

Criminoso bom é criminoso condenado
Pela voz do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), os envolvidos na tentativa de abolição do Estado democrático de direito pedem anistia
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Do pecado original de um golpe de Estado, organizado e executado por ação de uma pequena e muito específica fração do Exército, nasce, em 15 de novembro de 1889, a República. Consolida-se a jovem República na covardia em guerra aberta contra os sertões, que levou a decapitações, estripamento ou esfaqueamento de crianças, mulheres, jovens e homens já capturados e feitos prisioneiros.
Militares estiveram por detrás de sete golpes no Brasil República: 1889, 1891, 1930, 1937, 1945, 1964 e 1968. Aí não se inclui o contragolpe de 1954. Não se tem notícia de que os envolvidos nas tramoias contra a normalidade institucional tenham sido punidos.
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O ambiente cheirava a golpe. Sim, diz o relatório da Polícia Federal, Bolsonaro estava ao centro da trama que mirava o oitavo golpe militar da história da República. Mas, aos interlocutores naquele jantar, ele negava. “Família” era a palavra da ordem. As lágrimas, ali, vertiam sem dificuldade, quando aos aliados manifestava temor de “perseguição dos filhos”.
O choro também vinha fácil, quando mencionava a interlocutores o temor de ser preso. Bolsonaro tinha medo. Na véspera da posse de Lula, o capitão ainda presidente enfiou-se num voo presidencial e partiu para os Estados Unidos. Deixou a ver navios os companheiros de golpe, que já andavam indignados: “Ele que tenha coragem moral, pelo menos até quinta-feira (22), de falar que não quer mais, né? (Para o) pessoal, pelo menos, passar o Natal em casa”, protestava, naquele mesmo dia do jantar, o coronel Reginaldo Vieira de Abreu ao general Mario Fernandes – então número 2 da Secretaria-Geral da Presidência, hoje preso.
Com riqueza de detalhes extraídos de diversas fontes, desenha-se no relatório da Polícia Federal o perfil psicológico de um ex-presidente que notabilizou-se pela falta de empatia com a dor alheia, pródigo em frases de efeito para ironizar a morte. Debochava. Assim é Bolsonaro. Dado a bravatas quando enfrenta mulheres, quando insufla aliados contra o “inimigo interno” e quando ataca pessoas fragilizadas. Mas não é dado a segurar a granada. Prefere que outros o façam.
Ao centro da articulação para o golpe de Estado, sabia dos riscos que corria. Evadiu-se para a América. Ali aguardaria os desdobramentos de 8 de janeiro, para, se fosse o caso, retornar ao país nos braços das milícias antidemocráticas. Pela voz do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), os envolvidos na tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito pedem anistia. Querem, na verdade, impunidade, à espera da próxima oportunidade.
Que ninguém se esqueça da história de João Paulo Burnier. Em 1959, envolveu-se na Revolta de Aragarças, uma tentativa de golpe contra JK. Foi anistiado. Quando, em 1968, promovido pela ditadura, tornou-se brigadeiro do ar, foi o protagonista do caso Para-Sar – esquadrão paraquedista da Força Aérea, que planejava atentados, entre os quais, a explosão de gasômetro do Rio de Janeiro, para lançar a culpa sobre os adversários do regime. Burnier também foi acusado de tentar transformar o Para-Sar em um grupo de extermínio. Livrou-se pela Lei da Anistia de 1979. Que os democratas aprendam desta vez. E os golpistas também.
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A lei que institui a Pnab prevê que os recursos sejam executados até 31 de dezembro deste ano. A finalização da execução compreende diversas etapas, como publicação dos editais, abertura das inscrições, avaliação dos projetos pelos pareceristas, publicação do resultado preliminar, abertura de prazo para recurso, publicação do resultado final, habilitação dos selecionados, empenho, liquidação e pagamento dos recursos para os aprovados. A convocação do secretário tem como objetivo obter esclarecimentos sobre os motivos do atraso e um cronograma atualizado para a publicação dos editais. Lohanna também protocolou ofício ao Ministério da Cultura solicitando a prorrogação do prazo.
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