
Que show de horrores, Seleção?
Classifico de vexame não pelo placar, que não é tão incomum no futebol, mas pela forma como a derrota ocorreu
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O que aconteceu com a Seleção Brasileira? A pergunta, que vem sendo feita há algum tempo, foi reforçada após a goleada por 4 a 1 para a Argentina, pela 14ª rodada das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, esta semana, em Buenos Aires.
Mesmo antes de o colombiano Andre Rojas trilar o apito pela última vez no Monumental de Nuñez, todos que gostam de futebol buscavam explicações para a atual fase do nosso Escrete Canarinho. Entre as respostas, a dificuldade do técnico Dorival Júnior em encontrar um esquema tático que extraia o melhor de cada convocado; os constantes desfalques que o impedem de manter uma equipe base; o pouco brilho com a Amarelinha de atletas que se destacam muito mais em seus clubes; a ausência de Neymar; até a má administração da CBF, que teve sete presidentes, sendo três afastados antes do fim dos mandatos, nos últimos 12 anos.
Acredito que a soma de todos estes fatores resultam em novo vexame da nossa Seleção. Classifico de vexame não pelo placar, que não é tão incomum no futebol, mas pela forma como a derrota ocorreu. O Brasil pareceu um time formado por atletas que nunca haviam atuado juntos ou nem mesmo se conheciam, tamanha a desorganização. Para completar, alguns atletas nem de longe renderam o que se esperava deles, como os laterais Wesley e Guilherme Arana, e os atacantes Vinicius Junior e Raphinha.
Não dá para dizer que Dorival não preparou bem a equipe, não alertou para os riscos inerentes de se enfrentar a atual campeã do mundo na casa dos caras. Mas ficou claro que o treinador não tinha uma alternativa para o caso de tudo dar errado nos primeiros minutos, como ocorreu na noite da última terça-feira (25/3).
E agora, que estamos a pouco mais de um ano da Copa de 2026, que será disputada no Canadá, EUA e México? A solução é trocar o treinador? Se sim, qual o nome ideal para assumir? Dá para um estrangeiro chegar e montar uma equipe competitiva em tão pouco tempo? Essas perguntas devem estar sendo feitas pelos dirigentes da CBF, entre eles Rodrigo Caetano, famoso por bons trabalhos como diretor de futebol em alguns dos principais clubes do nosso país.
Tomara que a decisão seja acertada. Ou corremos o risco de ter participação pífia no Mundial, bem longe do que manda nossa tradição.
Projeções
A edição 2025 do Campeonato Brasileiro começa no próximo fim de semana e, como sempre, jornalistas, torcedores e os próprios participantes elegem os favoritos ao título, quem vai brigar por vaga na Copa Libertadores de 2026, os que lutarão contra o rebaixamento à Série B. É um exercício de futurologia complicado, pois temos várias equipes que podem surpreender e algumas que vão decepcionar.
Este ano, deveremos ter dois “brasileiros”, um até o Mundial de Clubes da Fifa, entre junho e julho, e outro no segundo semestre. Afinal, haverá não só tempo para uma intertemporada para quem não for aos EUA, mas também uma janela de contratações aberta, que pode reconfigurar a cara dos times e, consequentemente, mudar a correlação de forças na nossa principal competição.
De qualquer forma, vejo Atlético, Flamengo e Palmeiras como favoritos, assim como considero Corinthians, Cruzeiro e Internacional como aqueles que podem brigar em cima. O Santos pode se candidatar a azarão, mas só se contar com Neymar. Em estágio inferior estão Bahia, Botafogo, Fluminense, Fortaleza, Grêmio e São Paulo. Já na parte de baixo da tabela devem figurar Bragantino, Ceará, Juventude, Mirassol, Sport, Vasco e Vitória. Mas posso estar completamente enganado, como normalmente acontece.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.