O corpo feminino sempre foi alvo de críticas e, com a internet e as redes sociais, diariamente, comentários são postados, cujos autores se permitem julgar, principalmente, celebridades, apenas porque se expõem mostrando o cotidiano real e com os efeitos do envelhecimento.

Há décadas, as revistas e a internet apresentam padrões irreais de beleza, devido ao excesso de correção nas modelos, buscando a “verdadeira” perfeição. A questão é que nenhum ser humano é perfeito, sendo inevitável evitar o avançar da idade com seus sinais. O problema é que, pelo contato direto com essas imagens, a população vai se esquecendo do que realmente é natural e critica, principalmente, os famosos, pela escolha de não modificarem seus corpos para se encaixarem nesse molde.

A atriz Paolla Oliveira, 41 anos, tem sido uma das principais vítimas dessa onda de preconceito. Há alguns meses, ela deixou de aplicar filtros em suas imagens, mostrando apoio a uma campanha publicitária sobre a importância de não estimular padrões irreais. Desde então, vem sendo vítima de comentários desagradáveis, disfarçados de críticas construtivas.

Ilustração com cinco mulheres de corpo inteiro, apresentando altura e peso diferentes, demonstram que elas estão se libertando para viver como quiserem com os próprios corpos, independentemente, de padrões sociais impostos

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Paolla foi a rainha de bateria da escola de samba Grande Rio e publicou vídeos de ensaios, em suas redes sociais. Em vez de mensagens sobre a sua performance, recebeu críticas, comentando sobre estar acima do peso, completamente fora de forma, com “braços de merendeira” e que já estava velha. A maioria das mensagens foi enviada por mulheres.

A verdade é que na cultura do século XXI, o corpo é visto como objeto e, as pessoas que não se enquadram nos padrões – quem está acima do peso ou é mais velha –, acabam sendo excluídas e marginalizadas. A situação estimula a procura por procedimentos estéticos e os tornam cada vez mais populares.

As cirurgias têm o poder de melhorar a autoestima, contudo, os efeitos podem ser passageiros, principalmente, se o resultado não for o esperado ou um novo padrão surgir, aumentando o risco do desenvolvimento de outros problemas ligados aos transtornos de imagem. A depressão, bulimia, ansiedade e o transtorno dismórfico corporal são os mais comuns.

A cobrança pelo cuidado do corpo feminino é naturalmente maior que o masculino, podendo ser vista, até mesmo, na polêmica mais recente do Big Brother Brasil 24. O cantor Rodriguinho, 45 anos, tem feito comentários sobre como a modelo Yasmin Brunet, 35 anos, come demasiadamente (devido a uma compulsão e ansiedade) e tem pouco cuidado com seu corpo, tendo “largado a mão”.

Mulher com lingerie chama atenção para o fato de elas decidirem sobre as próprias medidas do corpo, evitando se submeterem a imposições sociais

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Infelizmente, a internet abre espaço para todos se sentirem livres para expressar suas opiniões, porém, sem medir as palavras e os respectivos efeitos na vida dos alvos. Dessa forma, os comentários mais atrapalham que ajudam, aumentando as inseguranças, que provocam transtornos e precisam ser tratados. É importante entender que, quem não cuida do interior, o exterior será eternamente uma farsa, ou seja, um escudo.

Felizmente, a decisão sobre o que fazer com o corpo depende apenas do dono, sendo que diversos podem ser os motivos para as mudanças, involuntárias ou não. À sociedade cabe apenas aceitar a escolha.

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