Se torcida ganhasse jogo sozinha, hoje, estaríamos comemorando a conquista da Copa Sul-americana.
A categórica afirmativa está longe de ser um chororô ou uma mera tentativa de aplacar o fel vindo de quem odeia tudo de bonito e popular que o Cruzeiro representa para o futebol mineiro, brasileiro e mundial. A frase de abertura desses rabiscos é a tradução do sentimento gigantesco de orgulho infinito que carrego pelo show dado pela Nação Azul nas arquibancadas do estádio La Nueva Olla, em Assunção.
A peregrinação azul e branca por quase 2.000 quilômetros. O esforço financeiro individual que milhares de cruzeirenses fizeram para estarem no Paraguai. A forma como eles tentaram empurraram o nosso escrete durante os 90 minutos da peleja, mesmo perplexos com a apatia inaceitável do início da partida – que nos custou o título.
Com esse roteiro, a torcida cruzeirense escreveu linhas e parágrafos de um dos mais lindos capítulos da história do Palestra/Cruzeiro. Uma obra-prima!
O orgulho de ser Cruzeiro, cada vez mais, aumenta graças à torcida que temos. Se tivesse a capacidade de multiplicar meus braços, gostaria de abraçar cada um que esteve em Assunção fazendo por nós. A eles, a eterna admiração desse rabiscador de crônicas que não cansa de reafirmar: pelo Cruzeiro, eu torço. A torcida do Cruzeiro, eu amo.
Mais aqui uma linha tênue.
Por outro lado, a derrota incontestável que sofremos deixou uma lição que, espero, seja aprendida rapidamente pelo escrete, pela comissão técnica e pela diretoria do nosso clube. Não repetirem no campo o feito pela torcida nas arquibancadas exige autocrítica. É a última chance para eles (jogadores, treinador e diretores da SAF Cruzeiro) reverem certas posições e estratégias, sob o risco de sermos engolidos pela soberba, caso não tenham essa humildade.
Fernando Diniz precisa entender que, da mesma forma que revolucionou o futebol brasileiro nesta última década, inspirando toda uma geração nova de treinadores, chegou a agora de se atualizar. Diversos pupilos seus, inclusive seu antecessor no cargo, Fernando Seabra, já apontaram falhas gritantes no esquema tático de Diniz. Basta a ele ter humildade de ajustá-lo. Seria aplaudido, e não acusado de soberba, como tem sido.
Alguns jogadores “perninhas” e “dodóis” precisam ir para o “cantinho do pensamento”. Ali, olhando para a parede branca, transformá-la em espelho para perceberem que são um absoluto “nada” em relação à grandiosidade do Cruzeiro. O elenco está repleto de bagres soberbos acreditando serem lagostas.
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O mesmo digo sobre alguns diretores (já nos basta a soberba da Patota de Corintianos e Playboys de Sapatênis da Era Ronaldo Nazário). Que eles não se enganem, pois existe inteligência e vigilância por parte da torcida suficiente para perceber que o dinheiro do atual mandatário da SAF não vai encobrir a incompetência dos gestores.
Humildade; reconhecer os erros; pedir ajuda e abrir mão de convicções individuais para contribuir pelo bem coletivo. Tudo isso gera orgulho. Temos poucas horas para que jogadores, comissão técnica e diretoria enxerguem essa linha tênue entre orgulho e soberba, antes da partida contra o Grêmio, que acabou se transformando em uma batalha pela vaga na Libertadores de 2025.
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Conquistar a classificação para a competição continental é a chance de se redimirem. Fazendo com que a perda do título no último sábado não tenha sido em vão e possa ser lembrada como um degrau acima e não, um retrocesso.
Só merece o orgulho da Nação Azul quem não se deixa entorpecer pela soberba.