Na Libertadores de 2013, a pedra inaugural do título é o milagre de São Victor, La Canhota de Dios, a perna cabeluda que deveria ter substituído o Pirulito da Praça Sete durante a gestão de Kalil na Prefeitura de Belo Horizonte (com Fuad, ainda está em tempo). Em 2024, quando o Galo levantar a taça, tal pedra terá sido o alongamento de perna do Deivinho – de novo, La Canhota de Dios.

 



 


Sim, o Galo vinha numa draga danada, só a negação do ludopédio desde a classificação sobre o River, um misto de arranca-toco e fim de festa, no caso, uma queimada na largada das finais – apenas o Dr. Scholl pra resolver o calo no zóio daquele que se aventurasse a assistir aos Amigos do Rubens contra quem quer que fosse.


Também, uma temporada com 490 jogos e apenas 11 titulares, o resto só o espírito de Alan Kardec, Deus que nos proteja e guarde. Os caras vão chegando no final do ano igual àquela maratonista que se arrastou desmilinguida até a linha de chegada. É nóis.

 


Ainda bem, pois, que vieram os quatro Hulks! Uma versão concentrada, é verdade, como os amaciantes de roupas. Basta uma tampinha do Deyverson e pronto, tá feito o serviço. Contra Fluminense e River foi aquilo que vimos, uma mistura de Messi e Didi Mocó. Contra o Botafogo, na quarta-feira, Deyverson fez virar a chavinha ao incorporar o espírito de porco.


Nem todo mundo tem a elegância de um Nacho Fernandes, que assistiu apenas abobalhado ao alongamento de perna do Deivinho, naquela ocasião uma avant-première, agora um clássico do entretenimento. O Barboza, não. O Barboza ficou bolado. Não pode zoar o Barboza. O Barboza não fez a quinta série. O Barboza vai te pegar na porta da escola.

 

 


La Canhota de Dios se manifestou no alongamento do Deivinho – e alongou-se para um crescendo de destempero que acabou por culminar com o Botafogo indo às vias de fato com os seguranças do Independência, aliás uma lástima de briga, só os marmanjos no exercício da virilidade estéril, soco na cara que é bom nada, só aquele enfrentamento de telecatch, melhorem!


Fato é que o mistão do Galo, os Amigos do Rubens sem o Rubens, expulso, pararam o Botafogo apenas na força da mente. Tipo Karatê Kid: a força da mente e um único golpe – aquele maldito alongamento de perna, originalmente usado para a distensão do músculo reto da coxa, agora extensivo ao derretimento do cérebro.

 

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Claro que os caras já se sentiam acossados pelo Palmeiras, que jogara pra perder e acabou por ganhar do Bahia, em Salvador, ficando a um pontinho no retrovisor. É nessa hora que o microondas apita, avisando que a pipoca ficou pronta. Bastou o Deyverson em seu espírito de porco alongado pra batata também começar a assar.


Ao final da heroica peleja, enquanto os seguranças do Indepa tratavam de evitar uma versão literal do Caiu no Horto Tá Morto, Hulk alugava um triplex na mente de Luiz Henrique, acusando de caráter oscilante o homem da bet.

 

 


Ato contínuo, o VAR manda chamar o juizão pra ver um negócio – e tá lá o Luiz no telecatch, com a boca na botija. Botija esta atirada sobre a carcaça craniana do segurança, um alquebrado 6 x 1 em dia agitado na firma. Tomou o vermelho e foi pro chuveiro mais tarde, se tivesse ido mais cedo não tava metido naquela ocorrência.


Se o futebol é psicológico, alguém esqueceu de tomar o remedinho. Agora, o que se prenuncia para o dia 30 é, de um lado, o corpo são e a mente estragada, de outro, o corpo estragado e a mente sã. Vamos precisar de muitos alongamentos pra dar conta do recado.

 

 


Da cartola de Devinho, além da casquinhada matadora, há de sair a lebre dentuça que vai morder os calcanhares dos Amigos do Barboza. Duela a quem duela! Prepare a pipoca, que o filme já começou. Hoje mesmo me mando para o set de filmagens, como se partisse pela BR em 1971. Buenos aires, señores, yo acredito. Viva La Canhota de Dios! Hasta la victoria siempre! Gaaaaaalooo!!!

 

 
 
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