Antes de discorrer sobre a Federação Atleticana Mineira de Futebol (a FaMF), é preciso falar de Zé Ivaldo. Presumo encontrar uma maioria esmagadora de contrários à opinião que coloco por ora, mas não temendo as pedradas, a coloco: pelo episódio da expulsão estúpida na peleja contra a Tombense, nosso xerife, atualmente um dos principais líderes do elenco celeste, precisava receber da diretoria da SAF Cruzeiro uma punição administrativa, mesmo que branda, interna, sem repercussão midiática e apenas simbólica, para servir de exemplo para o restante da dura temporada que se inicia já com surpresas negativas, como a eliminação precoce na Copa do Brasil.

 

É inadmissível um jogador experiente, numa semifinal de campeonato, ser expulso sem que estivesse sofrente alguma pressão psicológica, como por exemplo, a necessidade urgente de reversão de algum resultado ou por um estádio lotado, inflamado por uma torcida adversária. Ao contrário, o empate era bom resultado e Ipatinga, o Vale do Aço ou qualquer região de classe operária de Minas Gerais sempre foram redutos esmagadoramente cruzeirenses, com meia dúzia de gatos pingados e riquinhos da Turma do Sapatênis.

 

Tudo estava a favor para Zé Ivaldo se manter calmo e sereno. Até ali, 34 minutos do primeiro tempo, o escrete estrelado ainda não estava atuando sob o efeito negativo das decisões da arbitragem. Dominávamos a partida com muita facilidade e abusávamos de perder chances de abrir o placar. Era quase uma partida de ataque contra defesa para um mar azul nas arquibancadas.

 

Jogar com um a menos poderia ter enterrado as nossas chances. A Tombense poderia ter assumido o protagonismo do jogo imediatamente e nos deixado sufocados ao ponto de perdermos a vantagem conquistada pela melhor campanha na primeira fase. Pela entrega dos companheiros de Zé Ivaldo e pela incompetência do adversário, ficamos no lucro com o empate por 0 a 0.

 



 

Mas também resistimos bravamente a outro fator que podia ter mudado toda a história do campeonato: as pasmaceiras da equipe de arbitragem liderada por Paulo César Zanovelli. Toquemos nesse ponto para voltarmos a falar da Federação Atleticana Mineira de Futebol.

 

Mesmo não corroborando dessa leitura, não me furto a comentar que a própria expulsão de Zé Ivaldo possa ter sido uma influência externa da arbitragem. O lance não seria para apenas cartão amarelo? Se fosse, o VAR teria prerrogativa para parar a peleja e chamar Zanovelli às câmeras? Fariam o mesmo fosse na Arena do Mundo Encantado dos Bilionários do Brasil Miséria em um lance de um zagueiro do Atlético de Lourdes?

 

Ademais, a irritação de Marlon, que culminou em sua expulsão aos 39 minutos do segundo tempo, foi uma prova de como a arbitragem vinha irritando o escrete estrelado, que já vivia um momento de muita pressão do ataque da Tombense, onde Rafael Cabral se destacava. Quase perdemos a vantagem para a partida de volta, no próximo sábado.

 

Mas tanto o episódio da controversa expulsão de Zé Ivaldo quanto a recorrência das “falhas” da FaMF dentro do gramado, além de sua preferência histórica e descarada pelo clube da elite econômica de Belo Horizonte, afeita a benesses e censuras, um fator é inquestionável: falta à SAF Cruzeiro tanto “sangue na veia” quanto firmeza nos posicionamentos públicos, elementos fundamentais para saber jogar – dentro e fora de campo – no futebol brasileiro e sul-americano.

 

Se em Ipatinga e em Sousa, na Paraíba, já se mostraram perdidos e inertes, imaginemos como o amontoado de coaches corintianos de sapatênis da SAF Cruzeiro irá encarar as verdadeiras guerras que iremos enfrentar, daqui a alguns dias, na Copa Sul-americana.

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