A nota do Enem, com seu resultado, provoca dúvidas na escolha de um curso de graduação, afinal, a decisão é desafiadora e acaba se transformando em mais um dos problemas diários para enfrentamento. A grande maioria dos adolescentes e jovens não sabe que tipo de profissional quer ser ou em que área atuar. Trata-se de uma situação comum na juventude, pois tem a ver sobre como os pais abordam e lidam com os filhos em relação ao tema. Uma decisão inadequada ou “forçada” leva a consequências, como insatisfação com o trabalho, mudança periódica de emprego e depressão, entre outros casos.



Uma pesquisa do “Isma Brasil” (International Stress Management Association) revelou que 72% das pessoas estão insatisfeitas com seu trabalho. Obviamente, esses dados apontam um alto número de insatisfação e de encontro a possíveis problemas ocorridos nas empresas, como relacionamentos inadequados, de gestão ou estrutural, mas também não se pode ignorar quem atua em áreas com as quais, muitas vezes, acabam não se identificando ou estão infelizes com a função.


É essencial um direcionamento e uma capacitação dos adolescentes para o mercado, pois essa inserção requer conhecimento das próprias habilidades e competências, assim como uma correta preparação para dar conta das demandas. O papel da família é estimular esses jovens e apresentar como os processos devem correr com transparência e diálogo. Em caso de dificuldade nessa situação e os jovens ainda apresentarem problemas em encontrar uma área, o teste vocacional é uma recomendação. A análise auxilia na decisão da avaliação sobre traços de personalidade, contribuindo para um melhor entendimento em relação às próprias características e como podem ser vinculadas profissionalmente.


O que não se deve fazer é confundir “apoio” com “obrigação”. Afinal, a pressão é uma situação comum, sendo feita por muitos pais, quando os filhos estão analisando a profissão e querem que tenham ou sigam a carreira deles como base. Como exemplo, vale citar a médica que deseja um filho médico ou o advogado com o filho seguindo os passos dele e assim, literalmente, sucessivamente. O fato é que esse processo é muito perigoso e bastante prejudicial no desenvolvimento infanto-juvenil.


A recomendação é incentivar o autoconhecimento e escolher o que for de interesse próprio para se fixar nessa profissão e atuar com prazer e sem interferências “externas”. Os pais devem viver esse processo com maturidade. É natural observar os jovens “surfando” em profissões de outras pessoas, sendo, muitas vezes, as dos próprios pais, quando deveriam focar no investimento de tempo e dinheiro em ser um profissional realizado e de ponta.


Os pais atentos e conscientes atuam como apoio, após a divulgação da nota do Enem. Afinal, sabem que é crucial trabalhar por realização e não por falta de opção, se sentindo uma pessoa torturada, situação que reflete na qualidade dos serviços, desempenho e compromete a produtividade e empregabilidade.

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