Há um ano escrevi à véspera de Natal, a coluna “A inteligência na vanguarda”. Preparando-me para iniciar esta, li aquela. Constatei que algumas das piores predições para fatos que à época soavam assustadores, pioraram. Um conflito de proporções como de 1914 ou de 1939 está na ordem do dia.
Na Europa, países como a Suécia, quebrando centenas de anos de neutralidade e paz, alerta à população sobre como se comportar, em caso de conflito.
Joe Biden, não satisfeito com um massacre incentivado na Palestina e outro, a conta-gotas na Ucrânia, ao apagar das luzes resolveu explodir o Leste Europeu. Autorizou o uso dos sistemas de mísseis de longo alcance americano para que a Ucrânia contra-ataque a Rússia.
Vladimir Putin revidou com os balísticos “Oreshnik”, mísseis que normalmente carregam ogivas nucleares. Para deixar mais claro o aviso, a Rússia alterou as suas diretrizes para a utilização de armas nucleares. Generais ingleses e russos já não escodem previsões de um conflito de grandes proporções na próxima década na Europa.
No Oriente Médio, a matança que estava circunscrita a Gaza e aos palestinos se alastrou para o Líbano e, recentemente, para a Síria. A Líbia em guerra civil desde a queda de Muammar al-Gaddafi se prepara para receber os artefatos militares russos antes estacionados nas bases de Tartus, na Síria. O Sahel africano continua ardendo em conflitos cada vez mais intensos. Donald Trump, que prometeu paz aos americanos, fala em abrir uma frente de conflito direto com o Irã.
A Geórgia queima em mais uma revolução colorida. A Romênia acaba de eleger um presidente ultranacionalista e simpático à causa russa e as eleições foram anuladas. O governo alemão de Olaf Scholz se dissolveu em tantos erros e a extrema direita alemã pode voltar ao poder. Emmanuel Macron continua respirando por aparelhos.
Os bitcoins e as criptomoedas, que somadas às ações das Sete Fantásticas – agora, oito – parecem dar sinais de fadiga depois de sugar aos Estados Unidos os recursos dos investidores mundiais. Analistas econômicos mais criteriosos alertam para uma bolha no mercado financeiro internacional.
No plano interno, o mercado testa força com a política econômica do governo Lula e com a política monetária do presidente do Banco Central, indicado por Jair Bolsonaro. As redes sociais seguem sem tréguas. Recentemente, mais um bolsonarista tentou explodir o Supremo Tribunal Federal (STF). Terminou implodido. Um caso raro de algoz, encarnado na própria vítima. O ódio e a insanidade que levaram ao 8 de janeiro não arrefeceram. Janeiro trará Gabriel Galípolo, que já estreia mostrando que sua política monetária parece mais do mesmo daquele que se despede.
Os sinais de vida do planeta Terra e de seus habitantes soam como um alerta tardio, mas nada parece deter a tragédia que se anuncia. Um ano se passou e massacre em Gaza não termina. Novos são anunciados. O historiador judeu Flavius Josevo assim descreveu Herodes: “Este príncipe estava sempre pronto a derramar sangue; e no furor que o agitava, era suficiente inventarem-se calúnias contra aqueles que ele odiava (...) Sua crueldade chegou a tal excesso que não podia olhar com bons olhos os que não eram acusados, mas era impiedoso mesmo com seus amigos.”
Pesa sobre tal príncipe a acusação de mandar matar bebês. Certa criança que é homenageada hoje parece ter escapado desta matança. Se os historiadores contemporâneos têm dúvidas se Herodes cometeu este infanticídio nas terras e no tempo deste, que nasceu em Belém, sabem que um infanticídio continua sendo cometido naquelas terras, dominadas por novos tiranos. E muitos dentre aqueles que dizem homenagear esta criança que sobreviveu não derramam lágrimas; alguns chegam a comemorar o extermínio. Mesmo em ano de guerras, Natal continua sendo um apelo à paz. Quando adulta, a criança apelou aos homens de boa vontade. Eram tempos bíblicos. Em tempos tecno feudais, melhor apelar a todos...
Proporcionalidade
Em crítica ao que chamou de “presidencialismo” na Câmara Municipal de Belo Horizonte - que, além de concentrar poder, não observa a proporcionalidade das bancadas para ocupar espaços de comissão na Casa - o vereador Bruno Pedralva (PT) considera: “Aceitamos composição, desde que o tamanho das bancadas seja respeitado na formação das comissões. É uma forma de distribuir a representação na Casa segundo o voto popular”.
PT e Psol vão caminhar juntos na sucessão da Mesa Diretora da Câmara Municipal, afirma Pedralva. Articulada por Marcelo Aro (PP), secretário de estado da Casa Civil, a candidatura de Juliano Lopes (Podemos) saiu na frente.
Candidatura na indústria
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, afirmou, ao apresentar os resultados da indústria no ano, que a entidade não é de direita e nem de esquerda, mas está do lado do que a indústria enxerga como “certo”. Muito afinado com o governador Romeu Zema (Novo) – com quem conversa frequentemente –, o empresário aparece não apenas cotado para compor chapa encabeçada pelo vice-governador Mateus Simões (Novo) ao governo de Minas, mas também como alternativa para outras possibilidades. Se há dúvida em relação a qual cargo Roscoe poderá concorrer, é considerada alta a probabilidade de que em 2026 entre para a política partidária-eleitoral.
Mão de obra
Ao apontar os desafios da indústria, Flávio Roscoe afirmou haver um problema de escassez de mão de obra. Segundo ele, um dos motivos seria a forma como os benefícios sociais são pagos. O empresário apresentou proposta para se criar uma porta de saída de programas sociais como o Bolsa-Família.
Sem anistia
Mais de quatro centenas de organizações sociais, pastorais sociais, movimentos populares e sociais, sindicatos, coletivos, redes e instituições nacionais e locais assinaram a nota pública em defesa da democracia e pela efetiva responsabilização dos articuladores da tentativa de golpe de estado e abolição violenta ao estado democrático de direito no Brasil. A iniciativa foi da Comissão Brasileira Justiça e Paz, e do Conselho Nacional do Laicato (CNLB), dentro do projeto Encantar a Política e da Rede Brasileira Justiça e Paz.
Apelo
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As entidades se manifestaram de forma contundente e contrária a qualquer articulação política que promova a impunidade de envolvidos na trama: mentores, articuladores, financiadores, divulgadores e apoiadores devem ser responsabilizados, afirmou o documento, que apelou à Procuradoria-Geral da República para que não se omita em seu papel de representante da cidadania, e apresente denúncia ao Supremo Tribunal Federal.
Ao mesmo tempo, conclamaram a sociedade civil e entidades de classe como a OAB, a ABI, a Comissão Arns, entre outras, além dos sindicatos, movimentos sociais e entidades religiosas para que se manifestem publicamente, de modo a demonstrar que no Brasil não há espaço para quem atenta contra a democracia.