

Como um corno manso, eu sigo acreditando
Feliz ano, atleticanada! Bem-vindo, Cuello, bem-vindo, Júnior Santos! Bem-vindo de volta, Bernard, a toda essa galoucura!
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Não sei por onde começar. Depois do interregno festivo que incluiu Natal, Réveillon, férias na Bahia e toda espécie de desbunde que o verão por aquelas plagas é capaz de proporcionar, cá estou – e me pergunto se saímos do poço em que nos encontrávamos no crepúsculo de 24, ou se continuamos caindo como a Alice no infinito buraco de 25.
Não sei por onde começar, o que me qualifica a pleitear um cargo na direção do Atlético, por que não? Ali não se sabe por onde começar nem continuar, o que nos permite imaginar onde as coisas irão terminar.
2024 terminou com aquela bola na trave. Se houve a Canhota de Deus, houve também os centímetros sagrados a nos livrar do rebaixamento, a mão invisível a desviar a bola depois do tiro fatal. A casa só não caiu porque se segurou, trôpega, naquele bendito vergalhão. Desgraaaaaaça, diria o Josias, líder da Tropa do Fura Bloqueio, para em seguida evocar a genitália feminina com seu máximo vigor.
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Caceta, não passava nem sinal de wi-fi nos fiofós, mas, ao fim e ao cabo, nos mandamos pra Bahia sem precisar, antes, nos suicidarmos todos. Achei que teria férias. Mas não contava com a astúcia dos nossos Chapolins Colorados, especializados em encher o nosso saco como a se a gente fosse o Seu Madruga.
Mandaram embora o Milito e, como se fossem governadores a lidar com uma greve na educação, abriram a temporada de caça ao professor. Aquilo foi bastante deprimente, quando não risível – pelo menos no episódio da tentativa (çei) de trazer Artur Jorge, então técnico do Botafogo. Enquanto abundava a vergonha alheia, o tempo ia passando.
Atacante do Cruzeiro faz tatuagem com frase dita por Cristiano Ronaldo
Sem o professor pra reclamar, passaram nos cobres o Paulinho. Enquanto o consumidor, digo, torcedor, gozava suas férias, esvaziaram a prateleira dos secos e molhados. E a reposição, bem, essa ficou pra quando chegasse o treinador, a essa altura uma miragem. E a gente, esperando Godot.
Então chegou o Cuca, atrasado como o coelho da Alice, ele e a sua conhecida capivara trazida da Suíça. Como o que está ruim pode sempre piorar, a pré-temporada seria um caça-níquel de qualidade mais do que duvidosa, e sem direito a agregar as contratações que acabavam de chegar. Ou seja, mais do que nula, a tal pré-temporada mais atrapalhava do que ajudava. Jestão, meus senhores, jestão.
24 classificados ao mata-mata da Champions League
O resultado dessa patetada toda são três vitórias nos últimos 24 jogos. O sonho do hexa (desculpe, é só uma piada) vai ficando cada dia mais distante. Eu me sinto ameaçado pela notícia de que tem jogo do Galo. Queria sair dessa relação tóxica, mas infelizmente não existe um AA, os Atleticanos Anônimos, capaz de curar minha doença.
Então, como um corno manso, sigo acreditando. O Galo foi bem contra o América. Fez o melhor jogo dos últimos 24. Júnior Santos fez boa estreia, a nos lembrar da existência do drible, essa instituição sob ataque de vândalos desde Ademir até a bijuteria colombiana, Brahian Casebres.
Hoje (lá vêm vocês com novas ameaças!) vamos ao Alçapão do Bonfim enfrentar o poderoso Villa Nova, sim, todo adversário é poderoso quando você tá no chão tentando se levantar depois daquele jab bem tomado no meio da fuça. Pois bem, a hora é agora, se quisermos arrumar alguma coisa além de rir da furada do Gabi Sem Gol.
Dois times que foram eliminados da Champions League sem pontuar
Feliz ano, atleticanada! Enquanto uma boa alma não se dedica a fundar o nosso AA, bora se embebedar de Atlético, acreditar sempre, desistir jamais. Bem-vindo, Cuello, bem-vindo, Júnior Santos! Bem-vindo de volta, Bernard, a toda essa galoucura!