Os números que envolvem a turnê “Jota 25” deixam os músicos da banda orgulhosos. Há dois anos na estrada, levaram o show para 200 cidades, conquistando espaços muitos maiores – como a Esplanada do Mineirão, sábado (8/6), com 15 mil pessoas – do que os palcos tradicionais por onde o Jota Quest já passou.

 

Em julho, mais quatro cidades dos Estados Unidos – Nova York, Boston, Orlando e Miami – entram na turnê, que, até o final do ano, deve ser vista por 1 milhão de fãs. Do início dos shows até aqui, já foram 700 mil pessoas. Mas nada disso provocou maior emoção em Rogério Flausino do que ver o filho Miguel, de 9 anos, bem em frente ao palco na apresentação do último fim de semana, na Pampulha.

 



 


• ROADIE DE FLAUSINO


Flausino conta que há muito tempo o filho não via um showzão. O mais recente do Jota, por exemplo, foi em janeiro, na Marina da Glória, no Rio de Janeiro. Como muitos fãs da banda, Miguel também tentou chamar a atenção do pai e mostrar que estava ali. Com aquela multidão, era impossível que o vocalista identificasse as pessoas. Até que os amigos de Flausino, percebendo o desejo da criança, levaram o garoto e o colocaram de frente ao pai. "Ao ver o meu filho, fiquei muito emocionado. As pernas bambearam. Quando acabou a música, ele me entregou a água", relembra, ainda emocionado. "Olha o meu roadie aqui", brincou em cena, ao receber o carinho do filho.

 


• TANTAS EMOÇÕES


O encontro com Miguel só aumentou ainda mais a emoção de Flausino, que desde a hora em que entrou em cena sabia que a noite ficaria para sempre em sua memória e na história da banda. "Quando subi no palco, olhei aquela multidão e, da Esplanada, vi o Mineirão ao fundo. Pensei: 'Meu Deus, que coisa linda'". O cantor confessa que aquele momento foi um misto de emoções. "Passou um filme na cabeça com lembranças de tudo o que vivemos na cidade, dos amigos, dos familiares, de vocês da imprensa que nos ajudaram pra caramba, da galera que fez a festa com a gente, a Ímpar, com o (Leo) Ziller e o Zago, além de Natal e Bernardo Dabés", enumerou em conversa com a coluna, no dia seguinte ao show.

 


• OUSADOS


Flausino considerou ousadia da banda optar por fazer registros de áudio e vídeo, além de apresentar três canções inéditas: "Valer o dia"; "Eu queria ser", música que presta homenagem a Rita Lee; e "O amor é mágico". O resultado saiu melhor do que encomenda. "Teve os hits, as novidades. Foi muito legal. Gratidão ao povo de Belo Horizonte por esse abraço maravilhoso", afirma o cantor. Citou ainda a campanha em benefício ao Rio Grande do Sul, que foi bem recebida pelo público. "O show foi um momento histórico na nossa vida e na relação com Belo Horizonte", resume.

 

 


• AVS


Os registros de áudio e vídeo serão usados na produção de audiovisual streaming (AVS), como são conhecidos o DVD e o CD da nova geração. Na Esplanada do Mineirão, foram gravados a sonora e imagens documentais que se juntarão a mais imagens que serão registradas no próximo dia 22, no Allianz Parque, em São Paulo. Além disso tudo, há registros desde o início da turnê, que começou em 2022, assim que acabou a pandemia. "Ela (a turnê) cresceu demais. Começou nas casas tradicionais e conseguimos chegar a lugares maiores. Foi maravilhoso. Esse foi o maior show do Jota em Belo Horizonte e será o maior solo do Jota em São Paulo", comemora o cantor.

 


• AUDITORIA


Bem-humorado, Rogério Flausino assegurou que “Jota 25” é muito mais que 25. Relembrou que a turnê deveria ter começado entre 2020 e 2021, no aniversário do primeiro disco (“J. Quest”), lançado em 1996. "E lá se vão 28 anos deste disco", observa. Mas a dúvida em torno da idade do grupo cresce com as lembranças dos fãs. Volta e meia, sempre tem alguém dizendo ter a lembrança do grupo tocando nos botecos da capital mineira entre 1994 e 1995. "Então fazemos 30 anos", comentou. "Vamos ter de chamar auditoria para saber quantos anos esta banda tem", diverte-se.

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