Esse é o quinquagésimo texto dessa coluna e confesso um certo espanto, menos pela reverberação de temas tão caros a todos nós (urbanismo, cidades, a qualidade da arquitetura) e mais, muito mais, pela dificuldade de fazer o debate transpor a página para… mudanças reais.

 

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Mas trago uma ótima notícia que pode, no seu tempo, potencializar o debate com experiências e conhecimentos que contribuam para transpor o campo minado da pré-indisposição do legislador e de parte dos gestores públicos.

 

A AsBEA-MG (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura, seção Minas Gerais) está promovendo, nesta mesma semana, no dia 21, um desses eventos com densidade e potência suficientes para influenciar a cidade na direção correta.

 



 

Regeneração Urbana - O Centro como oportunidade de desenvolvimento da Cidade, um evento focado na discussão sobre as potencialidades do Centro de Belo Horizonte como catalisador de transformação urbana, onde especialistas, entidades e empresários trarão luz às diversas esferas envolvidas no complexo processo de regeneração urbana, com o objetivo de engajar todos os setores num plano de transformação sustentável para o centro de BH (www.asbeamg.org.br).

 

Serão 6 palestras apresentando casos de retrofit de edifícios, de regeneração urbana, de aproveitamento de patrimônio histórico e, como piece de resistance, uma apresentação de Santiago Uribe Rocha, responsável pela transformação de Medellín, na Colômbia.

 

 

Resolver problemas decorrentes de legislação ruim, de planos ruins e visões obsoletas não é fácil, ao contrário, mas conhecer o que tem lógica e faz sentido, o que funciona, isso é obrigatório.

 

Se Medellín é hoje uma referência em regeneração urbana - especialmente quando se considera a situação pregressa e o contexto nacional colombiano - não há como fazer de conta que esse conjunto de conhecimentos e experiências não possam ser aplicados em Belo Horizonte.

 

Na verdade, não há como qualquer um dos atuais candidatos à prefeitura municipal alegar desconhecimento sobre Medellin, sobre Alain Bertaud, sobre Jane Jacobs, sobre os benefícios da alta densidade, sobre as vantagens das construções sem afastamentos, e sobre a regeneração do nosso Centro.

 

Não há. Ponto.

 

Se não conhece, não vai receber o meu voto, mas também não deveria receber o seu voto.

 

 

Se você não puder ir ao evento, ao menos leia os livros “Ordem sem Design” de Alain Bertaud, e “Morte e Vida de Grandes Cidades”, de Jane Jacobs. Procure saber mais sobre a regeneração de Medellín, e sobre o programa de incentivo ao adensamento de seu Centro que o Rio vem promovendo com enorme sucesso.

 

Ninguém precisa ser um especialista em urbanismo e cidades para saber como se posicionar sobre o futuro de sua cidade. Basta começar lendo 2 livros, assistindo a algumas palestras e lendo alguns textos.

 

Saiba o que exigir de seu prefeito.

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