Nos tempos atuais não faltam espertinhos prontos para levarem vantagem em cima daqueles distraídos que atendem a qualquer chamado telefônico, contatos pelas redes sociais e que compram tudo o que veem pela internet. Os idosos são o alvo mais procurado e não são raros os variados tipos golpes contra eles.
Golpe do processo - Faz alguns anos que os golpistas de posse dos dados de processos junto a Justiça (normalmente processos de longa duração, nos quais esses idosos aparecem como autores), ligavam se apresentando como se fossem autoridades estaduais e federais, procuradores, juízes, coronéis, dirigentes de associações de classes e outros. Relatavam com riqueza de detalhes dados do processo, dizendo haver um crédito judicial a ser recebido, normalmente de valor significativo, que variando de R$ 5.000,00 a até mais de R$ 50.000,00. Para passarem segurança informavam dados pessoais do abordado como filiação, CPF, RG e endereço colocando seriedade na informação. Passavam números telefônicos para o abordado falar com outras pessoas (ligadas no mesmo esquema), como forma de confirmação do suposto direito da vítima. Depois de conquistada a confiança, falavam que para receber o alvará era preciso fazer um depósito prévio, que na verdade era na conta deles, golpistas. Esse golpe diminuiu, mas não cessou.
Ligação da agência bancária - Também em alta, ligarem para a pessoa idosa dizendo ser do seu banco ou sua operadora de cartão de crédito e que foi detectada uma compra ou operação com seu cartão, necessitando de confirmação. Obviamente que a pessoa sabe que está na posse do cartão e fica desorientada. Mas os golpistas o acalmam dizendo que vão cancelar a negociação, mas para tanto precisam de uma autorização por senha, por link ou manuscrita e assinada, devendo o cartão ser inutilizado com corte no meio exato para ser entregue ao motoqueiro que enviarão para buscá-lo. É claro que o cartão simplesmente partido ao meio, garante todas as informações desejadas pelos golpistas.
Sequestro -Tem ainda a famosa ligação telefônica dizendo que um ente familiar foi sequestrado e que é preciso pagar o resgate, quase sempre quantias menores, que estejam ao alcance da vítima cuja forma de quitação é variável. Costumam até colocar alguém chorando no fundo, pedindo socorro.
Os contatos afetivos – Nessa modalidade as pessoas são chamadas via Facebook, chats de relacionamentos e outras redes, por desconhecidos pedindo amizade. Daí começam a mostrar “interesse” em ter um relacionamento afetivo mais sério, confiscando assim os corações "invigilantes". Dessa forma, após inúmeras declarações de amor eterno, a promessa de breve encontro, vão conquistando a confiança, até que consigam dar o efetivo golpe financeiro. Esse golpe pega muita gente, na maioria pessoas solitárias com idade mais elevada.
O golpe da delegacia - Outro grupo observa os sites de acesso restrito, pegam os dados da pessoa cadastrada e depois ligam apresentando-se como delegado de polícia que recebeu denúncia de assédio sexual menores. Assim, para não dar continuidade na investigação que conduz a um processo criminal, devem pagar a quantia “X” endereçada à suposta vítima através de depósito via pix.
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E-mail de cobrança – O envio de falsos boletos de cobrança de bancos, instituições, órgão públicos é outra modalidade de golpe.
Caixa eletrônico – Embora este não seja pela internet, é um tipo de golpe muito comum que acontece dentro do autoatendimento dos bancos, principalmente fora do horário de expediente bancário, a exemplo dos finais de semana, quando a pessoa vai fazer alguma retirada. Os golpistas ficam por ali esperando sua vítima e na hora da utilização do caixa eletrônico eles aparecem para “auxiliar” em alguma operação, porém trocam o cartão da vítima e procedem a saques variados, causando grandes prejuízos.
Esses são alguns dos variados tipos de golpes que os bandidos aplicam por aí. Então vejamos:
- A situação é simples, todo e qualquer crédito judicial possui uma origem e um processo no qual normalmente os pagamentos são feitos através de alvarás e qualquer recolhimento de custa se faz por guia oficial, além disso, toda e qualquer informação deve ser tratada com o advogado do processo ou diretamente nas Varas Judiciais nunca com terceiros. Não existe pagamento a ser feito em dinheiro que alguém vá buscar em domicílio e por depósito em conta corrente ou poupança em nome de empresa ou de pessoa física.
- Quanto aos cartões de débito e ou crédito, jamais deixar o código de segurança existente no verso visível, pois com ele fica muito fácil ao golpista usá-lo pela internet. Então ao receber o cartão o melhor é retirar esse código do campo de visão de quem quer que seja, guardando-o em local de conhecimento do titular.
- Os atos marginais estão cada vez mais sofisticadas todo cuidado é pouco. Jamais faça recadastramento financeiro ou de órgãos como Receita Federal, INSS, Bancos atendendo a solicitações feitas pela internet ou telefone. Vá ao órgão e se certifique.
- Quantos aos namoros pela rede social, deve-se ficar atento e não passar dados de cartão de crédito, documentos e muito menos mandar dinheiro para esse suposto amor.
- Dentro dos bancos não se deve pedir ajuda a ninguém que esteja ali “por acaso”, muita vez o defeito ou dificuldade de utilização do caixa eletrônico foi provocado por ele para fazer a troca do cartão, senha, não pode ser passada para ninguém e nem andar com ela anotada junto aos cartões ou na carteira. É preciso criar outra forma de armazená-la, sem deixar assim tão fácil para os meliantes.
No caso de ser vítima em situação como as que falamos acima, faça imediatamente um boletim de ocorrência junto à polícia, bloqueie os cartões junto à instituição financeira ou administradora de cartão de crédito. Conteste as operações realizadas com o cartão e peça o ressarcimento administrativo (por escrito), ou pela via judicial, podendo ser representado por um defensor público ou advogado de sua confiança.
A internet está repleta de alertas contra esses golpes, mas as pessoas desavisadas continuam caindo e enriquecendo tais grupos.
Você já foi vítima ou conhece algum caso? Conte para nós.