O afastamento do trabalho tem se tornando uma situação cada vez mais frequente entre brasileiros. Infelizmente, a condição tem ocorrido devido a distúrbios, envolvendo a saúde mental, decorrente, justamente, das condições ambientais nas empresas e relacionamento entre chefias e colaboradores.


A verdade é que, paulatinamente, ansiedade, depressão, tentativas de suicídio, sindrome de burnout e o uso de medicamentos são problemas recorrentes no cotidiano de milhares de trabalhadores brasileiros. A situação levou o Ministério da Saúde a revisar e ampliar a lista de doenças laborais, após 24 anos da implementação e, entre os distúrbios citados, o burnout é o mais comum.


Para se ter uma ideia, um estudo da Universidade de São Paulo (USP), em 2022, estimou que um a cada cinco trabalhadores corporativos lidam com os efeitos desses transtornos.

 




A condição tem causa no estresse pelo acúmulo de funções, de serviço e metas que, para muitos, parecem não ter fim. Aos poucos, a síndrome leva o trabalhador ao sofrimento com sintomas incapacitantes. Geralmente, é possível observar uma queda na produtividade, alterações de humor, sono, problemas gastrointestinais, ou seja, a pessoa começa a se isolar, ficando mais irritada, impaciente, irônica e ainda apresenta queda na capacidade de memorização.

 


Os grupos que mais precisaram se ausentar foram as mulheres, segundo levantamento do Ministério da Previdência Social, representando 177.238 afastamentos contra 111.582 dos homens, apenas em 2023. As justificativas são variadas e, dentre elas, é possível citar a dupla jornada, ou seja, além do emprego, existe ainda, o cuidado com a casa e os filhos. O ambiente de trabalho hostil, assim como os casos de machismo e assédio, também elevam as estatísticas.


O alerta importante é que se deve manter cuidado com a saúde mental, já que o adoecimento emocional no trabalho advém da desregulação da pessoa. A base do bem-estar é o desejo, diálogo, relação social e o envolvimento, então, se existe cobrança, ansiedade e depressão, perde-se a qualidade de vida e as perspectivas.


As ocorrências precisam ser tratadas rapidamente para evitar, ainda mais complicações, como a evolução de uma ansiedade para depressão ou síndrome do pânico. Afinal, o processo compromete o comportamento humano e o convívio em todas as áreas, colocando em risco, o próprio vínculo empregatício. Uma recomendação essencial para as situações como o assédio é as vítimas também buscarem seus direitos e, claro, denunciar a situação.

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