Foi uma grande coincidência a eleição da Corte Momesca do carnaval de Belo Horizonte no mesmo dia em que Saulo Fernandes, convidado da Orquestra Opus, levava seu swing baiano para o Cine Theatro Brasil Vallourec. Aline Caldeira, rainha; Wallace Guedes, rei; Raissa Medeiros, princesa, foram aclamados em festa na Pampulha durante o dia. Mas o clima de pré-carnaval coroou a noite de domingo (17/12) com a apresentação que lotou o teatro na Praça Sete, no encerramento do projeto Mostra Cine Brasil de Teatro & Música.
“SAULO TE AMO”
O atraso de 25 minutos para o início do show não irritou o público. Muito pelo contrário. Foi a conta de o cantor baiano colocar os pés e a cara no palco para uma enxurrada de aplausos e declarações variadas. "Saulo te amo", era o que mais se ouvia de todos os cantos da plateia. Saulo divertiu-se com as reações, agradeceu o público, disse que era uma honra cantar com a Orquestra Opus e avisou que a noite seria de muita diversão.
SONHO REALIZADO
Maestro da Orquestra Opus, Leonardo Cunha, revelou ter motivos de sobra para comemorar o encontro com Saulo. "Uma alegria muito grande estar de novo nesse palco tão especial para Belo Horizonte e fechar o ano com esse convidado que temos a honra de trazer, com uma energia incrível", elogiou. Reconheceu ainda a alegria com a oportunidade oferecida por Sandra Campos (diretora do teatro), que convidou a orquestra para algumas apresentações na programação que marca os 10 anos da reabertura do Cine Brasil. Lembrou que Saulo foi o último nome sugerido e, graças à ponte com a amiga Cris, conseguiram trazê-lo ao Brasil. Há um tempo Saulo mora na Califórnia. "Havia um tempo que sonhávamos com a possibilidade de um espetáculo juntos e aconteceu", comemorou o maestro.
SALVE SIMPATIA
O show durou mais ou menos duas horas. Plateia e cantor não demonstravam cansaço. Tanto que Saulo recebeu por mais uma hora todos que quiseram tirar uma foto com ele. E olhe que o teatro estava lotado, com ingressos esgotados. Por ele passaram, mais ou menos, 200 fãs de carteirinha. A alegria baiana em Belo Horizonte. Saulo disse que no carnaval volta à capital mineira. Ele será uma das atrações no line up do “Carnaval dos sonhos”.
MINAS COM BAHIA
À primeira vista, lendo o repertório, a sensação era que a apresentação seria rápida, ao contrário das duas horas, com apenas 12 músicas. Já na primeira canção, “Raiz de todo bem", lançada há 10 anos no álbum "Saulo ao vivo", ninguém ficou calado. Na sequência, além de sucessos, homenagens ao cantar "Não precisa mudar", letra com Ivete, canção lançada em 2007, e "Paisagem da janela", de Lô Borges e Milton Nascimento. "Música linda", derreteu-se, dizendo que era uma homenagem à música mineira. "Eu compus música na Bahia a vida inteira, mas descobri que ouvi muito mais música mineira do que da Bahia. Queria agradecer aos deuses que moram e nasceram nessa terra sagrada", disse em relação à riqueza musical de Minas Gerais. Em "Ponte, casa e flor", Saulo declarou que deveria segurar a emoção na canção composta para a avó. O maestro lembrou que na passagem de som o cantor ficou muito emocionado. Ao bloco Circulou, de Belo Horizonte, dedicou a canção com mesmo nome da agremiação carnavalesca. Não faltou Olodum (“Rosa”) e, claro, “Eva”, clássico entre os clássicos do carnaval.