Paulo Galvão
Paulo Galvão
Jornalista formado pela PUC Minas
DOIS TOQUES

O grande negócio do nosso futebol

Investir na formação de jogadores nunca foi tão importante. E também ter olho clínico para contratar talentos que possam ser lapidados e revendidos com lucro

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Os últimos dias do mês de março e os primeiros dias deste abril são especiais para quem gosta de futebol não só pelo início das disputas do Campeonato Brasileiro e das copas Libertadores e Sul-Americana, mas também pela publicação dos balanços dos clubes referentes ao ano anterior. Eles são um dos meios para se saber quem está no bom caminho e quem pode estar “dando um passo maior que a perna”.

 

 

Até o momento, me chamaram a atenção os números apresentados pelo Palmeiras, que se aproximou do Flamengo no ranking dos que mais arrecadam no nosso esporte. O clube paulista teve receita operacional bruta de R$ 1,274 bilhão, contra R$ 1,334 bilhão registrado pelos cariocas.

Boa parte do valor arrecadado pelo Verdão se deve à venda de atletas, com R$ 440 milhões, diante de R$ 107 milhões amealhados pelo rubro-negro. Isso, além dos gastos com contratações (R$ 415 milhões) e a compra de um terreno para construção do estádio próprio no Rio (R$ 138 milhões), ajudam a explicar porque o Palmeiras teve um superávit de R$ 198 milhões, enquanto o Fla amargou prejuízo de R$ 1 milhão.

 

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Isso me fez lembrar de Zezé Perrella, que há pouco mais de 30 anos assumiu a presidência do Cruzeiro. À época, ele ressaltava a dificuldade de concorrer com clubes de orçamentos maiores, principalmente em função do que recebiam de cota de TV. Mas quase sempre conseguiu montar equipes competitivas, conquistando títulos importantes, como a Copa Libertadores de 1997, as Copas do Brasil de 1996 e 2000, além das Copas Sul-Minas de 2001 e 2002, e da Copa Master da Supercopa e da Copa Ouro de 1995. Tudo isso sem endividar o clube. “Para fechar as contas no azul, temos de vender ao menos um jogador por ano”, dizia ele.

 

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Claro que o patamar financeiro do futebol nacional era outro, mas a estratégia se mostra necessária até hoje. Mesmo com o surgimento de novas fontes de receita, como o pay-per-view; o aumento das premiações por desempenho esportivo, tanto em torneios nacionais quanto internacionais; e, recentemente, a entrada maciça de dinheiro das empresas de apostas on-line; a negociação de direitos de atletas tem grande importância para os clubes.

Por isso, investir na formação de jogadores nunca foi tão importante. E também ter olho clínico para contratar talentos que possam ser lapidados antes de serem revendidos com lucro, dando retorno técnico e financeiro.


Preocupações distintas

Atleticanos e cruzeirenses estão preocupados, mas por motivos diferentes. Enquanto os alvinegros esperam pela melhora da pontaria de seus jogadores, que criaram muitas chances nos últimos jogos, mas pouco converteram, os celestes se revoltam com a falta de evolução da equipe depois de quase 40 dias sem jogos, nos quais pôde se preparar para a sequência da temporada.

 

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O caso do Galo é, teoricamente, mais fácil de ser resolvido, pois daqui a pouco a bola volta a entrar, acredito. Já pelo lado da Raposa, o técnico Leonardo Jardim e os jogadores precisam dar mais que explicações, uma resposta em campo o quanto antes. O futebol apresentado na derrota por 1 a 0 para o Unión de Santa Fe foi abaixo da crítica. Mesmo na vitória por 2 a 1 sobre o Mirassol, pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro, deixou muito a desejar.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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