Não adianta mais tampar o sol com a peneira. Definitivamente, e de novo, estamos à beira do precipício, e com um dos piores elencos montados por uma diretoria na história centenária do Cruzeiro. E o pior: restam apenas sete jogos e em nenhum deles teremos o Atlético de Lourdes como adversário, o que poderia nos facilitar a vida.
As vitórias na Arena do Mundo Encantado dos Bilionários do Brasil Miséria e contra o Bahia, no Mineirão, com tentos marcados pelo mais eficiente atacante do nosso elenco, o Gol Contra, como era de se esperar, foram apenas uma cortina de fumaça. Por muito pouco tempo, esconderam o fato de termos uma diretoria, uma comissão técnica e um elenco completamente perdidos, desestabilizados e sem competência alguma para enfrentarem um campeonato tão duro como é o Brasileirão.
A absurda entrevista de Ronaldo, dono da SAF Cruzeiro, concedida ao final da partida contra o Flamengo, em pleno Mineirão, escancarou algo que eu vinha falando há alguns meses. Existe uma falta de sinergia entre os atuais gestores de sapatênis e a realidade de um clube gigante como é o Cruzeiro, dono da maior torcida brasileira fora do eixo RJ-SP. Não estamos falando de um clube de uma pequena província da Espanha, de um grupo de praticante de tênis ou da equipe de produção de lives pela internet. Se é que, com essa ironia, eles finalmente entenderão...
Nós, torcedores de arquibancada, a quem tiveram a audácia de atribuir culpa pela desastrosa campanha do time ao longo do Brasileirão, ao contrário, somos a única peça dessa engrenagem a funcionar com padrão “Série A”. Lotamos os estádios (mesmo a diretoria não conseguindo definir qual é realmente a nossa “casa” nesse campeonato). Como visitantes, Brasil afora, calamos a maioria das torcidas mandantes. Fizemos ações motivacionais em escolas, creches, nos estádios e nas redes sociais, mantendo vivo o amor pelo Cruzeiro, mesmo o atual time montado pela SAF nos entregando apenas desprezo.
É inconcebível que um clube comandado como uma empresa não consiga responsabilizar ninguém (ou assumir suas falhas) quando os resultados auferidos beiram à “falência desportiva”. E que não voltem ao discurso pronto de que salvaram o Cruzeiro de fechar as portas. Sim, salvaram; mas essa página não pode mais ser usada como defesa a toda e qualquer cobrança pelas falhas atuais; tampouco como álibi para terceirizar a incompetência de planejamento e de gestão de elenco escancara nessa reta final do Brasileirão.
É preciso uma mudança de postura imediata. Chega!