos no combate à fome, à pobreza e à desigualdade; o desenvolvimento socioambiental e a transição ecológica justa e inclusiva; e a governança global adaptada aos desafios do século 21. Nos três dias do evento, os parlamentares também poderão participar de reuniões bilaterais para tratar de temas de interesse mútuo.

 


Melhores do brega


Quando depois da eleição em segundo turno dirigiu sozinho até Aparecida do Norte, o vice-prefeito eleito Álvaro Damião (União) engatou a playlist para manter-se alerta: Tião Carreiro e Pardinho, Bruno e Marrone, Amado Batista. “Tenho grande carinho pela santa e fui agradecer pessoalmente”, diz Damião.


De olho na Câmara


Considerando a atuação de Álvaro Damião em vilas e favelas de Belo Horizonte, o prefeito Fuad Noman (PSD) já lhe disse que gostaria de vê-lo assumindo a Coordenadoria Especial de Vilas e Favelas, nova estrutura prevista na reforma administrativa encaminhada à Câmara Municipal. A nova pasta vai se ocupar das políticas públicas em área de vulnerabilidade social. Embora muito satisfeito com a perspectiva de atuar nessa área, Álvaro Damião, que está em seu segundo mandato, terá também papel relevante nas relações institucionais com a Câmara Municipal. Vai acompanhar de perto.