O empate contra o Vasco e outros resultados garantiram ao Cruzeiro a permanência na elite e a participação na Copa Sul-Americana -  (crédito: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)

O empate contra o Vasco e outros resultados garantiram ao Cruzeiro a permanência na elite e a participação na Copa Sul-Americana

crédito: Ramon Lisboa/EM/D.A Press

 

Desprender-se da arrogância ou da intolerância. Admitir os próprios erros, perdoar os dos outros. Agradecer pelos acertos e até pela vontade de tentar acertar. Estender as mãos e pedir um novo abraço. Abrir definitivamente os corações para um recomeço. São etapas das mais belas dentro de uma história de amor. Com esse enredo mais uma temporada da relação de paixão centenária entre o Cruzeiro e a Nação Azul.

Estivemos à beira de uma tragédia por culpa de um planejamento fraquíssimo e desastrado e uma execução sem qualquer cobrança interna ou mea culpa. Flertamos com uma nova queda durante todo um segundo turno do Brasileirão. Por outro lado, felizmente, chegamos ao final com o cumprimento de ao menos a meta mínima: alcançar uma vaga na Copa Sul-Americana.

“Como isso aconteceu, não importa.” Diriam os alienados que, cevados com a proximidade com o “poder” e assim, picados pela mosca azul, passaram a “torcer” ao estilo da Turma do Sapatênis. Mas para os cruzeirenses que se negaram a serem tratados como “marginais” por simplesmente cobrarem resultados, a afirmação é outra: “Sempre deve importar como isso aconteceu, independentemente de quem estiver à frente do clube, pois cobrar por excelência é o que faz um clube ser multicampeão e também impede que novos desastres se repitam.”

A reação da torcida cruzeirense à patética derrota para o Coritiba, na capital paranaense, há exato um mês, foi o “como tudo aconteceu” para nos salvar do desastre. Sem a pressão da torcida no estádio da Vila Capanema; sem a reação de revolta dos cronistas esportivos à arrogante entrevista do CEO da SAF/Cruzeiro logo após a partida, certamente, as mudanças profundas, que culminaram com a ida de Paulo Autuori para o comando técnico do elenco, jamais teriam ocorrido.

Por sua vez, Ronaldo, o dono da SAF Cruzeiro, também merece destaque e reconhecimento por ter tomado uma atitude mais dura, internamente, a partir daquele episódio. O convencimento a Paulo Autuori para assumir o time e a saída de parte (ainda pequena) da incompetente diretoria montada para a temporada de 2023 são medidas que devem ser exaltadas. Além de mostrarem que as cobranças da torcida tinham fundamento, também é um claro sinal de que teremos um novo pensamento de gestão e resultados para um gigante como o Cruzeiro.

Se em 2023 coube à Nação Azul o ônus da “virada de chave”, as boas perspectivas para o próximo ano se devem a Ronaldo. Sendo assim, fica o desejo por mãos estendidas novamente entre a Nação Azul e a SAF Cruzeiro para um recomeço de relação de amor com o Time do Povo Mineiro na temporada 2024.

Desejo a todas e todos cruzeirenses apaixonados um passagem de ano com muito alívio, esperança e os corações abertos para um futuro próximo mais azul.