A Inteligência Artificial (IA) é uma área da ciência da computação que busca criar máquinas capazes de simular a inteligência humana. Alan Turing foi uma das primeiras pessoas a pensar em uma “máquina universal” capaz de realizar qualquer cálculo descrito por um algoritmo. Em 1956, pesquisadores da Rand Corporation criaram o “Logic Theorist”, primeiro programa de inteligência artificial que provou teoremas matemáticos. De lá para cá, a evolução da IA viveu momentos de grande entusiasmo seguidos por fases de profunda desilusão e ceticismo, que passaram a ser apelidados como os "Invernos da IA".

 

Essa expressão surgiu em 1984, durante debates realizados na conferência anual da Associação Americana de Inteligência Artificial. Naquele momento, a IA já havia passado por um primeiro declínio na década de 1970, e os pesquisadores estavam preocupados com os perigos trazidos pelo entusiasmo excessivo em relação a ela. Segundo eles, se as expectativas não fossem melhor gerenciadas, o otimismo desenfreado do início dos anos 1980 iria criar uma inevitável desilusão que poderia trazer consequências devastadoras para o campo. Apenas alguns anos depois, na segunda metade da década de 80, a indústria de IA colapsou, seguindo com perfeição o roteiro traçado na conferência.

 



 

A pergunta que precisamos nos fazer agora é: será que estamos diante de mais um inverno? E a resposta, provavelmente, é sim.

 

O entusiasmo em relação às ações da NVIDIA, o gasto absurdo de energia para treinar os modelos e a soma desproporcional de recursos alocados no setor não são sustentáveis e é muito provável que uma reacomodação brusca aconteça.

 

 

 

Além disso, a IA generativa aproximou as pessoas da tecnologia ao simplificar os meios de contato e isso inflou excessivamente as expectativas em relação às suas possibilidades. Se essas expectativas não forem controladas, o resultado tenderá a ser semelhante às crises vividas nas décadas de 70 e 90.

 

Isso não significa, entretanto, que a IA perderá seu valor. Em todos os invernos anteriores resultados positivos e duradouros foram gerados, e a tecnologia continuou se desenvolvendo, embora com menos recursos e numa velocidade diferente daquela desejada pelos acionistas. Só para se ter uma ideia, no inverno da década de 90 lições fundamentais para a atual evolução aconteceram, entre eles o reconhecimento da importância do conhecimento contextual; a integração de múltiplas abordagens ao mesmo tempo em que se ressalta a importância do foco em domínios específicos e, por fim, e talvez a mais importante, os avanços dos sistemas de suporte à decisão.

 

Portanto, podemos sim nos preparar para um provável inverno da IA que já começa a aparecer no horizonte, mas também podemos ter certeza de que essa tecnologia não parará por aqui e que muitos resultados surpreendentes ainda serão gerados.

 

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