A partir de sábado (25/5), cerca de 150 trabalhos entre fotografias, esculturas, instalações e vídeos poderão ser admirados na exposição “Encruzilhadas da arte afro-brasileira”, no CCBB BH, na Praça da Liberdade. Entre os artistas, 39 mineiros estarão representados entre Gustavo Nazareno, Josi, Massuelen Cristina, Marcel Diogo, Marcus Deusdedit, Priscila Rezende, William Lima (Will). A curadoria da mostra é do pesquisador Deri Andrade, que vive em Belo Horizonte e atua como curador assistente no Instituto Inhotim. Foi Andrade quem criou o Projeto Afro, plataforma de mapeamento e difusão de artistas negros da cultura afro-brasileira. A plataforma ganhará espaço próprio na exposição, no qual o público poderá fazer pesquisas. Por meio do legado de cinco artistas dos últimos dois séculos – Arthur Timótheo da Costa, Rubem Valentim, Mestre Didi, Lita Cerqueira e Maria Auxiliadora, mineira de Campo Belo –, a mostra apresenta obras do período pré-moderno à contemporaneidade, com diferentes discussões, contextos, gerações e regiões. A exposição pode ser visitada até 5 de agosto.
• NO SANTO AGOSTINHO
Ao som de uma banda choro e a transmissão de um jogo do Galo, o Maestro Botequim foi oficialmente inaugurado no Bairro Santo Agostinho com a proposta de resgatar a clássica boemia de Belo Horizonte. Para os sócios Pedro Henrique Amorim e Henrique Lacerda, a ideia é ser o “novo bar mais tradicional da cidade, com um clima descomplicado, comida boa e cerveja gelada”. O cardápio do Maestro vem repleto de petiscos clássicos, como torresmo de barriga, carpaccio, língua ao molho, bolinho de bacalhau, croquete de costela, além de pratos famosos dos botecos mineiros, como tropeiro e mexidão. Ainda há uma sessão de parrilla com cortes bovinos e suínos, frango, peixe e legumes assados na hora.
• “DEITAR A BENÇÃO”
Nunca como antes, só mesmo as orações de uma benzedeira para nos colocar em ordem. E, por isso mesmo, pela admiração, fé e respeito que devemos a benzedoras e benzedores, que mantêm viva a prática ancestral, vale visitar a mostra “Deitar a benção”, organizada pela 12ª turma de museologia da UFMG, no Centro de Arte Popular. Artista autodidata de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Caio Ronin, de quem a coluna é super fã, e está em sua quinta coletiva, é um dos expositores da mostra. Com quatro obras pintadas sobre esteiras de palha e bambu, o artista propõe ao público um mergulho em banhos de folhas e ervas.
• MESTRA LUZIENSE
Caio conta que em uma das obras que compõem a série retratou Ideone Gonçalves de Oliveira Gomes, a quem carinhosamente chama de “vó”. “Uma mestra luziense e mãe do terreiro de Umbanda Mãe Maria da Pedreira”, apresenta. “Na cena que pintei, a mãe Ideone é representada com toda sua sabedoria e imponência, cuidadosamente preparando um banho de folhas, um ritual ancestral carregado de significado e poder”, explica o artista. “Neste retrato, a mãe Ideone se torna mais do que uma figura individual – ela se transforma na personificação de todos os mestres e mestras que, ao longo das gerações, têm mantido vivos os conhecimentos e saberes ancestrais. Sua presença na obra é um tributo àqueles que dedicam suas vidas a preservar e transmitir as tradições espirituais, guiando e inspirando aqueles que buscam orientação e cura”, diz.
• ARTISTAS
“Por meio desta obra, convido os espectadores a refletirem sobre a presença e a influência dos mestres e mestras espirituais em nossas vidas, reconhecendo o legado valioso que nos é transmitido e a inspiração contínua que recebemos daqueles que dedicam suas vidas ao bem-estar e à elevação espiritual da comunidade”, acrescenta Caio Ronin. Além do artista de Santa Luzia, participam Ana Gabriela S B B Costa, Aline Gomes Ruas, Analice Coutinho, Angela Rosa, Alexandre Rosalino, Giovanni Santarelli, Lara de Paula, Leandro Beca, Letícia Coutinho, Lori Figueiró, Massuelen Cristiana, Priscilla Amoni, Willi Cesar e Welington Dias.