Fachada do Instituto de Educação ganhou novas luzes para sediar a mostra

Fachada do Instituto de Educação ganhou novas luzes para sediar a mostra "Modernos eternos"

crédito: Pedro Costa/divulgação

 

 

Nada mais moderno que manter vivas e preservadas as nossas próprias histórias e a memória de nossa sociedade. Este esforço é a marca da “Moderno eternos”, mostra de arte, arquitetura e design que segue até 14 de julho, de terça-feira a domingo, em 42 ambientes do Instituto de Educação de Minas Gerais (Iemg), em BH.

 

Na criação dos espaços, arquitetos e decoradores valorizaram a importância histórica do prédio. Fã da “Modernos”, a coluna, que passou por lá dias antes da abertura oficial, aponta detalhes delicados e cheios de significado do projeto.

 

 

ELO DAS TRADIÇÕES


Laura Raush, que ocupa o pátio do Instituto de Educação, reservou espaço para homenagens emocionantes a professoras e nomes importantes da história mineira, como Carlos Drummond de Andrade, autor do poema “As moças da Escola de Aperfeiçoamento”, o primeiro nome do “Instituto”, como o Iemg é chamado. As mulheres, pela força que tinham na garantia do ensino de qualidade em uma época muito difícil, são a inspiração mais forte para Laura. Nomes de algumas delas, como a educadora Helena Antipoff, compõem o pórtico.

 

Alunos também são reverenciados pela arquiteta, que usa letras do alfabeto para lembrar os nomes dos estudantes. Laura foi além. O espaço tem duas cerejeiras, uma delas doada por Haruji Miura ao Instituto de Educação.

 

Haruji Miura olha para a câmera

Haruji Miura, que doou cerejeira ao Instituto de Educação, visitou a mostra "Modernos eternos"

Glaucimara Castro/Divulgação

 

 

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FANFARRA


No ambiente “Há que se cuidar do broto”, Henrique Holfmann faz uma referência muito especial ao Instituto de Educação, por meio da instalação com cerca de 40 objetos pertencentes à fanfarra da escola, que ainda está em atividade e é uma das mais antigas de Minas. “Buscamos homenagear a fanfarra do Iemg, pois a música tem papel fundamental na educação das crianças, possibilitando que elas floresçam e deem frutos no futuro”, diz o arquiteto. Henrique estudou no “Instituto”, admirou a fanfarra, mas reconhece: não tem o menor talento para tocar instrumentos musicais. O arquiteto deve organizar um dos momentos mais legais da “Modernos”: a apresentação da fanfarra, em data a ser anunciada.

 


“BARQUINHO AMARELO”


Josette Davis, responsável pela exposição, diz que os ambientes estão recheados de peças que pertencem aos acervos do Museu de Educação, o Museu da Escola Professora Ana Maria Casasanta Peixoto, e do próprio Iemg. Quem foi educado no final dos anos 1960 e início dos 1970 voltará no tempo no ambiente de Patrícia Bigonha, do Lipê Design Infantil, o primeiro espaço criado para a meninada na “Modernos Eternos”. Lá está o exemplar intacto de “O barquinho amarelo”, de Ieda Dias da Silva.


Folhear o livro é fazer uma viagem adorável no tempo. “Encontrei na escola peças muito alinhadas com as metodologias pedagógicas nas quais me inspiro – um brinquedo, um papel de parede, um quadro que conta a história do barquinho amarelo que fez parte da alfabetização daquela criança. É um espaço em que a criança consegue construir memórias e, quando for mais velha, resgatar isso”, comenta Josette Davis.