Se tudo der certo até o segundo semestre do ano que vem, Sete Lagoas inaugura aeroporto voltado para a aviação executiva, com 1.400 metros de pista e, pelo menos, um dos 20 hangares previstos no projeto original. O empreendimento já tem autorização do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea). Nesta fase das obras, serão investidos cerca de R$ 20 milhões pelo Grupo Veredas, empresa que nasceu no ramo imobiliário voltado para condomínios de luxo.

 

O aeroporto de Sete Lagoas pode ser uma solução para o fechamento do Aeroporto Carlos Prates, em Belo Horizonte, que encerrou as atividades depois de 80 anos de funcionamento. Rodrigo Ribeiro Barbosa, presidente do Grupo Veredas, aponta vantagens como a posição geográfica do terreno, que é 100% plano, a cabeceira da pista livre e o fácil acesso à cidade pela BR-040.

 



 

• OFICINAS DE MANUTENÇÃO


Rodrigo Barbosa reconhece que Belo Horizonte tem potencial para esse tipo de serviço, mas argumenta que falta infraestrutura de qualidade. Cita problemas de burocracia, má operação e custos elevados do aeroporto da Pampulha, por exemplo. O projeto do aeroporto de Sete Lagoas é amplo e não deve se resumir apenas a pista e hangares. O executivo acredita que a construção de oficinas para manutenção de aeronaves também traria benefícios. Ele conta que, atualmente, as manutenções são feitas em São Paulo ou no Sul do país, custo oneroso, segundo aponta. Com as oficinas mais próximas ao aeroporto, os gastos com manutenção seriam menores.

 

 

• AEROPORTO PRIVADO


Barbosa informa que o aeroporto, que será construído com recursos próprios e via financiamento, vai funcionar como atividade privada. "O aeroporto público está sujeito ao humor político de quem está no comando", diz. O empresário fala do projeto com otimismo, afinal, segundo ele, o setor aeronáutico está em franca expansão no Brasil.

 

 

• MAIOR FROTA


De acordo com dados da Mordor Intelligence, o país é destaque no mercado de aviação executiva da América Latina. Segundo a publicação, além de o Brasil ser dono da maior frota da região, movimentou, até agora, valor superior a US$ 600 milhões. Ainda segundo a Mordor Intelligence, até 2029, esse valor deverá atingir a cifra de US$ 1 bilhão. O crescimento de eventos de aviação, como o Catarina Aviation Show, reafirma o avanço do setor.

 

 

• HOSPITAL


Por muitos anos, o aeroporto, hoje um dos bairros mais movimentados de Sete Lagoas, exibia uma pista de pouso. Por lá, o movimento era muito baixo, com um ou outro avião de pequeno porte decolando ou aterrissando. O hangar, se é que se podia chamar aquele enorme galpão de hangar, ficava às traças diante do pouco movimento. O espaço foi desativado. No lugar, há anos a população da cidade luta pela conclusão do futuro Hospital Regional de Sete Lagoas. Mas isso é assunto para outra pauta.

compartilhe