A demanda por baterias está em frenético crescimento. Porém, ao contrário do que muitos acreditam, as baterias têm impactos negativos significativos tanto para o meio ambiente quanto para a saúde humana. A fabricação de baterias consome muitos recursos naturais, principalmente metais raros e água e envolve processos que emitem uma quantidade considerável de gases de efeito estufa.
Além disso, a dificuldade de reciclagem faz com que as baterias sejam descartadas no ambiente, o que gera contaminação do solo e da água por metais pesados como chumbo, mercúrio, cádmio e níquel. A exposição a esses elementos causa problemas de saúde graves, como danos neurológicos, renais, hipertensão, anemia e até mesmo dano cognitivo.
Portanto, é importante construirmos mecanismos de armazenamento de energia que sejam menos danosos e mais sustentáveis, e não é por falta de opção. Além do armazenamento químico, que é o presente nas baterias, há diversas outras formas de se armazenar energia.
O bombeamento hidráulico, por exemplo, é considerado o sistema de armazenamento em grande escala mais eficiente e barato em funcionamento. Ele utiliza dois reservatórios de água em diferentes altitudes. Quando há excesso de energia na rede, a bomba é acionada e consome energia, a fim de transferir a água do local mais baixo para o local mais alto. À noite, quando a geração de energia solar diminui, a água armazenada na parte superior é usada para mover turbinas que geram eletricidade.
O armazenamento de energia por gravidade funciona de maneira similar, mas em vez de utilizar água, movimenta grandes e pesados blocos (que podem inclusive ser construídos a partir de lixo urbano). O sistema aproveita os momentos de excesso de energia na rede para que guindastes levantem e empilhem os blocos, armazenando a energia no formato potencial gravitacional. Quando a energia é demandada pela rede, os guindastes deixam que os blocos desçam, girando, assim, rotores que geram energia elétrica.
O armazenamento de energia térmica armazena energia na forma de calor. O calor é armazenado em materiais como sal fundido ou rochas e pode ser convertido de volta em eletricidade quando necessário.
O armazenamento de hidrogênio busca usar o excesso de energia para fazer a eletrólise da água, produzindo hidrogênio. O hidrogênio então é armazenado e, posteriormente, queimado, gerando eletricidade. Como o hidrogênio é um gás altamente explosivo, sua queima é controlada por meio de células de combustível.
O armazenamento de energia mecânica busca aproveitar a energia que sobra na rede para acelerar um rotor em ambiente de baixo atrito. Quando a energia é necessária, elementos magnéticos são utilizados para aumentar a resistência e gerar energia elétrica.
Cada um desses mecanismos possui seus próprios graus de eficiência e capacidade de armazenamento, e, portanto, sua adoção precisa ser estudada caso a caso.
Porém, para um país que tem vivido a situação contraditória de produzir energia renovável em excesso e ter que ligar usinas termelétricas à noite, essas podem ser soluções muito interessantes. Segundo projeção do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), ao fim desta década, o Brasil terá uma demanda de 111 gigawatts de energia, contra uma oferta de 281gigawatts produzidos.
Imagine o que seria possível se parte dessa energia pudesse ser armazenada em vez de descartada, como acontece hoje. Esses mecanismos podem auxiliar a resolver o problema da intermitência solar, armazenando o excesso produzido durante o dia para ser usado durante a noite, eliminando, dessa forma, a necessidade das termoelétricas.
Outra vantagem é que algumas dessas tecnologias podem aproximar os centros de armazenamento dos centros consumidores, diminuindo a perda de energia no caminho.
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Essas tecnologias oferecem alternativas eficientes e sustentáveis para o armazenamento de energia, ajudando a equilibrar a rede elétrica e a integrar fontes de energia renovável.
Se precisar de mais detalhes sobre alguma dessas tecnologias, estou aqui para ajudar!