Com Pedro Calixto, secretário adjunto de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias de MG


Quando falamos de tecnologia, precisamos estar sempre vigilantes para evitar duas tendências comuns: a primeira é o foco em tecnologias que são desenvolvidas do outro lado do mundo, em detrimento daquelas que são desenvolvidas por aqui. A segunda é a de olhar para a tecnologia como um fim em si mesma ao invés de um meio para se alcançar ganhos coletivos e sociais.

 

 

 

Nesse sentido, o assunto desse artigo é especialmente interessante. Minas Gerais sempre lidou com um problema crônico de gestão da sua infraestrutura rodoviária. O estado concentra a maior malha rodoviária do país e essa vastidão dificulta e encarece o processo de manutenção, fazendo com que o estado recorrentemente apareça como um dos que tem as estradas em piores condições do país. Em um contexto de dificuldade fiscal, a situação se torna ainda mais complicada.

 



 

Tradicionalmente, o processo de inspeção das rodovias é realizado de forma manual, demandando um trabalho intensivo, caro e demorado. Técnicos especializados percorrem quilômetros de estradas, documentando visualmente as condições do pavimento, identificando problemas como buracos, trincas, desgaste da sinalização horizontal e outros defeitos que podem comprometer a segurança viária. Este método, além de muito mais custoso é também mais suscetível a subjetividade humana.

 


Nesse sentido, é que o anúncio do governo estadual realizado na última semana de uma parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina para utilização de inteligência artificial para monitoramento da qualidade das estradas é tão importante.

 

 

O novo sistema combina duas subáreas da inteligência artificial. Por um lado, todo o processo de coleta e análise de imagens é feita por meio de visão computacional; já o processamento e análise é feito com algoritmos de aprendizado de máquina. O sistema funciona da seguinte forma:


1. Câmeras de alta resolução são instaladas em veículos
2. Esses veículos percorrem as rodovias, capturando imagens detalhadas do pavimento, sinalização e capina nas margens das rodovias
3. Os dados são transmitidos para um sistema em nuvem
4. O sistema utiliza algoritmos previamente treinados para reconhecer e classificar diferentes tipos de defeitos e problemas na infraestrutura rodoviária
5. Essa classificação informa aos órgãos do governo os locais em que as manutenções precisam ser feitas com mais urgência.
6. O gestor público recebe informações que facilitam seu processo de priorização e alocação de recursos para ações de conservação.

 

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Uma melhor gestão da infraestrutura rodoviária permite que a manutenção das rodovias seja feita de maneira mais adequada e barata e a qualidade das rodovias trazem melhores garantias de segurança e o conforto aos usuários, além de contribuir para o desenvolvimento econômico do estado diminuindo os custos relativos à logística.

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