A diferença entre o wi-fi (via rádio) e o li-fi (via luz) -  (crédito: Wikipedia)

A diferença entre o wi-fi (via rádio) e o li-fi (via luz)

crédito: Wikipedia

Parece uma invenção destinada apenas aos filmes de ficção científica, mas o Li-Fi, abreviação de Light Fidelity, já é uma realidade em teste. A nova tecnologia permite a comunicação sem fio e utiliza luz no lugar das ondas de rádio, tendo como grandes vantagens a rapidez e segurança da comunicação.


A tecnologia funciona pela modulação das ondas luminosas de LED. Mas o que é modulação? A modulação nada mais é do que a alteração de características da onda como amplitude ou frequência para um padrão previamente estabelecido e reconhecido pelos dois lados do processo de comunicação. Assim, quando aquele padrão é identificado pelo receptor, ele utiliza o padrão de modulação para decodificar o conteúdo e a partir dali pode processá-lo normalmente.

 


No caso do Li-Fi essa modulação é feita pela rápida variação da intensidade de luz emitida por um LED. O resultado mais notável é a velocidade. Enquanto os padrões Wi-Fi 5 e Wi-Fi 6, considerados os mais modernos atualmente, apresentam velocidades da ordem de 6,9 e 9,6 Gbps, essa nova tecnologia permite que a transmissão de mensagens atinja velocidades da ordem dos 100 Gbits por segundo.

 


Entre os principais elementos que influenciam essa velocidade estão a largura de banda, que no espectro da luz visível é significativamente maior que o espectro de rádio e o número de fluxos espaciais, que nada mais são do que a quantidade de “estradas” pelas quais os dados podem ser transmitidos simultaneamente. A comparação dos fluxos espaciais não é tão simples de ser feita, pois as estradas do Li-Fi e do Wi-Fi são bastante diferentes. Mas, em ambientes com alta densidade de dispositivos conectados, o Li-Fi pode oferecer uma capacidade muito maior do que o Wi-Fi, pois cada lâmpada LED pode servir como um ponto de acesso independente.


Outro aspecto positivo é a segurança. Como a luz não atravessa paredes, a interceptação do sinal do Li-Fi demandaria que o invasor tivesse uma visão direta da fonte de luz. Isso contribui também para que o Li-Fi seja imune a interferências de outros dispositivos eletrônicos, como fornos de micro-ondas e redes Wi-Fi vizinhas, que costumam gerar problemas para a Wi-Fi.

 

 

Mas se nessa altura você está imaginando que a Li-Fi logo habitará os lares do mundo, é melhor repensar. A tecnologia ainda tem uma série de limitações e a mais impactante delas é exatamente o fato de que a luz não atravessa paredes e que, portanto, você só conseguiria conectar seu computador na rede olhando diretamente para a fonte. Isso significa que não dá para você estar fechado no seu quarto e acessando a internet de uma fonte localizada na sala. Em outras palavras você precisaria ter um roteador em cada cômodo da sua casa.


E nessa seara um novo problema aparece: os custos. Atualmente, os equipamentos para a implementação de redes Li-Fi são mais caros do que os de Wi-Fi e você precisaria de um número maior de equipamentos para poder ter Internet em todos os cômodos da casa.

 

 

Por fim, outro aspecto negativo é que os equipamentos não causam interferência, mas luz ambiente ou de alta intensidade pode dificultar a leitura dos sensores, inviabilizando a conexão ou a tornando muito instável.


A tecnologia Li-Fi ainda está em fase de desenvolvimento e é provável que se torne uma realidade comercial nos próximos anos, mas, a princípio, ela deve aparecer primeiro nas grandes empresas que dependem de velocidades extremas de conexão.

 

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Com o barateamento da tecnologia, é provável que ela acabe chegando aos lares e aí uma outra preocupação é a sustentabilidade de uma demanda tão grande por equipamentos.