Sem recall, o que explica o desempenho eleitoral crítico, o vice-governador Matheus Simões (Novo) registra 2% das intenções de voto, em cenário eleitoral em que concorrem o senador Cleitinho (Republicanos), que aparece com 26%; o deputado federal Aécio Neves (PSDB), mencionado por 15%; o ex-prefeito Alexandre Kalil (sem partido), com 14%; e Rodrigo Pacheco (PSD), presidente do Congresso Nacional, com 7%. As estimativas são da mais recente pesquisa Genial/Quaest.
 
 
Sendo Matheus Simões um político que até aqui não encabeçou chapas de disputas majoritárias, é esperado que seja pouco conhecido, por mais que se esforce nas mídias digitais e em périplos semanais interior a fora. Nessas viagens o vice-governador alinhava contatos e estreita relacionamentos com lideranças municipais que no futuro poderão lhe ajudar. Se não é conhecido, não há surpresa o desempenho pífio neste momento. Mas a boa notícia para Matheus Simões é que tendo a máquina administrativa à mão – de um governo com aprovação de 62% e avaliação positiva de 39% (avaliação mediana) –, poderá extrair daí tração ao Palácio Tiradentes. Nesse sentido, tem instrumentos que as demais candidaturas não terão.
 
 
Mas os dados também sugerem más notícias ao vice-governador. Calcando a sua trajetória até aqui na órbita de uma narrativa bolsonarista com foco no eleitorado raiz da extrema direita, Matheus Simões sai em desvantagem na competição desse nicho com Cleitinho e também com Nikolas Ferreira (PL), que nem foi considerado neste cenário. Ao mesmo tempo, uma guinada para a centro-direita não será simples. Ali enfrentaria Aécio Neves – que não se sabe se de fato será candidato – e, ao centro, Alexandre Kalil, que arrancou bem neste levantamento, apesar de neste momento estar fora de cargos políticos e sem padrinhos. Ainda nesse campo, há Rodrigo Pacheco, com boa perspectiva de se tornar competitivo: tem condições de unificar a esquerda e estará numa disputa casada com a eleição presidencial, com o apoio de Lula, em seus 51% de aprovação em Minas.
 
Fator relevante desta futura disputa eleitoral ao governo de Minas, que não poderá ser desprezado, se dará no âmbito da política. Quem gostar e souber articular uma aliança partidária consistente terá por poderoso aliado o tempo de propaganda eleitoral gratuita. É mais uma variável que conta. Eleição se ganha antes da disputa, diriam as velhas raposas mineiras. Assim demonstrou a disputa à Prefeitura de Belo Horizonte.
 
 
Ao governador Romeu Zema, candidato ao Planalto, a pesquisa traz mais más do que boas notícias. A começar pelo fato de que o confronto político com o governo federal para lacrar junto ao nicho bolsonarista não é bem-visto pelo eleitorado: 85% consideram importante que o governo de Minas seja aliado da Presidência da República. E em se tratando de aprovação e avaliação de governos, o desempenho de Zema se equipara ao de Tarcísio de Freitas (Republicanos), presidenciável por São Paulo, e é inferior ao dos governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União) e Ratinho Júnior (PSD), do Paraná.
 
Quando se analisa os dados sob a perspectiva do potencial eleitoral da lista de seis nomes que orbitam o bolsonarismo – além dos quatro governadores, Michelle Bolsonaro e Pablo Marçal –, Zema e Caiado têm, neste momento, similar pior desempenho: são desconhecidos por cerca de 60% dos eleitores. Apesar disso, têm rejeição em torno de 25% que se contrapõe ao potencial eleitoral de 14% (eleitores que os conhecem e votariam neles).
 
Mas nem tudo está perdido. A boa notícia para Zema é que esta pesquisa é uma radiografia. Faltam dois anos. Política não é nuvem, ainda que os ventos podem sempre mudar. Governador e vice precisarão reavaliar as rotas de voo. O céu não é de brigadeiro, mas tampouco sinaliza tempestades. Para o vice, a máquina pode ajudar na melhor aterrissagem, mas seria bom dizer a que veio e para onde irá. Já Zema, se partir aos voos solos, tem na polícia paulista a sua maior aliada.
 


 

Consulado britânico

Laura Queiroz é a nova Diretora de Relações Governamentais e Comércio no Consulado Britânico em Belo Horizonte. Ela assumirá em 7 de janeiro de 2025. Natural de Belo Horizonte, Laura Queiroz trabalhou, por sete anos, em posições estratégicas no governo britânico. São áreas prioritárias do consulado as políticas domésticas, sustentabilidade e clima, minerais. Críticos e estratégicos, além do comércio e investimentos, sobretudo na mineração responsável, energias renováveis, educação e infraestrutura.


No MDB

Paulo Brant, ex-vice-governador de Minas, não está mais no PSB. Filiou-se ontem ao MDB, com a ficha assinada no Café Nice, pelo presidente nacional da legenda, deputado federal Baleia Rossi (SP). Brant deverá concorrer para deputado federal em 2026.

 

 

Senado à vista

Orador da cerimônia de entrega do Grande Colar de Mérito Legislativo da Câmara Municipal de Belo Horizonte, realizada ontem, Baleia Rossi, tentou convencer Gabriel Azevedo (MDB), presidente da Câmara Municipal, a concorrer em 2026 ao Senado. Gabriel Azevedo lhe respondeu que será candidato a prefeito de Belo Horizonte em 2028. Até lá pretende fazer doutorado e empreender. Baleia Rossi já avisou que vai insistir.



Pancadaria

Os tucanos Aécio Neves e Paulo Abi-Ackel de um lado e, de outro, Matheus Simões, andam se estranhando mais do que de costume. Inconformado com as críticas de Aécio, que acusou a “ausência absoluta” do governo mineiro em debates travados no plano nacional, Simões contra-atacou pelo X: “Se, para Aécio Neves, ‘irrelevância nacional’ significa não ter o nome ligado a corrupção, rachadinhas ou ameaças, sigo tranquilo. Estamos focados em reconstruir Minas, corrigir seus estragos e tirar o estado das manchetes vergonhosas que ele nos colocou. Trabalho não falta”.

 

 



O troco

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Paulo Abi-Ackel, presidente estadual do PSDB, entrou na briga. Depois de salientar que Aécio foi absolvido em todos os processos de que foi acusado, lembrou o passado tucano de Matheus Simões: “em passado recente, bajulava em busca de uma vaga no PSDB, partido ao para se candidatar a vereador ou deputado estadual, sem obter êxito e sendo derrotado, com pequeníssima votação naquela ocasião”.


Propag



Aprovado pela Câmara na última terça-feira, o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag) será votado na próxima terça-feira no Senado Federal. Minas é um dos estados mais interessados no programa. Tem uma dívida de R$ 165 bilhões.

 
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