Grupo de jovens se reúne para discutir assuntos envolvendo o cotidiano deles, sendo que cena chama atenção para características diferenciadas das Geração Z, em relação ao mercado de trabalho
Diariamente, as pessoas convivem com mudanças, inesperadas ou não, sendo algumas delas mais significativas que outras. É possível perceber alguns desses contrastes ao analisar as gerações e a “Z” tem se mostrado bastante diferente de suas antecessoras, sobretudo em relação ao trabalho.
“Geração Z” é a terminologia usada para se referir às pessoas nascidas entre os anos de 1997 e 2010 (entre 14 e 28 anos) que, aos poucos, ingressa no mercado de trabalho, com pensamentos e exigências diferentes daqueles que já atuam, profissionalmente, há mais tempo, agradando alguns e desagradando outros.
Uma pesquisa desenvolvida pelo Great People & Great Place To Work (GPTW) revelou que 51,6% dos participantes têm dificuldade para lidar com companheiros de outras idades no serviço. A “Z” seria a mais complicada, não apenas por seus interesses, mas, também, devido à convergência de opiniões, que, nem sempre, parecem se complementar (ou talvez, os mais velhos não estejam tão abertos a determinadas mudanças).
Os pensamentos dessa geração estariam ainda criando fortes estereótipos, indicando que, por não vestirem a camisa da empresa da mesma forma, seriam desinteressados, procrastinadores e bastante impacientes. Contudo, até que ponto essas ideias são reais? E quais seriam os motivos para desejarem uma maior autonomia?
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Para esses esses jovens adultos, a flexibilidade no trabalho é um dos principais requisitos ao buscar um emprego. A liberdade para expor ideias, aprendizado, benefícios, crescer profissionalmente e estar em um ambiente saudável são outros aspectos de interesse.
Os jovens entendem a importância do trabalho, mas a qualidade de vida não tem preço, por isso, buscam conforto em tudo que se propõem a fazer. Para eles, não existe trabalho sem bem-estar e equilíbrio mental. Dessa forma, apesar da necessidade de trabalhar e da instabilidade do mundo - sobre a qual estão bastante cientes -, se precisarem escolher entre emprego e saúde, a maior parte deles, provavelmente, escolherá o segundo.
Talvez, o motivo para essa escolha seja a realidade em que cresceram. Quando crianças e adolescentes, viram seus pais se dedicando quase completamente ao trabalho, mal tendo tempo para outras tarefas ou lazer, esquecendo-se de si mesmos e adoecendo. Agora, buscam trabalhar para viver, ou seja, aproveitar a vida e os bons momentos que proporciona e não viver para trabalhar.
Outra tendência é não abandonarem a casa dos pais tão cedo, que pouco tem a ver com comodismo e mais com economia. Assim, é muito importante analisar também como o seio familiar tem recebido essa geração, com suas ideias e projetos.
Mas os jovens estão completamente errados? Cada geração tem diferentes relações com o trabalho, cada uma delas com vantagens e desvantagens, que podem, sim, se complementar em benefício do desenvolvimento das atividades. A geração Z, por exemplo, cresceu cercada pela tecnologia e por isso, tem muito mais facilidade, porém, ainda não tem o conhecimento e expertise fornecidos pelos mais velhos.
No entanto, ao pensar em trabalho, é sempre importante lembrar da saúde mental, pois o esgotamento pode ser, extremamente, prejudicial para a performance e, não tem nenhuma relação com fraqueza, sendo na verdade, cada vez mais comum, independentemente da idade.
É por esse motivo que o governo brasileiro adicionou a síndrome de burnout, pânico, ansiedade e depressão à lista de doenças ocupacionais, afastando cada vez mais profissionais de suas atividades, afetando o cotidiano deles. A todo custo, a geração Z parece evitar seguir pelo mesmo caminho.