A hesitação de Rodrigo Pacheco (PSD), presidente do Congresso Nacional e candidato preferido do presidente Lula (PT) para o Palácio Tiradentes, deixa no estado um vácuo no campo da direita democrática, centro e centro esquerda que poderá estimular o reposicionamento partidário das forças em Minas. Se confirmada a ausência de Rodrigo Pacheco, a avenida da centro esquerda se encontrará momentaneamente vazia.

 

O ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), assim como Pacheco, é lembrado para uma eventual composição da chapa presidencial de Lula. Silveira poderá também concorrer ao Senado Federal. Para as duas vagas do Senado há ainda interesse dos deputados federais Mário Heringer (PDT) e Reginaldo Lopes (PT). Mas, sem Pacheco, esse campo político se encontra sem liga. A prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), liderança em ascensão e em princípio entusiasta da candidatura de Pacheco, poderá ser chamada a encabeçar a chapa.

 



 

A extrema direita vive situação diferente: tem mais de um nome com tração de largada. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL) e o senador Cleitinho (Republicanos) são candidaturas ao governo de Minas em 2026 anunciadas. Neste momento, ambos afirmaram publicamente a intenção de não disputar entre si. É nesse cenário que o vice-governador Mateus Simões (Novo), candidato do governador Romeu Zema (Novo) à sua sucessão, poderá entender que mover-se da direita que orbita o bolsonarismo ao centro seja mais conveniente.

 

 

 

O partido Novo tem estrutura insuficiente para uma candidatura pouco conhecida ao Palácio Tiradentes: não tem fundo partidário, nem tempo de antena, nem construiu identidades sólidas para além o contexto do lavajatismo, que impulsionou Romeu Zema em 2018, em terra devastada da política mineira.

 

Como se reiterou na eleição à Prefeitura de Belo Horizonte, não anda fácil despertar o interesse do eleitorado para quem se aventura em disputas majoritárias pela primeira vez. Imersos em ambiente informacional complexo e extremamente competitivo, quando diante de um conjunto de candidaturas desconhecidas, eleitores menos engajados com a política têm postergado para depois do início do horário eleitoral gratuito os quinhões de sua atenção às candidaturas. Salvo em contextos excepcionais, as candidaturas precisam de estrutura, recursos e alianças.

 

 

Por tudo isso, seria razoável imaginar que Mateus Simões possa, sim, considerar possibilidades de migração que amplie o leque partidário para além da extrema direita, atualmente assombrada pelas investigações de tentativa de golpe de estado e indiciamento de envolvidos.

 

Em que pese desmentidos, com o PSD na base do governo Zema e na base do prefeito Fuad Noman (PSD), se vier a fazer tal movimento, Mateus Simões estaria ocupando nessa legenda o vácuo aberto pela eventual ausência da candidatura de Rodrigo Pacheco. E também do ex-prefeito Alexandre Kalil (sem partido), que se desfiliou do PSD em julho, com a perspectiva de migração para o Republicanos, que lhe acenou com a pré-candidatura ao governo de Minas. Até aqui a nova filiação de Kalil ainda não ocorreu.

 

O eventual embarque de Mateus Simões no PSD reconfiguraria todo o núcleo das lideranças da legenda em Minas. Em tal hipótese, nada a estranhar se Pacheco viesse a se filiar ao MDB, a sua antiga casa. Provável seria que também Alexandre Silveira – quem faz o enfrentamento político ao governo Zema em Minas – também viesse a buscar novo destino partidário.

 

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 Até lá, segue o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, abraçado ao projeto Tarcísio de Freitas (Republicanos), na base do governo Lula, na base de Romeu Zema e na base de Fuad Noman (PSD). Quando pressionado a se posicionar em disputas eleitorais, o ex-governador Hélio Garcia costumava afirmar: “Eleição só depois da parada de 7 de Setembro”. Continua verdade. Com a diferença de que agora, ela ocorre no primeiro domingo de outubro e não mais em 15 de novembro. A janela de atenção do eleitorado às candidaturas sem recall está mais estreita. 

 

Quatro desafios

A Academia Latino-Americana do Agronegócio (Alagro) reunirá, em 25 de março, em conferência de cúpula em Belo Horizonte, as principais lideranças nacionais para debater a insegurança climática, a insegurança energética, a insegurança alimentar e a insegurança minerária, dentro do contexto dos novos fertilizantes. “São os quatro cavaleiros do Apocalipse dentro do agronegócio. Vamos tratar desses temas associados à descarbonização da economia”, afirma Manoel de Souza Barros, presidente da Alagro. 

 

Abertura

A abertura do evento será feita pelo governador Romeu Zema (Novo) e o governador do Mato Grosso, Mauro Mendes (União). Também são esperados os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e de Goiás, Ronaldo Caiado (União). Entre lideranças políticas e especialistas do agronegócio confirmadas estão o ministro da Agricultura e Pecuária Carlos Fávaro; Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (2003-2006); o embaixador Roberto Azevêdo, ex-diretor da Organização Mundial do Comércio (OMC); Paulo Artung, ex-governador do Espírito Santo. 

 

Vale do Aço

O Plano Diretor da Região Metropolitano do Vale do Aço (RMVA) entrou em vigor com a sanção da Lei Complementar 178, pelo governador Romeu Zema, publicada na edição desta sexta-feira (20) do Diário Oficial do Estado. De autoria do deputado estadual Celinho Sintrocel (PcdoB), o Projeto de Lei Complementar 50/20, aprovado em dezembro, tem 19 artigos e 5 anexos que constituem um guia para o desenvolvimento e a gestão das funções públicas de interesse comum da região metropolitana. 

 

Alerta

O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Agostinho Patrus emitiu um alerta ao governo do estado, aprovado por unanimidade, em razão da extrapolação do limite máximo de despesas com pessoal no segundo quadrimestre de 2024. De acordo com o conselheiro, a despesa total com pessoal do Poder Executivo atingiu o montante de R$ 49.676.872.960, o equivalente a 50,12% da receita corrente líquida. O limite máximo indicado na Lei de Responsabilidade Fiscal é de 49%. 

 

Na Assembleia

Pela visibilidade que alcançou no processo de construção do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag) e pela reeleição, sem qualquer oposição na presidência da Assembleia, Tadeu Martins Leite (MDB) é perguntado, com frequência, se irá concorrer a cargos majoritários em 2026. Até aqui, a resposta curta é: “Sou candidato a deputado estadual”.

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