Vista do Aeroporto Carlos Prates, a partir do Bairro Jardim Alvorada -  (crédito: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Vista do Aeroporto Carlos Prates, a partir do Bairro Jardim Alvorada

crédito: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

Escrever é, além de catártico, um exercício mental interessante, mas contém uma armadilha, que é o risco de falar sozinho, propondo temas para responder sem muita escuta, sem outros pontos de vista, longe do debate.


E foi conversando com um servidor municipal a quem reputo clareza e dedico respeito que recebi uma crítica de minha última pauta sobre o Aeroporto Carlos Prates.


"Pegou pesado, quando uma boa parte da nossa visão é parecida com a sua".

 


Gostei da crítica e, muito mais, da abertura para que se possa conhecer o projeto antes que esteja consolidado, e da chance de trocar conhecimento, conhecer a visão da Prefeitura para essa área, e poder contribuir para o desenvolvimento da cidade.

 
Para um bom desenvolvimento da cidade porque, quando o poder público não impõe mas, ao contrário, escuta as contrapartes técnicas e civis qualificadas, como a AsBEA (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura), que reúne a maior parte dos principais escritórios da cidade, e a SME (Sociedade Mineira de Engenheiros), é certeza que tenhamos ótimas soluções, ponderadas, debatidas, jamais rebaixando a baliza qualitativa, independentemente do orçamento municipal, ou das vontades políticas.

 

 

Num fórum técnico, apenas a boa técnica importa.


E foi num breve, mas importante encontro da Arquitetura e do Urbanismo com a Engenharia Hídrica (novamente os membros da AsBEA e da SME) que, sob o nome de REVITALIZA, pudemos discutir a interseção do urbanismo e da drenagem de Belo Horizonte com os maiores especialistas locais.
Outros fóruns e seminários, capitaneados e promovidos pela AsBEA, discutiram o bom urbanismo, a densidade necessária, o excesso de regulação e a regeneração urbana, com a participação dos Arquitetos e Urbanistas associados, e palestrantes de todo o país, e internacionais.


Embora o conhecimento, os especialistas e as referências estejam aqui, em mãos capacitadas, e a despeito da presença de integrantes do executivo municipal em praticamente todos os eventos, percebe-se, talvez, uma certa pré-indisposição com todo esse conhecimento e com as referências apresentadas, com todas as evidências exaustivamente repisadas.

 


Apesar de tudo, a cidade e os códigos teimam em não incorporar esse conhecimento, e as evidências.
Frustrante, quando se percebe que boa parte dos recursos municipais pode estar sendo usada, há décadas, para promover não o desenvolvimento, mas a degradação urbana.


A boa notícia, parece, é uma nova disposição do executivo municipal e da Secretaria de Regulação Urbana (e do Planejamento Urbano) de implementar uma política de debates, e incorporação desse conhecimento tão bem sedimentado nos profissionais da AsBEA.

 


Estamos todos, Arquitetos e Urbanistas da AsBEA, e este colunista, à disposição desta Prefeitura para reescrever a história de Belo Horizonte e ajudar, com o nosso conhecimento, a colocar a cidade numa rota de vitalidade e crescimento, com a densidade necessária, fomento de moradias, oportunidades e empregos.


Basta chamar!