Nada mais cruel do que a interrupção da existência de alguém que poderia ter a estrada da vida pela frente. O assassinato de crianças é revoltante em todas as culturas e civilizações.


Apesar de serem as maiores vítimas das guerras e catástrofes humanitárias, todas as vezes que crianças são mortas em conflitos bélicos a comunidade internacional se manifesta de forma mais contundente.


O Conselho de Segurança da ONU se reúne de forma emergencial e os beligerantes jogam pedra um no outro. Ao final, fica tudo na mesma. Chumbo trocado em confortáveis gabinetes não dói em ninguém. A batalha retórica contém farpas de festim, inodoras e insípidas. Jogo de cena para esconder a brutalidade dos fatos repugnantes. Cinismo midiático. Conversa pra boi dormir.


O mundo assassinou milhares crianças na Segunda Grande Guerra. De lá para cá, milhares foram mortas diretamente nos conflitos e principalmente em campos de refugiados.


As principais causas dessas mortes em campos de refugiados são a desnutrição, a diarreia e doenças infecciosas evitáveis por vacinas, como o sarampo. Não é por acaso que a primeira medida das instituições de suporte humanitário nesses locais é prover água, alimento, instalações sanitárias e vacina.


Crianças, mulheres grávidas e velhos são a prioridade. Com essas medidas as mortes são em grande parte evitadas. Lamentavelmente, não temos medidas tão eficazes contra o sofrimento e os danos emocionais resultantes dessas tragédias.

 




No Brasil não estamos em litigância bélica com nenhum país, exceto com nós mesmos. Sim! Brasileiros contra brasileiros. O tiro tem sido no nosso próprio pé.


Agora, falando sério, como disse o Chico Buarque, eu preferia não falar. Mas, já que estou com a palavra, vou chutar de bate-pronto: o mundo não vai ficar melhor. Com esse modelo de desenvolvimento, infelizmente não!


No Egito antigo a expectativa de vida não passava dos 30 anos. Faraós morriam de pragas banais para os dias de hoje.


Nos tempos de Platão, o corpo, carcereiro da alma, era desprezível. Bom mesmo seria o depois. Cristo foi no mesmo caminho. O Paraíso prometido aos puros de coração estaria garantido. Já, os ricos, ficariam engastalhados no buraco da agulha junto com seus camelos. Não ficaram.


No século passado, guerras e epidemias forçaram a ciência a procurar soluções para as mazelas humanas. A ciência foi a solução. Entretanto, o negacionismo científico atravessou a música. Não interessa ao capital desnudar os interesses por trás da ilusão e do misticismo popular.


Nesse século, com expectativa de vida três vezes maior do que a de um Faraó egípcio, ainda se questiona e sonega-se vacinas à população. Infanticídio por interesse político, cruel e bárbaro como nos tempos de Herodes. Neoliberalismo instalado e regendo a marcha fúnebre do calvário humano e planetário. O modelo exige gente em excesso, gente sofrendo e gente morrendo, principalmente em guerras e conflitos domésticos, como no nosso caso.


Hoje, temos vacinas contra as principais doenças infecciosas perdendo nos postos de saúde e pessoas morrendo por falta delas nos hospitais. A mentira, a insegurança, a desconfiança e o medo como formas de dominação funcionam bem a esse propósito.


Criminosos e golpistas por espalharem “fake News” e tentarem romper com a democracia, um dos poucos antídotos disponíveis contra o totalitarismo, agora clamam por anistia. Anistiar sem julgar é vergonhoso para ambos: Anistiado e vítima. Significa medo da reflexão. Medo, preguiça e conveniência de passar da adolescência à adultez. Medo de viver.


Já me rotularam como comunista em passado recente. Slogan muito usado quando se quer desqualificar alguém que lê o mundo um pouco diferente. Sou comunitário e não comunista. Afinal, creio em Deus. Pré-requisito para não ser comunista, conforme regras da TFP (Tradição Família e Propriedade).


Creio em Deus à moda de Spinoza, saliento. Potência universal que a tudo criou, cria e descria, da qual somos apenas um dos elementos de sua criação. A Ele estou profundamente integrado, honrado e feliz de fazer parte dessa obra espetacular.


Sim! Eu rezo! Rezo todas as vezes que preciso. Em decolagens e pousos, infalivelmente. Voar para mim, ainda é um mistério. Olha que estudei física. Estudar não é suficiente para compreender e aceitar. Se me dá conforto eu rezo. Mas, não me atrevo a entrar em reza alheia, não peço e nem espero por milagres.


Rezar, orar e refletir, são verbos a serem conjugados individualmente e não tem nada a ver com Deus. São necessidades fisiológicas humanas, tão importantes quanto todas as demais que nos mantém vivos.

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