Meus caros, vamos falar a verdade: domingo, final da tarde, aquele cheirinho de churrasco no ar, e, para os mais afortunados, a Final da Copa do Brasil. Aí, do nada, aparece o quê? O ENEM. Sim, a maratona de 5 horas em que você precisa decidir o seu futuro enquanto seu time está a um gol de conquistar a glória. É de se questionar: por que colocar os estudantes nessa tortura? E vou além: por que não mudar logo o horário do ENEM? A resposta é simples: estamos falando de uma prioridade existencial.
E se faltava fundamentação filosófico-pedagógica, não falta mais.
O EXISTENCIALISMO
Sartre nos mostra que a vida é feita de escolhas, e cada escolha define quem somos. Ora, colocar o estudante diante da bifurcação entre o futebol e o ENEM é o ápice da má fé. Como é que se espera que alguém faça uma boa redação sobre "Desafios para a valorização do cinema nacional" com o grito de gol engasgado na garganta? Isso, meus caros, é desumano. Afinal, que tipo de liberdade é essa em que você não pode decidir o que realmente importa naquele momento?
FOUCAULT
O filósofo francês já nos alertava sobre os perigos da disciplina e da docilização dos corpos. O ENEM, meus caros, é um excelente exemplo do biopoder em ação. O exame transforma o jovem, antes vibrante e cheio de energia, em um corpo dócil, treinado para sentar por horas, responder questões e se submeter à ordem do sistema educacional. É quase uma tortura moderna, digna dos antigos métodos punitivos. Agora, me diga: é justo que esse mesmo corpo, tão domesticado, seja impedido de extravasar sua energia gritando um "gol" na final da Copa? Foucault estaria, sem dúvida, do lado daqueles que preferem a liberdade das
arquibancadas ao controle das salas de prova.
PSICOLOGIA
Estudos mostram que assistir a esportes libera endorfinas, melhora o humor e até mesmo reduz o estresse. Agora, compare isso com o que o ENEM faz com o pobre cérebro jovem: ansiedade, cortisol a mil e, no final, uma vontade insana de apagar o próprio nome da folha de resposta. E se for para argumentar com base na pirâmide de Maslow, a realização pessoal, que deveria estar no topo, está sendo jogada para escanteio. Assistir à final do seu time é, sim, uma necessidade básica, um direito inalienável de qualquer cidadão brasileiro.
MARXISMO
Não nos esqueçamos de Marx. Sim, ele mesmo. Se estivesse vivo, certamente estaria nas arquibancadas, tomando uma cerveja e observando: o futebol une as massas, enquanto o ENEM, sejamos sinceros, só as separa. Marx ficaria perplexo ao ver que o fetiche pela nota alta está alienando o estudante de sua verdadeira paixão nacional.
Sejamos práticos: mudar o horário do ENEM é a solução. É uma questão de bem-estar mental, de liberdade individual, de respeito ao futebol brasileiro!
E se alguém vier me dizer que "o ENEM é mais importante" que me desculpem os meritocratas, mas a nossa história não foi feita por provas objetivas, mas por momentos catárticos e grandiosos como a final de um campeonato. Afinal, como diria Nietzsche, o verdadeiro espírito dionisíaco da vida é viver a potência eterna do instante. E quer algo mais dionisíaco do que um estádio explodindo em emoção?
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Portanto, que o MEC se mexa! Porque, meus amigos, quem está verdadeiramente alienado não é o estudante que quer ver a final, mas quem acha que o ENEM pode competir com a grandeza do futebol.