O governador Romeu Zema (Novo) saiu na frente e já anunciou quem será o seu candidato à sua sucessão em 2026. Se do ponto de vista técnico, o vice-governador Mateus Simões (Novo) domina e já conhece a estrutura do estado, do ponto de vista político, a confirmação de seu nome lhe é benéfica em vários sentidos. Em primeiro lugar, reitera ao ambiente político e a eventuais apoiadores que o nome que encabeçará a chapa ao Palácio Tiradentes foi definido.
Evitará desgaste com disputas internas e, ao mesmo tempo, dará as condições a Mateus Simões, que já anda pelo estado para enfrentar a mãe de todas as batalhas: as altas taxas de desconhecimento junto ao eleitorado. Com a desincompatibilização de Romeu Zema para concorrer em 2026 – ainda não se sabe se ao Planalto, se numa composição de chapa como vice ou mesmo se ao Senado – Mateus Simões irá assumir o governo de Minas. Isso significa que concorrerá à reeleição, indicando a aliados, que não estará no páreo em 2030.
Ainda mais à direita – na extrema direita – dois nomes estão colocados: lançado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL); já o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) foi anunciado pelo irmão Gleidson Azevedo (Novo), prefeito de Divinópolis, como o “futuro governador de Minas”. Ambos estiveram juntos em apoio ao deputado estadual Bruno Engler (PL), derrotado por Fuad Noman (PSD) no segundo turno da sucessão à Prefeitura de Belo Horizonte. Pelo momento, nivelaram o discurso: Cleitinho avisa que abrirá mão por Nikolas.
Se no campo que se estende da direita à extrema direita sobram candidatos potenciais, ao centro e à esquerda, procura-se. O senador Rodrigo Pacheco (PSD), presidente do Congresso Nacional, é o nome que unificaria PSD, MDB, União, entre outras legendas de centro com a centro-esquerda representada por PT, PSB, PDT. Pacheco é o preferido de Lula, tem apoio pacificado no PT de Minas, além de entusiastas, entre as quais, a prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), liderança de perfil de centro, em ascensão que, embora cotada para a chapa majoritária, tem afirmado a intenção de concluir os quatro anos de seu novo mandato.
Neste momento, a disputa de Pacheco é consigo próprio: não está certo de que vá seguir na vida política eleitoral, considera retornar à vida de advogado, preferiria a indicação para uma corte superior de Justiça – em que pese não trabalhe para isso. “2026 está longe”, tem desconversado, sem dizer nem que sim nem que não. Se Pacheco de fato não for candidato, Alexandre Silveira (PSD), ministro de Minas e Energia, é o nome que se apresenta. Alexandre Silveira não reúne, contudo, o mesmo consenso que Pacheco.
Também provável candidato ao governo de Minas, o ex-prefeito Alexandre Kalil deixou o PSD para apoiar a candidatura de Mauro Tramonte (Republicanos) à PBH, no contexto do acordo em que seria o candidato do Republicanos ao governo de Minas. Contudo, a derrota de Tramonte trouxe incertezas em relação à questão partidária. Mas Kalil segue nome no jogo.
Ainda maiores do que as batalhas pelos governos estaduais serão as pelas cadeiras do Senado. Estarão em oferta 66% das vagas de representação da Câmara Alta, duas por unidade da federação. É para as vagas do Senado que a polarização entre os apoiadores do governo Lula e os aderentes ao bolsonarismo será mais intensa. Isso porque o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível e indiciado pela Polícia Federal, não esconde a estratégia eleitoral de buscar despachar nomes de sua confiança a unidades da federação para concorrer ao Senado.
O propósito é público: reitera a obsessão de alcançar maioria na Casa para aprovar o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Lula quer se contrapor a tal estratégia. Para tanto, contudo, precisará identificar e reforçar aliados. Um desafio para o qual, neste momento, não parece mobilizado.
Loteria Mineira
O ex-diretor técnico do Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene) Onésimo Diniz Moreira foi indicado pelo governador Romeu Zema (Novo) para a diretoria-geral da Loteria Mineira. Onésimo substitui Ronan Edgard dos Santos Moreira, que renunciou ao cargo nesta terça-feira (26), antes de o plenário da Assembleia apreciar a sua recondução à função. A disposição prevalente era de rejeitar a indicação de Ronan Moreira, que foi sabatinado em dezembro de 2023.
Judicialização
Sem realização de concorrências públicas para a concessão da gestão do sistema de jogos em Minas há mais de cinco anos, Onésimo terá de gerir a judicialização da nova licitação aberta pela Loteria Mineira e suspensa pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) em maio deste ano, por suspeitas de ilegalidade.
Segundo denúncia do deputado estadual Ricardo Campos (PT), o atual contrato para exploração de apostas da Loteria Mineira, realizado em 2011 com o Consórcio Intralot por R$ 460.000.000,00, estaria em seu quinto aditivo, e, mesmo sendo improrrogável, teria sido prorrogado sem licitação por mais três anos. Tais denúncias contribuíram para o desgaste de Ronan Moreira à frente do cargo.
Fuad tem alta
O prefeito reeleito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), teve alta hospitalar nesta quinta-feira (28/11), após cinco dias de internação. Em nota oficial do Hospital Mater Dei, o médico Enaldo Melo de Lima afirmou que Fuad teve melhora progressiva no quadro de dores nas pernas que obrigaram a internação no último sábado (23/11). Segundo ele, o prefeito respondeu bem ao tratamento clínico e fisioterapêutico, culminando no controle da dor e progressiva recuperação funcional. Aos 77 anos, Noman fez em 2024 a sua primeira campanha como cabeça de chapa e se reelegeu. Junto ao desafio eleitoral, ele também passou pelo tratamento de um câncer.
Esforço concentrado
A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) terá, a partir da semana que vem, força-tarefa em plenário para desafogar a pauta. Estão na fila o reajuste do piso e do teto de contribuição ao Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), a criação da Agência Reguladora de Transportes (Artemig) e o adiamento de janeiro para fevereiro do início da cobrança do IPVA de 2025, que devem ser analisados até o fim do ano legislativo. Além das votações, a ALMG terá, ainda na primeira quinzena de dezembro, a eleição para a presidência para o biênio 2025-2026, que irá reconduzir o atual presidente Tadeu Martins Leite (MDB).
Procuradores eleitos
Foram divulgados na noite de quinta-feira (28/11) os nomes dos 10 membros eleitos para compor a Câmara de Procuradores de Justiça, no biênio 2025/2026. São eles: Rogério Filippetto de Oliveira, Nadja Kelly Pereira de Souza Miller, Gisela Poterio Santos Saldanha, Andrea de Figueiredo Soares, Thais de Oliveira Leite, Lilian Maria Ferreira Marotta Moreira, André Estevão Ubaldino, Fernando Rodrigues Martins, Marco Antonio Borges e Marcos Vinícius Barbosa.